
O campeonato brasileiro chega amanhã a sua sétima rodada, a janela europeia está prestes a abrir e as transações por reforços entre os clubes brasileiros serão inevitáveis. É certo que todo time grande que tenha o objetivo de se manter em busca de grandes títulos, precisa de fazer caixa e lucrar. E a venda de atletas é, até hoje, a melhor forma de aliviar a folha salarial, compensar possíveis déficits e manter o ambiente financeiro organizado a curto e médio prazo.
É certo que o Cruzeiro irá entrar na dança das negociações. Aliás, já entrou. Como adiantamos aqui, Arrascaeta dificilmente voltará após a Copa do Mundo e será uma perda significativa para um elenco que busca grandes títulos. Além do gringo, alguns jogadores contratados na janela de início do ano sofreram com problemas de lesões – casos de Fred, Deivid e Edilson – e não conseguiram ser, até o momento, completamente úteis ao elenco. Outros jogadores, como Bruno Silva, ainda buscam seu espaço e seu bom futebol. Em teoria, o elenco que hoje joga como titular é o mesmo que conquistou a Copa do Brasil de 2017.
E aí entra a parte difícil e profissional do dirigente de futebol: analisar, pesquisar, negociar e contratar jogadores que sejam de fato necessários ao elenco. Sem troca de favores ou negociatas rasas com empresários. E o Cruzeiro precisa disso para continuar sonhando alto.
Vou evitar analisar, por agora, a efetividade desse elenco e algumas características que são fundamentais para o planejamento, por exemplo: idade, histórico de lesões e concorrência. Meu objetivo aqui é analisar a real necessidade técnica do que vemos jogo após jogo. As carências do time dentro de campo.
A primeira dessas carências é o velocista. O ponta rápido que ataca com efetividade e consegue recompor a marcação. Esse jogador é peça fundamental dos times treinados por Mano Menezes – também por outros grandes técnicos – e segue escasso na Toca. Antes tínhamos Alisson, contratamos o Deivid que se lesionou e até então só tivemos Rafinha. Essa posição é primordial e precisa de ser reforçada. Sentimos isso na pele, agora que Rafinha está fora por conta de uma lesão e nos desfalcará por praticamente um mês.

Rafinha é peça fundamental e se lesionou após o jogo contra o CAP (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)
Outra carência desse elenco é a lateral-direita. Eu sei, temos Edilson. E eu também sei que Romero tem atuado bem improvisado, mas sempre com ressalvas. Enquanto Romero estiver atuando com segurança na lateral, não podemos reclamar. Mas ele não é lateral e pode acabar se queimando – ou até mesmo desvalorizando – por jogar assim. Alguém que chegue para compor o elenco, que tenha mais virtudes ofensivas do que Ezequiel e enfim fecharia uma lacuna que há tempos incomoda o torcedor do Cruzeiro.
Por fim, a última carência é o centroavante. É sabido que dificilmente teremos Fred em total condições em 2018. Raniel ainda é jovem e tem correspondido, mas é habilidoso e gosta de jogar fora da área. Sassá também tem boas características para um camisa 9, por exemplo o pivô, mas não é um goleador nato. Contratar alguém que seja o definidor, o cara que puxa a marcação na área e que numa eventual necessidade desespero de ficar cruzando bola o tempo todo, possa de fato ser mais útil.
As negociações já começaram, o futebol começa a se movimentar para a janela de meio do ano, o negócio é aguardar e cobrar para que o elenco sempre melhore, afinal, o momento difícil da temporada está só começando.
Foto de capa: Ana Maria (a mamãe do Lucas Silva!) / Cruzeiro