
FOTO: BRUNO HADDAD / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
No duelo dos piores mandantes do campeonato, acabou dando a lógica: venceu o visitante. O Cruzeiro foi derrotado pelo Oeste, lanterna da competição, e chegou ao terceiro jogo sem vitória atuando em Belo Horizonte. Com cinco vitórias, seis empates e seis derrotas atuando em casa, a Raposa deixou de somar 28 pontos atuando como mandante. Diante do Oeste, não conseguiu vencer nem marcar gols na equipe que foi derrotada 20 vezes e sofreu 54 gols no campeonato. Sintomático.
Felipão definiu o retorno de Manoel, que cumpriu suspensão na vitória por 1 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, na última sexta, no lugar do Cacá. Sem Giovanni e William Pottker, expulsos, o técnico optou pelo velocista Welinton e o centroavante Marcelo Moreno, recuando Sobis para armação. Jogando em casa, o Cruzeiro começou controlando a partida. Porém, sem grande inspiração no ataque, restava a Rafael Sobis, principalmente em cobranças de falta, levar perigo ao gol de Caíque França. O Oeste se soltava aos poucos, principalmente pelo lado direito. O principal lance da Raposa foi em finalização de Rafael Sobis aos 32′. Após receber boa bola de Adriano, limpou o zagueiro e finalizou forte pra boa defesa do goleiro.
Improdutivo ofensivamente, o castigo veio para o Cruzeiro. Aos 40′, bola recuperada pela Oeste, Caio acionou Raí Ramos, o lateral foi ao fundo e cruzou com precisão para Fábio, que subiu mais alto que Manoel e testou firme, no meio do gol, não dando tempo pra reação de Fábio. Na desvantagem do placar, Felipão fez duas alterações no intervalo. Claudinho e Stênio entraram nos lugares de Marcelo Moreno e Aírton, que atuaram muito mal na primeira etapa. As alterações melhoraram a mobilidade do ataque e trouxeram mais fluidez ao time, mas a falta de pontaria e decisões erradas seguiam minando a chance de balançar as redes do adversário. Foram 11 finalizações no segundo tempo, evidenciando uma melhora ofensiva, mas a bola não entrou.
A apatia de Felipão e auxiliares no banco de reservas expõe todos os problemas vividos pelo clube. Quase quatro meses de atrasos salariais, jogadores entrando na Justiça para deixar o clube, uma diretoria que não aparece e utilizou o comandante como escudo para abafar tantas lambanças feitas durante um planejamento que nunca se mostrou assertivo. As palavras de Rafael Sobis na saída do campo, alertando que torcida e imprensa não sabem 10% do que ocorre dentro do clube deixa claro que, hoje, o Cruzeiro é um barco à deriva. Por sorte, o risco de rebaixamento foi afastado e os quatro jogos finais serão apenas para cumprir tabela.