
FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
A vitória elástica por 3×0 sobre a Ponte Preta, a primeira na Série B onde o Cruzeiro conseguiu vencer por dois ou mais gols de diferença, trouxe esperança ao torcedor que acreditou numa remontada da equipe na competição. Esse sentimento durou pouco já que, contra o Cuiabá, o time voltou a jogar mal e foi derrotado com requintes de crueldade no último minuto, num gol de contra-ataque, em noite extremamente infeliz de Ney Franco que escalou mal e fez alterações ainda piores.
Tal irregularidade está exposta na tabela. Abrindo a zona de rebaixamento na 17º posição com 11 pontos (empatado com o Sampaio Corrêa e superando no número de vitórias) o Cruzeiro não consegue engatar uma sequência de vitórias que faça com que o time saia dessa posição incômoda e brigue pelo que realmente importa: o acesso. Objetivo que a cada rodada se torna mais difícil a medida que o time não soma pontos e perde jogos. Enderson Moreira foi demitido na oitava rodada, após empate contra o CRB e cinco jogos de jejum. Ney Franco chegou e em cinco jogos comandando a Raposa, conquistou duas vitórias e três derrotas, aproveitamento de 40%, longe do necessário para subir de divisão.
Com 11 pontos na tabela e 75 pontos a serem disputados, o Cruzeiro precisa somar 52 pontos para seguir sonhando com o acesso e se a média dos últimos anos permanecer em 63 pontos para o 4° colocado, será preciso um aproveitamento de 69%, média que geralmente é atingida pelo campeão. Não está fácil e o ataque inoperante do time deixa a missão ainda mais complicada. Com a bola rolando, os jogadores de ataque marcaram apenas quatro tentos.
Marcelo Moreno – 2 gols marcados, 2 de bola parada (escanteio e pênalti) em 11 jogos.
Arthur Caíke – 2 gols marcados, 1 de bola parada (falta) e 1 com bola rolando em 10 jogos.
Régis – 2 gols marcados, 2 com bola rolando em 13 jogos.
Maurício – 1 gol marcado com bola rolando em 13 jogos.
Dos 14 gols produzidos pelo time em 13 jogos (média de 1,08 por jogo), 7 foram marcados pelo setor ofensivo (50%), mas somente quatro em jogadas trabalhadas (28,5%), o que expõe a dificuldade da equipe apresentar um jogo coletivo que transforme volume ofensivo em gols. Com tanta dificuldade para marcar um gol com a bola rolando, seria necessário ter uma defesa que ao menos fosse sólida o suficiente para não ser vazada. Contudo, o Cruzeiro foi vazado em 10 das 13 partidas disputadas, com 14 gols sofridos. Com um ataque inoperante e uma defesa insegura, não é difícil entender porque o time não consegue sair das últimas colocações do campeonato.

Zé Eduardo deve ser opção contra o Sampaio Corrêa. no MIneirão. Centroavante é esperança de gols. Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Para tentar minimizar o problema, o atacante Zé Eduardo deve ser opção no duelo contra o Sampaio Corrêa, na próxima quinta, às 18h30, no Mineirão, pela 14ª rodada da Série B. O jogador não foi relacionado para o confronto contra o Cuiabá e está a disposição do técnico Ney Franco. Com 9 gols em 10 jogos oficiais no ano, o atacante possui números superiores a todos do atual elenco do Cruzeiro. Em 18º lugar no campeonato, o Sampaio Corrêa está empatado em número de pontos com a Raposa (11), mas perde no critério de desempates (3 vitórias contra cinco da equipe celeste). Porém, possuem dois jogos a menos, o que torna a vitória fundamental.
As próximas duas rodadas, contra Sampaio Corrêa e Oeste, serão uma oportunidade do Cruzeiro melhorar seu aproveitamento contra adversários da parte inferior da tabela. O time já empatou com o Confiança e perdeu para Brasil-RS, CSA e Avaí. Apesar dos catarinenses não estarem no Z4 naquela oportunidade, vinham de quatro jogos sem vencer e com uma goleada sofrida em casa para o Sampaio, por 5 a 2. O próximo adversário, inclusive, vive bom momento na Série B e está invicto há seis jogos (3 vitórias e 3 empates).