
Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
Antes de seguir, é necessário contextualizar toda a história da – ainda – breve carreira desse jogador, pois aconteceram situações fundamentais nessa linha do tempo para chegar a tal indagação do título. Tido como uma das principais promessas do Cruzeiro do início da última década, Judivan subiu aos profissionais na reta final do Brasileiro de 2014 e impressionou pelas arrancadas e dribles. No ano seguinte, integrado ao profissional, fez 15 partidas até ser convocado para disputar o Mundial Sub-20, na Nova Zelândia. Era titular da seleção ao lado de Gabriel Jesus, já havia marcado dois gols em 4 jogos e uma entrada violenta de Maurício Lemos, zagueiro do Uruguai, nas oitavas de final, rompeu o ligamento cruzado posterior do joelho esquerdo do atacante e tudo mudou.
Judivan estava cotado para ser vendido ao Chelsea-ING logo após o Mundial, os valores especulados eram de aproximadamente 15 milhões de euros, o que seria a maior venda da história do Cruzeiro. No entanto, a grave lesão em seu joelho esquerdo o afastou dos gramados por quase três anos devido a outros problemas que culminaram em seguidas intervenções cirúrgicas e complicações. O retorno aos gramados se deu contra o Avaí, em 2017. Desde então, o atacante ainda não conseguiu se firmar ou apresentar um nível sequer próximo daquele que gerou tantas expectativas. É verdade que as lesões foram responsáveis por tal situação, mas será que ainda é possível acreditar que Judivan vingará no Cruzeiro?
Em 2018 foi emprestado ao América-MG para disputar a Série A rodeado de curiosidade e expectativa. Pelo coelho foram apenas 9 jogos (5 como titular), sem gols marcados e 1 assistência. Seu posicionamento na maioria das partidas foi como último homem de ataque, com liberdade pra se movimentar, onde não teve grande destaque. Sua nota média segundo o Sofascore foi 6.71. No mesmo ano seguiu para o CSA-AL que disputava a Série B. Foram quatro partidas saindo do banco e, num time já montado, teve pouco espaço. Seu melhor momento técnico e em minutos foi no ano seguinte jogando o primeiro semestre pela Tombense, onde disputou Mineiro e Série C. Marcou 5 gols em 17 partidas (11 como titular). No segundo semestre atuou pelo Paraná na Série B, disputando 13 partidas, marcando 1 gol e dando 1 assistência. Ao todo, foram 30 partidas (21 como titular) em 2019 (1890 minutos), 6 gols marcados e 1 assistência.

Mapa de calor da sua movimentação pelo Paraná na Série B. Partindo inicialmente da esquerda, aparece mais pelo meio no terço final. Não tem velocidade de ponta nem tanta força física pra atuar de costas no pivô, sendo opção de armação e nem tanto de profundidade. Fonte: Sofascore
Com contrato até o fim de 2020, Judivan retornou para fazer parte da reconstrução. No entanto, ainda não conseguiu em campo mostrar que pode ser uma peça fundamental. Antes da paralisação, foram 7 jogos (1 como titular), nenhum gol e 1 assistência. Com Enderson Moreira terá nova chance de buscar seu espaço, apesar da concorrência. Thiago, Marcelo Moreno e Vinicius Popó são opções melhores para referência do ataque. Pelos lados, não apresenta velocidade e profundidade necessária de um ponta. O 4-2-3-1 não favorece o segundo atacante, preferindo jogadores mais rápidos e dinâmicos pelas pontas. Analisando seu retorno, é possível observar que seu melhor momento foi pela Série C. É impossível não torcer pelo sucesso de Judivan depois de tudo que passou em sua carreira, mas talvez no momento o melhor para o jogador seja um novo empréstimo.