
FOTO: ATHLETICO / SITE OFICIAL
Visando se reforçar principalmente para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro anunciou de forma oficial a contratação do atacante Guilherme Bissoli, de 23 anos, que chega por empréstimo do Athlético Paranaense até o final da Série B. O jogador vinha atuando pelo time de transição do Furacão no estadual e marcou dois gols em quatro partidas.
Histórico
Formado nas categorias de base do São Paulo, Bissoli era visto como um destaque devido ao bom rendimento nas categorias inferiores e chegou ao Athlético Paranaense em 2020, após polêmica saída do tricolor paulista. Sem renovar seu vínculo em 2018 e sem poder atuar por outros clubes do Brasil em 2019, o staff do atleta encontrou uma solução transferindo o atleta para o Fernando de la Mora, clube da segunda divisão do Paraguai. No início do ano passado, o Furacão contratou o atacante por empréstimo e, no fim do ano, em definitivo.
Teve um início promissor com a camisa do clube em 2020. Com a difícil missão de substituir Marco Rubén, marcou 6 gols em 8 jogos pelo Estadual e 2 em 6 partidas pela Libertadores, além de um na Copa do Brasil, diante do Flamengo. Contudo, não conseguiu manter o mesmo nível do primeiro semestre e caiu de rendimento, terminando a temporada como reserva de Renato Kayser, que passou pelo Cruzeiro e não teve oportunidades. Com a chegada de Matheus Babi, dificilmente seria aproveitado.
Características
Bissoli é um atacante de mobilidade acostumado a atuar no último terço do campo sendo a referência da equipe oferecendo profundidade e movimentação. Se posiciona bem na grande área, marcou 9 dos 10 gols pelo Furacão dando no máximo dois toques. Faz bons desmarques, tem finalização e cabeceio razoáveis. Sabe sair da área pra fazer tabela ou acionar quem está na amplitude, mas ainda precisa ser mais intenso durante os jogos e fisicamente mostra dificuldades quando joga contra zagueiros mais físicos.
Diretor de um dos maiores portais independentes de notícias sobre o Athlético Paranaense, o jornalista e torcedor Juliano Lorenz Oscar (@fusketa), conversou com o portal e detalhou um pouco das suas impressões e do desempenho do Bissoli pelo Furacão:
Bissoli tem boa finalização e um posicionamento razoável, mas não mostrou força física suficiente para disputas no 1×1 contra zagueiros, sendo facilmente batido. Não acho que tenha o biotipo para camisa 9, apesar de sempre ter atuado como centroavante. Também costuma “desligar” durante os jogos, o que acaba prejudicando seu rendimento. Foi muito bem no Estadual marcando seis gols em oito jogos e depois não conseguiu manter o mesmo nível em jogos mais difíceis.
O jornalista Lucas Filus, torcedor do Athlético Paranaense que escreve para o “Trétis”, maior portal independente sobre o clube, também trouxe suas impressões sobre o atleta. Para ele, faltou sequência ao atacante na última temporada, mas é possível tirar mais do jogador se o mesmo for estimulado e potencializado dentro de um esquema de jogo favorável para suas características.
O Bissoli nunca chamou tanta atenção no Athlético de que assumiria a vaga titular do time. Era uma peça útil, apareceu num momento onde poucos o conheciam. Fez alguns gols e destacaria como um jogador médio. Para Série B, pode ser útil pois tem algumas boas características pra um atacante: sabe fazer a referência, se posicionar, nada muito bom mas dentro da média, fazendo com que seja útil. Tem uma finalização boa, consegue dominar uma bola e dar um bom passe ou abrir espaços. Gosto do cabeceio dele, sabe se posicionar nesse fundamento. Por esses aspectos tem uma utilidade.
No Brasileirão do ano passado, Bissoli entrou em campo somente em 15 jogos (seis como titular). Não marcou gols e deu uma assistência. A média de 12.7 toques na bola indica que não se envolvia muito do jogo quando seu time tinha a posse de bola, o que indica uma necessidade de melhora na questão da intensidade e participação. Com minutagem semelhante pelo Vozão e num esquema reativo, Rafael Sobis tinha média de 17.2 toques na bola.
Conclusão
Bissoli ainda é um jogador em formação e busca maior regularidade na carreira. Apesar de ter terminado a temporada de 2020 como um dos artilheiros no Furacão ao lado de Nikão com 9 gols, marcou 67% deles no Campeonato Paranaense, onde o nível não é muito alto. Destes, quatro foram em apenas duas partidas (dois contra o Cascavel e dois contra o Londrina). Perdeu espaço com a chegada de Renato Kayser e com a contratação de Matheus Babi, jogaria pouco. Com o baixo rendimento de Marcelo Moreno e Thiago, Conceição tem Rafael Sobis como titular absoluto e William Pottker ainda buscando afirmação. Nesse contexto, pode ser útil na Série B, mas no momento ainda é uma incógnita.