Com histórico vencedor na Série B, Enderson Moreira é o novo técnico do Cruzeiro

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FOTO: REPRODUÇÃO / TWITTER OFICIAL / CRUZEIRO

Após a saída de Adilson Batista no último domingo o conselho gestor agiu rápido e definiu seu substituto: Enderson Moreira, 48 anos, que estava no Ceará desde o início de fevereiro. Pelo Vozão, foram 10 jogos com 6 vitórias e 4 empates. Um aproveitamento de 72%. Deixa o clube na zona de classificação pros mata-matas da Copa do Nordeste e encaminhados na Copa do Brasil após bater o Vitória por 1×0 no jogo de ida da 3ª fase. O vínculo do técnico com a Raposa será até o fim de 2020 com opção de renovação por mais uma temporada e bonificação em caso de acesso pra Série A. Além do técnico, chegam o auxiliar Luís Fernando Flores, que jogou pelo Cruzeiro entre 1990 e 1997, o preparador físico Edy Carlos e o preparador de goleiros Aílton Serafim.

FOTO: RODRIGO GENTA / DEUS ME DIBRE

A chegada de Enderson teve influência de Ricardo Drubscky, nomeado pelo conselho gestor na última terça-feira como novo diretor de futebol. Anteriormente gerindo as categorias de base, Drubscky revesará entre as duas tarefas nesse momento de paralisação das atividades devido a pandemia do coronavírus. Juntos, realizaram trabalho de sucesso no América-MG entre 2016 e 2018, com o acesso e o título da Série B em 2017. No próprio Cruzeiro, em 2007, conquistaram a Copa São Paulo nas categorias de base. Agora, possuem a missão de devolver o clube a divisão de elite nacional. Enderson também conquistou a Série B pelo Goiás em 2012 num time que contava com Egídio e Ricardo Goulart, atletas fundamentais no bi-campeonato nacional da Raposa entre 2013 e 2014.

Histórico

Os trabalhos de mais relevância na sua carreira foram no Goiás entre 2011 e 2013, onde conquistou o bi campeonato goiano e a Série B de 2012 e aproveitamento de 64,1% (151 jogos: 85 vitórias, 35 empates e 31 derrotas) e no América-MG em 2017, com a conquista da Série B e apenas 5 derrotas no torneio. Teve passagem de 6 meses pelo Grêmio em 2014 e foi demitido com a equipe na 10ª posição do Brasileiro. Apesar de perder o Gauchão para o Internacional e ter caído nas oitavas da Libertadores para o San Lorenzo, teve aproveitamento de 62,3% (36 jogos: 19 vitórias 10 empates e 7 derrotas). Em seguida foi para o Santos onde também ficou por 6 meses e foi demitido no início de 2015 por motivos de relacionamento com diretoria. Em campo, seu time liderava seu grupo do Paulistão e teve aproveitamento final de 58,8% (30 jogos: 16 vitórias, 5 empates e 9 derrotas). Ainda em 2015, teve duas passagens breves por Athlético Paranaense e Fluminense que, somadas, duraram 5 meses (1 mês no Furacão e 4 no tricolor) com 33,3% e 47,4% de aproveitamento respectivamente. Em 2016 retornou ao Goiás por 6 meses, conquistou o campeonato goiano mas acabou demitido com o clube na zona de rebaixamento tendo somado 5 pontos em 7 rodadas. No geral teve 56,7% de aproveitamento (27 jogos: 13 vitórias, 7 empates e 7 derrotas). Em seguida teve sucesso no América-MG entre 2016 e 2018 quando resolveu trocar o clube pelo Bahia. Lá, foram 9 meses no cargo com 59 jogos (22 vitórias, 19 empates e 18 derrotas) e 50,5% de aproveitamento. Terminou o Brasileiro de 2018 na 11ª colocação, com 48 pontos. Em 2019, assumiu o Ceará onde ficou por 5 meses e somou 22 partidas, com 6 vitórias, 5 empates e 11 derrotas, com aproveitamento de 34,8%. Deixou a equipe na 15ª posição com 22 pontos no Brasileiro e retornou em fevereiro desse ano.

Estilo de jogo 

Estudioso e trabalhador, Enderson Moreira preza por equipes organizadas e bem estruturadas em cada fase do jogo. O jornalista e colunista tático do @MWfutebol”, Gerâ Lobo, falou um pouco da passagem do treinador pelo Ceará entre 2019 e 2020.

Fase defensiva: Equipe compactada com linhas próximas e pressão no portador da bola. Foto: Reprodução. 

Jogo apoiado com o volante encostando nos zagueiros para fazer a saída de bola. Foto: Reprodução.

Fase ofensiva: Triangulações e trocas de posições entre lateral (círculo) e ponta gerando espaços pelos lados. Suporte do meia central com mobilidade para fazer o jogo fluir. Foto: Reprodução.

O treinador é adepto do 4-2-3-1 como modelo base no momento ofensivo e 4-4-2 com linhas compactas e bastante agressividade no portador da bola no momento defensivo. Suas equipes, acima de tudo, possuem padrão de jogo. Não é revolucionário, mas faz o básico bem feito com tarefas bem definidas em cada setor. Os pilares de seus times são: 
 • Fator casa muito forte.
 • Valorização da posse de bola com objetividade. Toques curtos e verticais buscando chegar ao gol adversário o mais rápido possível.
Utilização de triangulações pelos lados e trocas de posição no último terço entre laterais e pontas.
Volantes com vigor físico e intensidade para marcar e também pisar na área aproveitando espaços gerados pelos laterais e pontas.
 • Um meia “camisa 10” centralizado com obrigação de temporizar, achar passes chaves, encostar nos volantes e pisar na área para aproveitar as jogadas de linha de fundo geradas pelas laterais.
 • Agressividade na marcação. Ao perder a bola, seu time deve pressionar o adversário com até dois jogadores e ter superioridade numérica no setor da bola. Seu bloco defensivo pode variar entre e o médio e mais alto, dependendo do momento do jogo e do adversário.

Enderson Moreira é uma escolha acertada pensando no trabalho de reconstrução que o Cruzeiro necessita, conhece os desafios de uma Série B e possui conceitos de jogo que casam bem com o elenco a disposição. Por utilizar e cobrar bastante participação dos laterais, é possível que haja necessidade de buscar reforços pro setor com características ofensivas. Além disso, atletas como Angulo e Maurício devem ser bastante explorados. Jadsom, com sua capacidade de infiltração, também surge como boa opção para o técnico, que poderá escolher Cabral ou Jean para dar mais cadência e controle no meio. A tendência é de termos um time competitivo e organizado em campo.

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