Fundo do poço. Cruzeiro perde para o Sampaio Corrêa e afunda no Z4 da Série B

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FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.

No dia que Sérgio Santos Rodrigues, aclamado ontem presidente para o triênio 2021-2023, declarou em coletiva no Barro Preto que os críticos a sua gestão na realidade são massa de manobra e “guerreiros de teclado” o time montado por sua gestão perdeu mais uma em casa, dessa vez para o Sampaio Corrêa, que venceu de forma inédita o Cruzeiro em sua história, e expõe que nossos problemas vão muito além do que ocorre dentro de campo, na realidade é apenas o reflexo de uma administração que se mostra confusa para tratar de assuntos futebolísticos.

Começando pela escolha de Ney Franco, sucessor de Enderson Moreira. Seus últimos trabalhos mostravam que quando assumiu na nona rodada – o Cruzeiro estava com oito pontos na tabela e 45% de aproveitamento – somente uma vez na sua carreira havia conseguido o aproveitamento que o clube precisava pro acesso, contando que a pontuação seja a média de 63 pontos. Em seis jogos sob seu comando, o aproveitamento da equipe caiu para 33,3% (duas vitórias e quatro derrotas). Não adianta nem culpar o profissional, pois ele entrega exatamente o esperado. Iludido – ou incapaz – foi quem acreditou que era o nome certo para o trabalho. Não foi por falta de aviso.

Em campo, os mesmos problemas de sempre. Ney Franco manteve na medida do possível o time que venceu a Ponte Preta e assim como contra o Cuiabá alterou somente por obrigação, colocando o limitado Giovanni no lugar de Matheus Pereira, desfalque por Covid-19. Aos 12′ o Sampaio Corrêa saiu na frente após falha do sistema defensivo da Raposa. Num escanteio originado pela falha bisonha de marcação do Giovanni que obrigou Ramon a dar um chutão, Luiz Gustavo ficou com o rebote avançou livre até achar Roney pela esquerda. O atacante passou facilmente por Daniel Guedes e chutou no canto direito do goleiro Fábio que mais uma vez foi incapaz de defender, algo que vem sendo recorrente. 1×0.

Ney Franco mexeu muito mal mais uma vez e viu seu time sofrer outra derrota, a quarta sob seu comando. Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Sem criatividade e nervoso, o time do Cruzeiro não conseguia fazer o jogo fluir. Abalado psicologicamente, era dominado pelos visitantes. O cenário é sempre o mesmo: O adversário sobe a marcação e bloqueia a linha de passe dos zagueiros, que ficam tocando pros laterais enquanto os volantes ficam presos entre a 1ª e 2ª linha de marcação adversária e há um latifúndio até os meias e atacantes. Restam os lançamentos. Com isso, apenas chutões e bola parada dão alguma esperança de gol. Foi assim que o gol de empate surgiu aos 39′. Machado cobrou falta da intermediária e Manoel subiu mais alto para marcar. 1×1. 

Porém, o Cruzeiro voltou com os mesmos problemas do intervalo e Ney Franco insistiu em abordagens táticas que já haviam se mostrado insuficientes contra o Cuiabá. Maurício entrou no lugar de Régis que sentiu dores no tendão e na esquerda Arthur Caíke – mais uma vez apagado – deu lugar a Thiago. Com isso, Sassá ficou pela ponta esquerda exatamente como no jogo anterior, sem nenhuma efetividade. Pior: O lado que já estava debilitado com a dificuldade de Giovanni em parar os avanços de Pimentinha ficou ainda pior com um atleta sem cacoete por ali pra auxiliar na marcação. Aos 13’, Pimentinha conduziu a bola pelo lado esquerdo até a entrada da área, sem resistência do lateral e rolou para Caio Dantas, livre de marcação, rolar a bola no canto direito do Fábio. 2 a 1

No fundo do poço e em 18° na classificação com 11 pontos, é juntar os cacos e fazer o possível pra não sofrer outro rebaixamento. Papo de acesso é passado, não vai acontecer mais. O péssimo planejamento dos que comandam o futebol e a subserviência aos medalhões que não entregam e não saem do time nos colocaram nessa situação. A conta de um 2018/19 criminoso e de gestões irresponsáveis chegou. Com uma diretoria arrogante, que desconhece de futebol e abusa do gogó, o que nos resta é lutar para permanecer na B. O Cruzeiro agoniza e o fundo do poço ainda parece distante. O próximo confronto será contra o Oeste, no domingo, às 16h.

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