
FOTO: DIVULGAÇÃO / CORITIBA
Mesmo impedido de registrar novos jogadores devido a punição da FIFA envolvendo a dívida com o Zorya FC, da Ucrânia, o Cruzeiro segue em busca de contratações para encorpar o elenco. O alvo do momento é o meia Giovanni Piccolomo, de 26 anos, que rescindiu seu contrato com o Coritiba para acertar com a Raposa. A informação foi divulgada inicialmente por Felipe Dalke, setorista do Coxa no Esporte Banda B. O jogador assinará até o final da Série B com renovação até o fim de 2021 em caso de acesso.

Mapa de calor do meia durante a Série B de 2019, pelo Coxa. Mais adiantado, como um meia articulador. Abaixo, posicionamento durante sua passagem pelo Goiás, em 2018, mais recuado. Fonte: Sofascore.
Giovanni é um velho conhecido de Ney Franco, com quem trabalhou no Goiás em 2018 no acesso esmeraldino. Sua chegada é um pedido do treinador. Em 2019 fez boa temporada pelo Coritiba que conquistou o acesso pra Série A. Foram 44 jogos disputados, quatro gols marcados e cinco assistências. Versátil, pode atuar mais adiantado como um meia centralizado ou como segundo volante no 4-2-3-1. No 4-3-3 de Ney Franco, consegue atuar como terceiro homem no meio, posição que Maurício vem desempenhando. O setorista Felipe Dalke comentou sobre a passagem do meia pelo Alto da Glória:
“Ano passado foi muito bem, já esse ano não jogou. Apesar de ter começado 2019 mal principalmente na parte física, com algumas lesões musculares. Teve um episódio bem específico que mudou o Coritiba na Série B do ano passado. Ele e mais alguns jogadores, como Rafinha, foram ao Festeja após derrota no clássico contra o Paraná. Aquilo marcou muito e ele recebeu muitas críticas, mas deu a cara pra bater. Pediu desculpas, tomou a liderança dentro do elenco e chamou a responsabilidade. Fez alguns gols importantíssimos na reta final. Gol de falta contra o Vila Nova no empate em 2×2, gol de falta contra o Bragantino que praticamente resolveu a vida do Coxa na Série B. Ele jogou muito como médio. Era o dez do time, atuando mais na armação, mas é um jogador que compõe bem, tem o tempo certo de marcação. Chegou do Goiás após atuar como segundo volante em 2018. Acho até melhor que o Régis, qualidade indiscutível. O problema é sua parte física. Esse ano teve uma lesão no tendão de aquiles na pré-temporada e não atuou. Voltou agora, jogou duas partidas e teve uma lesão muscular até pela falta de ritmo”, ressaltou.
Em 2018 viveu seu grande momento sob o comando de Ney Franco. Atuando como segundo volante no Goiás, fez 54 jogos e foi titular em 48. Na Série B, foi o terceiro com mais gols marcados pelo esmeraldino com quatro e o principal garçom com nove assistências para gol em 33 partidas. Era peça fundamental de um time que contava com o artilheiro Lucão e o velocista Michael. Sua visão de jogo para bolas longas era bastante utilizada para acionar Michael em velocidade. Também aparecia bem em cobranças de bolas paradas. No entanto, seu grande problema é manter a forma física. Em alguns momentos quando atuava estava nitidamente acima do peso e fez apenas duas partidas oficiais em 2020 devido a lesões. Vimos recentemente com João Lucas e Giovanni que jogador de “confiança” do treinador nem sempre é sinônimo de resultado. Giovanni pode ser útil, mas o ambiente de grande pressão é um dificultador. Chega num contexto diferente da época de Goiás, carecendo de ritmo e de melhor forma física após longo tempo parado. Não é garantia de sucesso, mas já mostrou bola. Resta saber se conseguirá corresponder.
Já se passaram 10 rodadas da Série B e o Cruzeiro segue montando o elenco com base no que é indicado pelo treinador. Foi assim com Adilson Batista, Enderson Moreira e agora Ney Franco, que indicou Giovanni e também Matheus Índio, ex-jogador do Estoril. A diretoria segue dando sinais de que não consegue traçar um planejamento e um projeto de futebol, as decisões são tomadas com base no que os treinadores decidem. Sem diretrizes, mas precisando do acesso, o que resta é rezar para que a sequência seja favorável.