
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR OFICIAL / CRUZEIRO E.C.
Em 15 rodadas da Série B, apenas duas vitórias. Há nove jogos consecutivos sem vencer (6 empates e 3 derrotas) o técnico Mozart Santos pediu demissão e deixa o Cruzeiro em 16º com 13 pontos ganhos. O clube pode retornar à vice lanterna dependendo dos resultados de outros times que ainda jogam na rodada. Cenário que lembra 2020, com a diferença de apenas um ponto a mais no ano atual em relação a Série B do ano passado. Mais do que isso, as escolhas do presidente Sérgio Santos Rodrigues fazem do roteiro de 2021 uma “cópia” do que ocorreu ano passado.
No ano passado, o presidente tomou decisões que contrariaram o principal patrocinador do clube, Pedro Lourenço e, principalmente, o torcedor, que queriam um técnico mais experiente. Quando Enderson Moreira foi demitido após o empate contra o CRB na 8ª rodada da Série B, Sérgio Santos Rodrigues optou por Ney Franco mesmo com ampla rejeição. Com sete jogos e apenas duas vitórias, foi demitido com aproveitamento de 33,3% na 16ª rodada, com o Cruzeiro na vice lanterna. Com a chegada de Felipão, o clube se recuperou na competição e em 21 jogos conseguiu terminar a Série B em 11º com 49 pontos. Entregou o cargo por divergência de ideias com a diretoria.
Felipe Conceição chegou com alguma expectativa no início do ano, mas seu trabalho não engrenou. Após 19 partidas, acabou desligado do comando com oito vitórias, três empates e oito derrotas (aproveitamento de 47,3%). Acumulou a eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro, a lanterna na Série B do Brasileiro e a queda na terceira fase da Copa do Brasil para o Juazeirense. Novamente, Sérgio Rodrigues entrou em conflito com a opinião do patrocinador e da torcida, que outra vez entendiam que um nome mais experiente era o ideal pro momento.
Pedrinho entendia que o momento exigia a chegada do diretor Alexandre Mattos e do técnico Vanderlei Luxemburgo. Estava disposto a ajudar, inclusive, no acerto de salários atrasados e contratações. Mattos teve uma conversa com o presidente onde deixou claro que o time precisava de pelo menos seis contratações. Sérgio descartou, fechou com o diretor Rodrigo Pastana e Mozart acabou sendo inevitável, já que trabalharam juntos anteriormente no Coritiba e CSA. Curiosamente, Pastana foi ao mercado e fechou com cinco contratações antes do transfer ban, número semelhante ao sugerido por Mattos e negado pelo presidente.
Agora, diretoria e patrocinador estão alinhados de que um nome experiente é o ideal para resolver a dramática situação vivida pelo Cruzeiro no campeonato. Luxemburgo é o favorito para assumir, mas já deixou claro que com salários atrasados não aceitará o convite, já que seu comando ficaria comprometido perante ao elenco. Afinal, como cobrar atletas que não recebem? De qualquer forma, o pensamento é gerar um efeito parecido com o vivido pelo time no ano passado com a chegada de Felipão. Um “escudo” capaz de controlar o vestiário, recuperar a confiança de um elenco limitado tecnicamente e blindar a diretoria das críticas que vem recebendo por uma série de decisões equivocadas no futebol.