
FOTO: REPRODUÇÃO / CRUZEIRO E.C.
Entendida como a grande salvação do Cruzeiro, a transformação do futebol do clube em Sociedade Anônima do Futebol vem evoluindo a cada dia mais. Após todo o processo interno e burocrático, que acabou com a aprovação do conselho deliberativo pela transformação, agora o caminho para que a SAF seja implementada – e consequentemente vendida – segue um trâmite mais prático e objetivo.
O Conselho Deliberativo do clube convocou alguns conselheiros para uma reunião sobre o tema na noite desta segunda-feira. O encontro será no Barro Preto, com as presenças de Sérgio Santos Rodrigues, presidente do clube, e Nagib Simões, presidente do Conselho, além de representantes da XP Investimentos, empresa que auxilia a Raposa no processo de captação de investidores.
Conforme noticiado pela rádio Itatiaia e avançando na informação, apuramos que a principal entrave em relação aos investidores está na porcentagem de cada parte no negócio. Atualmente, os possíveis investidores que tenham interesse em adquirir o clube ficarão com 49% que serão colocados à venda. É sempre necessário ressaltar que a parte que será implementada na SAF diz respeito ao futebol, enquanto o clube social permanece no modelo de associação. Os outros 51% ficariam com o clube.
Segundo apuração da nossa reportagem, nos moldes atuais, nenhum investidor entende ser razoável ter participação minoritária, com o ideal vislumbrado ficando em torno de 70% para o investidor e 30% pro clube. Vale ressaltar que caberá ao investidor destinar boa parte das receitas ao pagamento de dívidas, inclusive débitos pendentes com a FIFA, que podem gerar punições de ordem desportiva.
Tal decisão é fundamental para que o processo de venda seja concretizado e os moldes que o estatuto permite atualmente não são interessantes para eventuais candidatos a “compradores” do clube, já que seu poder de decisão ficaria limitado por não possuir decisão majoritária, precisando dessa forma de haver nova discussão sobre a possibilidade de aumentar a porcentagem de ações a serem compartilhadas ao futuro investidor. Ainda segundo apuração, o Botafogo, por exemplo, aprovou a venda de 100% das suas ações para um futuro investidor, o que torna mais fácil a atração de compradores. O receio é de que o Cruzeiro acabe ficando pra trás nesse processo.