Excesso de empates, pouca eficiência ofensiva e mais: os números gerais do Cruzeiro em 2021

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FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR / CRUZEIRO E.C.

O ano de 2021 do Cruzeiro chegou ao fim após o jogo contra o Náutico, válido pela 38ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. E se tudo que ocorreu ao longo dessa temporada pudesse ser resumido em um jogo, essa partida da última rodada seria um resumo perfeito: um empate, com maior volume de jogo e uma grande ineficiência ofensiva.

Foram 13 jogos pelo Campeonato Mineiro (6 vitórias, 3 empates e 5 derrotas), onde o time parou na semifinal, após perder os dois confrontos contra o América. E foi durante o campeonato estadual que o Cruzeiro conseguiu algo que não voltou a se repetir mais: 3 vitórias em sequência – contra o Boa Esporte, o Coimbra e o clássico contra o Atlético – o time ainda conseguiu a 4ª vitória seguida se consideramos o jogo contra o América-RN, pela 2ª fase da Copa do Brasil. 

Foi na Copa do Brasil que o time apresentou a fragilidade e a oscilação que acompanharia o elenco. Após 4 partidas, o clube foi eliminado na 3ª fase da Competição pelo Juazeirense. Foram 2 vitórias, 1 empate e 1 derrota, essa última por 1 a 0, levando a partida para os pênaltis – a derrota e a desclassificação culminaram na demissão do técnico Felipe Conceição.

Já no Campeonato Brasileiro o time atuou em 38 rodadas. Foram 10 vitórias, 18 empates e 10 derrotas. Uma campanha medíocre que manteve o time sempre em uma colocação igualmente medíocre. O Cruzeiro terminou o campeonato em 12º e, pelo segundo ano seguido, não figurou em nenhum momento no G4 da competição.

Ao todo, o time atuou em 55 partidas: 18 vitórias, 21 empates e 16 derrotas. Um aproveitamento de 45,45%. O alto número de empates mostram a tônica de toda a temporada. Foram resultados como o 1 a 1 contra o Goiás, na 22ª rodada, ou o 1 a 1 contra o Operário, na 24ª rodada, que impediram o time de subir posições na tabela e brigar por algo a mais no campeonato. 

Foram também esses vários empates, como o 2 a 2 contra o Londrina, na 15ª rodada, ou o 1 a 1 contra o Vila Nova, na rodada 34, que colocaram o Cruzeiro em situação de alerta na briga contra a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro da Série B.

Ataque ineficiente e artilheiro em outra equipe

Um dos grandes problemas do Cruzeiro, inclusive, foi o número de gols feitos. Com apenas 59 gols marcados na temporada, o time não só teve o menor número de tentos convertidos nos últimos 10 anos, como também a pior média da década (1,07). Na temporada anterior, em 2020, o clube marcou 62 gols, com uma média de 1,15 por partida.

A artilharia do time na temporada é um reflexo disso. Matheus Barbosa, com 7 gols, foi o artilheiro da equipe – mesmo tendo saído em julho da equipe. Marcelo Moreno teve o maior número de gols, com 6 tentos marcados, entre os jogadores que terminaram o ano no elenco. Mas isso ainda mostra a falta de eficiência ofensiva: seu último gol com a camisa do Cruzeiro foi no início do returno, na vitória por 1 a 0 contra o Confiança, ainda em agosto.

Artilheiros do Cruzeiro em 2021. Em verde, os jogadores emprestados e em vermelho os que deixaram o clube. (IMAGEM: Deus me Dibre)

Jogadores mais utilizados

Como era de se esperar, o goleiro Fábio foi o atleta mais utilizado na temporada. Ídolo e jogador do Cruzeiro com o maior número de jogos, Fábio atuou em 54 das 55 partidas, ficando de fora de apenas um jogo. No total, o goleiro sofreu 49 gols dos 55 sofridos. E só não completou todas as partidas, por conta de uma expulsão contra o Confiança, na rodada inicial da Série B. Lucas França, que o substituiu no jogo e no seguinte, sofreu os outros 6 gols da Raposa na temporada.

Ao todo, o Cruzeiro utilizou 44 atletas durante a temporada de 2021.

Os 11 atletas que mais atuaram pela Raposa nesta temporada foram:

Fábio – 54 jogos (49 gols sofridos)

Rômulo – 46 jogos

Bruno José – 45 jogos (4 gols marcados)

Felipe Augusto – 45 jogos (5 gols marcados)

Ramon – 44 jogos (3 gols marcados)

Adriano – 43 jogos (1 gol marcado)

Rafael Sóbis – 42 jogos (3 gols marcados)

Matheus Pereira – 36 jogos

Eduardo Brock – 32 jogos (2 gols marcados)

Marcinho – 32 jogos (2 gols marcados)

Giovanni – 31 jogos (5 gols marcados)

Thiago – 29 jogos (4 gols marcados)

Os reforços pra temporada

Que o planejamento foi falho, não há dúvidas. Além dos três técnicos que o time teve durante esta temporada, estão as contratações dos conhecidos “jogadores de confiança” e “negociações de ocasião”. Foram 19 atletas contratados, entre definitivos e empréstimos. Desses 19, 3 empréstimos que foram interrompidos: Matheus Barbosa, que pertencia ao Avaí e recebeu proposta do Atlético-GO, Guilherme Bissoli, que retornou ao Athlético-PR e Klebinho, emprestado pelo Flamengo a pedido do técnico Felipe Conceição, mesmo com seu nome tendo sido vetado pela diretoria de futebol da Raposa na época.

Outro reforço que chama a atenção é o atacante Dudu, contratado sem anúncio oficial e com empréstimo até dezembro de 2022. O atleta atuou em 9 partidas com a camisa do Cruzeiro, mas não marcou nenhum gol.

Diogo Vitor é o único reforço desta temporada que não teve chance de jogar. O atleta foi contratado pela Raposa após a punição da FIFA que impede o registro de atletas (transfer ban) ter sido estabelecida. Desde então, o atacante treina na Toca da Raposa II. As informações do seu contrato não foram publicadas pelo clube, e, apesar de existirem informações de que o vínculo com o clube seria por empréstimo até dezembro deste ano, não conseguimos confirmar a veracidade.

As 19 contratações do Cruzeiro em 2021. Os atletas com nomes riscados tiveram seus empréstimos encerrados antes do fim da temporada. (IMAGEM: Deus me Dibre)

Os técnicos

Para encerrar a análise e o que os números nos mostram: os técnicos. Foram 19 jogos sob o comando de Felipe Conceição, 13 jogos sob o comando de Mozart Santos e 23 jogos sob o comando do atual técnico Vanderlei Luxemburgo.

Talvez, a troca de comando entre Felipe Conceição e Mozart não tenha sido a melhor estratégia adotada pela diretoria do clube. Conceição foi demitido com 47,36% de aproveitamento, média bem parecida com a do atual técnico da Raposa. Mas, sem nenhuma dúvida, a saída de Mozart para a chegada de Vanderlei foi um grande acerto.

Com 8 vitórias, 11 empates e apenas 4 derrotas, Vanderlei Luxemburgo teve um aproveitamento de 50,72% com o Cruzeiro, uma diferença gritante para o seu antecessor, Mozart, que conseguiu apenas 33,33% de aproveitamento à frente da Raposa – foram apenas 2 vitórias no comando do técnico. Ironicamente, o cenário atual mostra Mozart ainda vivo na luta pelo acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, comandando o CSA.

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