Em 2021 a base do Atlético será mais aproveitada nos profissionais

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FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO

No jogo de ontem, na estreia do Atlético no Campeonato Mineiro, o torcedor pode ver novas caras em campo. Meninos da base, como Matheus Lima, Iago, Júlio César, Echaporã e Felipe, Que, pela ausência dos titulares que estão de folga, ganharam uma oportunidade de mostrar serviço.

Um fato que não aconteceu muito na temporada de 2020, mas parece que irá acontecer com mais frequência agora.

O time sub-20 do Atlético. campeão Brasileiro da categoria, possui alguns jogadores que se destacaram na competição, como os laterais Talison e Kevin, os meio campistas Wesley e Iago e o atacante Guilherme Santos. E mesmo assim, o torcedor atleticano questiona, por que os jogadores da base não são aproveitados no time profissional ?

Na temporada 2020, desde a chegada de Sampaoli, jogadores do sub-20 que já estavam treinando e participando de jogos pelos profissionais foram emprestados. Casos de Guilherme Castilho, Léo Griggio, Matheus Mendes, Vitor Mendes, Adriano entre outros.

Antes da chegada de Sampaoli, o clube tinha montado um time de transição formado por jogadores que estouraram a idade do sub-20, que iriam fazer de 25 a 30 jogos no ano. Seriam amistosos, excursões nacionais e internacionais, que ajudariam a massificar a marca do Atlético, além de expor os garotos no mercado. Não jogariam campeonatos, mas estariam jogando para manter ritmo de jogo.

Com a chegada do treinador argentino e também da pandemia, esse plano foi mudado. O time de transição continuou mantido, porém treinando na Cidade do Galo, sob o comando de Leandro Zago, sem fazer nenhum jogo nem amistoso.

Sampaoli criou um time de “sparring” que treinava com os profissionais diariamente. Um time formado por quinze garotos do sub-20 e dez garotos do sub-17. Assim que o treinador chegou ao clube, sua comissão técnica passou uma lista com os nomes para a diretoria da base solicitando os jogadores para a montagem do time.

Na teoria, esses garotos do time de “sparring” estariam sendo preparados para chegar ao profissional. Na prática a situação foi outra. Haja visto que, quando aconteceu o surto de Covid-19 no clube, e foi necessário utilizar garotos no time, Sampaoli buscou Talison e Wesley no Sub-20. Por achar que estavam mais preparados, por estarem jogando direto e terem ritmo de jogo, o que não acontecia com os garotos do time de “sparring”.

No grupo profissional, Sampaoli deu oportunidade para apenas dois garotos da base, Savinho e Calebe.

Savinho, que na última semana foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-17, criou uma grande expectativa no torcedor quando circularam notícias que ele vinha voando nos treinos e seria uma grande revelação com apenas 16 anos. Ele entrou em oito jogos, mas perdeu espaço com Sampaoli ao longo do Brasileiro.

Já Calebe, foi mais utilizado, participou de 11 das 38 partidas do time na competição.

Porém, pela grandeza do Atlético, o torcedor esperava mais participações dos jogadores da base no time profissional. E isso só vai acontecer, se o clube tiver uma cultura de lançar jogadores e convicção. O que tem que acontecer de cima para baixo. Tem que partir do presidente do clube, que tem que comprar e bancar a ideia. Como já vimos em vários clubes pelo Brasil.

Podemos citar o exemplo do Grêmio, quando o então presidente Fábio Koff ordenou que fossem usados garotos da base no time profissional, em vez de recorrer a grandes contratações no mercado. Com a saída de Koff, seu sucessor ,Romildo Bolzan, continuou o processo. Resultado, o Grêmio conseguiu fazer mais de 700 milhões com venda de jogadores da base.

Se o clube não tiver uma cultura de utilizar jogadores da base, não é o técnico quem fará isso.

Sampaoli não tinha o perfil de lançar jogadores, ela preferia recorrer a contratações do mercado,

O presidente Sérgio Coelho, em seu primeiro discurso, deixou bem claro que queria mudar algumas coisas na base, e melhorar a parte de captação dos jogadores. Ele então demitiu Júnior Chávare e contratou Erasmo Damiani para ser o novo Gerente das categorias de base.

Mas parece que as mudanças não irão parar por aí, e não serão só de pessoas, mas de filosofias também, como externou Rodrigo Caetano, em entrevista ao programa BH Sports.

Nas equipes aonde eu trabalhei anteriormente, a equipe Sub-23, equipe de transição, ela não existiu. E sempre procurei a transição com as categorias de base, o estimulo das categorias de base, Sub-17, Sub-20, como fornecedores e abastecedores da equipe profissional. Não por acaso, posso falar que lá no Flamengo de 2017, Vinícius Junior jogou com 16 para 17 anos. No Internacional, nesse ano que passou, além de Yuri Alberto, Praxedes com 18 anos e Peglow com 17. Esses jogadores, bastante jovens, e que são identificados com categoria diferente, com qualidade diferente, esses é que vão acabar jogando nos grandes clubes do futebol brasileiro. A nossa ideia, a nossa filosofia, é que tenhamos na categoria Sub-20, a última categoria que antecede o profissional. E que ela possa estar trabalhando, como já vinha acontecendo com o Sampaoli, em conjunto com o profissional. Porém, sem um número elevado de atletas, e sem também, um número de atletas já sem idade de categoria de base, Para que eles possam treinar com o profissional, ao lado do profissional, e competir na sua categoria. Assim eles não perdem essa integração e não perdem competitividade. Essa é a ideia, e o Leonardo Silva vai ser, já é, o Coordenador do Sub-20 e da transição. Transição não é time é processo. Então quando se fala em equipe de transição, nós vamos ter uma equipe de profissionais que vai realizar a transição. Mas é o processo de transição entre, categoria de base e profissional, que nós vamos dar ênfase. Utilizando jogadores mais jovens e com uma integração maior com o futebol profissional.

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