
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Os últimos dois jogos do Cruzeiro no Mineirão contra Guarani e Figueirense frearam a recuperação que a equipe vinha tendo com Felipão na tabela. Com dois pontos somados de seis possíveis, um rendimento em campo claudicante com falhas individuais, problemas na marcação, encaixe no meio-campo e um ataque que segue abastecido pelo brilhantismo de Aírton, o técnico Felipão traçou um diagnóstico duro, mas necessário: a realidade do Cruzeiro com esse elenco e o planejamento mal conduzido pela diretoria de futebol ao longo de todo 2020 é de luta contra o descenso.
“Eu já falei algumas vezes que o projeto do Cruzeiro é para o ano que vem, porque esse ano ele tem que sair lá de baixo. Nós temos cinco ou seis equipes só abaixo de nós. Nós temos que saber isso. O que nós temos que trabalhar é pra continuar o primeiro objetivo e vai ser continuado por mim e pelos atletas. Não estou pensando no segundo objetivo porque não estou livre do primeiro. (…) Temos que ter calma no sentido geral. Nós, dentro do clube e eu como treinador, vou fazer o projeto e vou desenvolver o projeto e o pensamento nesses jogadores até o momento que conseguirmos o primeiro objetivo. O segundo objetivo é um assunto que eu nem vou falar mais com eles, nem vou falar com vocês, porque nós não estamos atingindo os objetivos que sonharam. Não vamos ficar reclamando de nada e vamos trabalhar por objetivos, e o primeiro a ser atingido é não cair pra Série C.”
Felipão foi muito crítico com a perda dos seis pontos devido a punição da FIFA pelo não pagamento de R$ 5,3 milhões Al Wahda dos Emirados Árabes, referente ao empréstimo do volante Denílson, ainda na gestão Gilvan de Pinho Tavares. A operação não foi concluída pelos dirigentes do Conselho Gestor que assumiram o clube de forma interina até a eleição do presidente Sérgio Santos Rodrigues, em junho.
“Agora, se nós tivéssemos aqueles benditos seis pontos que entenderam que não precisavam jogar, as pessoas que fizeram isso, agora estão vendo que não é assim, não é tão fácil como se imagina. Não estou pensando no segundo objetivo porque não estou livre do primeiro.”
Com o empate diante do Figueirense, o Cruzeiro ficou a 12 de América e Cuiabá, quarto e quinto colocados. Os dois clubes ainda jogarão neste sábado e podem elevar a diferença para 15 pontos. Por outro lado, a diferença para o Náutico, 17º colocado com um jogo a menos é de cinco pontos, o que justifica o discurso do técnico Felipão de primeiro pensar em não cair para depois planejar outra situação que, diante do atual cenário, fica cada vez mais evidente que deverá ser alcançada somente em 2021.