Enderson: “Vamos conviver com uma zona de rebaixamento por umas 4 ou 5 rodadas”

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO/CRUZEIRO E.C.

Há três meses no Cruzeiro mas sem ter feito nenhum jogo oficial ou treino tático devido a pandemia do novo coronavírus, o técnico Enderson Moreira ainda não conseguiu esboçar sequer uma escalação titular de sua equipe. O clube estreia na Série B contra o Botafogo de Ribeirão Preto, no Mineirão, em partida a ser remarcada pela CBF. Com experiência na competição, tendo conquistado o título duas vezes com Goiás em 2012 e América-MG em 2017, o técnico foi entrevistado pelo programa “Mesa Redonda” na Itatiaia e foi bem sincero quanto a situação do clube, que iniciará a competição com -6 pontos devido a punição da FIFA.

“Preciso ser bem transparente com o nosso torcedor. Nós vamos conviver com uma zona de rebaixamento pelo menos entre umas 4 ou 5 rodadas, não tem como escapar disso. Se a gente ganha dois jogos, faríamos 6 pontos, menos os 6, estaríamos com zero. Então não vamos sair de uma rabeira de classificação, acho que vamos conviver com isso um tempo maior. Se o nosso time demonstrar pro nosso torcedor, pra imprensa e adversários que estamos jogando um futebol de boa qualidade, mesmo que momentaneamente a classificação possa nos trazer algum tipo de pressão, se o nosso jogo for positivo no sentido de qualidade e produtividade, poderemos minimizar muito essa pressão” disse.

Enderson citou o trabalho do América lembrando da reformulação que o elenco sofreu de 2016 (ano do rebaixamento) para 2017, sobrando apenas três titulares. O início oscilante na Série B com apenas duas vitórias em 8 jogos deixou a equipe na 14ª colocação, com o treinador chegando a balançar no cargo. A virada de chave ocorreu na 9ª rodada, em vitória contra o Santa Cruz, momento que o time conseguiu uma invencibilidade de 10 partidas, conquistando oito vitórias. Depois disso, foram apenas 3 derrotas no restante da competição.

“A gente demorou talvez umas 10 a 12 rodadas pro time se encaixar melhor. Nesse período fomos uma equipe que não controlava tanto o jogo, mais reativa. Mas a partir da 15ª rodada, o time encaixou e começou a entender qual era o processo que a comissão técnica pensava sobre o futebol. E aí nós mudamos de uma maneira muito significativa em termos de controle de jogo. O América foi uma equipe extremamente controladora, isso jogando dentro ou fora de casa” lembrou o técnico.

O treinador ressaltou visualiza para o Cruzeiro é uma filosofia de pensar pra frente, buscando o gol e criando oportunidades a todo o momento.

“A minha mentalidade é que a gente tenha o controle da partida, dê poucas oportunidades ao adversário e que possa principalmente conseguir quebrar às linhas defensivas dos nossos adversários. Vai ser muito comum jogar contra com equipes bem montadas atrás, defensivamente e a gente precisa criar argumentos para desestabilizar essa organização defensiva. Então é muito importante que a gente tenha isso na cabeça, que não ofereça muitos contra-ataques ao adversário e ter equilíbrio nesse sentido. É a forma que idealizo o clube” disse.

Sobre os reforços, o técnico comentou que estão atentos a boas oportunidades de mercado. Nesse período de pandemia, os clubes estão com o pé no freio na questão de negociações e também de liberação de atletas. Como já era esperado, a lateral direita é o principal alvo da comissão técnica, pelo fato de não haver nenhum jogador atualmente no elenco para exercer a função.

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