O curioso caso de Lucas Romero

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Com boas atuações sempre que acionado e muita entrega nos jogos, Lucas Romero conquistou a torcida celeste assim que chegou ao Cruzeiro em 2016. Não são poucos os que gostariam de ver o argentino como titular da camisa azul e branca, principalmente com o questionável rendimento em campo do volante Henrique nesta temporada.

Lucas ‘El Perro’ Romero começou sua carreira nas categorias de base do Vélez Sarsfield com apenas 7 anos de idade. Seu primeiro jogo como profissional foi em 2011, com 17 anos de idade. Se firmou entre os titulares, e conquistou 3 taças pelo time argentino. Era uma revelação das categorias de base do clube, que já era uma realidade e um dos destaques do time. Logo chamou a atenção de gigantes europeus, entre eles o Real Madrid, que observava o jogador em 2015.

A negociação para a Europa não aconteceu e ele permaneceu no clube argentino. Sem interesse em renovar o contrato, ficaria livre no mercado em julho de 2016, quando seu contrato se encerraria. Foi então oferecido pelo empresário ao Cruzeiro, no início de 2016, quando o clube mineiro não tinha condições financeiras para fazer grandes investimentos. Foi firmado um contrato de 5 anos com o jogador, que tinha 21 anos na época.

Lucas Romero: velocidade, desarmes e muita raça com a camisa celeste.

Foi uma ÓTIMA negociação. O Cruzeiro contratou um jogador jovem, já não era uma promessa e sim realidade de um grande clube argentino (3 vezes campeão como titular pelo Vélez, onde fazia dupla com Ariel Cabral) , que chegou a chamar a atenção de gigantes europeus. Sem desembolsar NENHUM real com direitos ou luvas. O salário dele? É reajustado anualmente, mas na temporada 2018 gira em cerca de R$ 180 mil/mês. Um custo-beneficio absurdo para um jogador deste calibre. Para se comparar, Bruno Silva (volante de 31 anos) tem vencimentos superiores à R$ 300 mil/mês e custou R$ 6 milhões aos cofres do Cruzeiro, à vista.

Agora, porque um volante de tanto potencial e convocado para a seleção olímpica argentina em 2016, não recebe chances como titular do meio-campo celeste? A resposta é: opção do treinador.

Com Mano Menezes, Lucas Romero tem raríssimas chances de atuar como volante. No primeiro semestre de 2017 ele chegou a ser 5ª opção no meio-campo (tivemos jogos com Bryan e Fabrício entrando improvisados em jogos nos quais o argentino estava no banco)**. Com a lesão de Ariel Cabral, o volante Hudson, que chegou por empréstimo, passou a ser preferencia do treinador.

Em 2018 não mudou. Tivemos substituindo a dupla Henrique e Cabral (por muito tempo a dupla titular): Lucas Silva, Bruno Silva e Mancuello. Lucas Romero jogou apenas UM jogo como volante, nos 17 jogos em que participou. No restante, improvisado como lateral direito, onde apresenta rendimento e custo-benefício superior ao Edílson, jogador de 31 anos com o maior salário entre os laterais no Brasil e com apenas 766 minutos jogados em 2018. Mas onde não é sua posição de origem.

Fica aí o mistério: porque Lucas Romero não caiu nas graças do treinador para jogar como titular no meio campo? De volante titular e campeão pelo Vélez Sarsfield, pretendido por gigantes europeus…para reserva de um lateral-direito no Cruzeiro, por OPÇÃO. Pelos números da temporada 2018 (Fonte: Footstats), podemos dizer que essa opção é a melhor?

  • Lucas Romero: 36 desarmes em 17 jogos
  • Henrique: 23 desarmes em 21 jogos
  • Ariel Cabral: 23 desarmes em 17 jogos
  • Lucas Silva: 18 desarmes em 11 jogos
  • Bruno Silva: 17 desarmes em 11 jogos

 

**Informação em primeira mão: quando o técnico Mano Menezes solicitou a contratação do atacante Rafael Marques, o jogador que ele colocou à disposição para a troca foi Lucas Romero. Como isso foi vetado pela diretoria, o negócio acabou se concretizando com a troca do lateral Mayke.

FOTOS: twitter oficial do Cruzeiro

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