Atlético ainda precisa de um centroavante e de um armador

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Antes de analisar a necessidade de reforços, é preciso deixar claro que o cenário não é dos melhores financeiramente. Apesar dos investimentos/ajuda de Rubens Menin (principal apoiador do clube atualmente) em contratações, que elevou o nível do elenco, é preciso alertar sobre duas posições que, claramente, o Atlético precisa se reforçar. No contexto atual, Jorge Sampaoli precisa de um centroavante e um armador para que a equipe possa render o esperado. As condições para que isso aconteçam cabe à diretoria – seja com o empréstimo de algum jogador, uma troca envolvendo atletas ou até mesmo uma contratação de risco.

Muitos dizem que Marrony poderia exercer essa função. Mas ainda é uma aposta e um jogador novo, que ontem não fez uma boa partida e acabou desperdiçando a única oportunidade clara que teve. O atleta mostrou que poderá ser útil também pelas pontas, versatilidade que conta como ponto positivo dentro do esquema proposto pelo técnico Jorge Sampaoli. Durante o segundo tempo contra o América, por exemplo, ele atuou de forma mais aberta para a esquerda do campo de ataque e coube a Nathan fazer a função do “falso 9”. De qualquer forma o Atlético segue em busca deste camisa 9 e ficou ainda mais claro para mim que o pretendido Nahuel Bustos (Talleres-ARG) seria a melhor opção, pela sua velocidade, pela qualidade na finalização e por estar acostumado a atuar com este posicionamento em campo, chegando na entrada da área, atuando como um atacante fixo e também como o “falso 9”.

Com relação ao armador, é de conhecimento que Sampaoli não costuma utilizar o “camisa 10 clássico” e esse nem seria o meu pedido. Um jogador como o Ganso, por exemplo, seria difícil encaixar nessa proposta de jogo. Mas o elenco carece de um meia com mais qualidade na armação e que seja sabidamente acima da média. Hoje o time conta com Hyoran e Nathan na posição e me parece pouco para quem almeja disputar títulos e se garantir nas primeiras posições do Brasileirão. Por mais que Jorge Sampaoli jogue de uma forma diferente, sem a necessidade do armador clássico, um meia com maior capacidade de criação de jogadas (no estilo que Éverton Ribeiro faz no Flamengo) seria importante. O Brasileirão é um campeonato longo e pesado, além do físico, a qualidade dos jogadores também será determinante no esquema. Hyoran e Nathan ainda não conseguiram se firmar em clubes grandes e são irregulares. Ambos não passam confiança – mas podem evoluir, obviamente, tendo já apresentado bons momentos na carreira. Falta um jogador acima da média no meio campo do Atlético.

Enfim, além dos reforços, o time precisa de evoluir muito taticamente. E essa evolução poderá potencializar a qualidade dos jogadores que estão no clube atualmente. Jogadores como Keno e Alan Franco poderão ser muito úteis assim que pegarem ritmo de jogo e melhor condicionamento físico. E vale ressaltar que Otero, outro que poderia ajudar (principalmente em faltas, bolas paradas e até mesmo na armação) pode não ser utilizado por Sampaoli – o que deixaria o elenco menos forte na briga pelo título do Brasileirão – além da provável saída de Cazares, que mesmo estando no Atlético, não mostra o comprometimento necessário.

O Atlético tem Jorge Sampaoli e Alexandre Mattos juntos. É necessário acreditar que reforços pontuais virão muito em breve. Vamos aguardar.

Saudações atleticanas e até a próxima.

Beto Guerra

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