
FOTO: FLICKR / CRUZEIRO E.C.
O Cruzeiro apresentou ao Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região seu plano de credores, visando o Regime Centralizado de Execuções (RCE). As informações contidas no documento foram noticiadas inicialmente pelo GE.com e a reportagem do DMD também teve acesso.
Na petição apresentada consta o plano proposto pelo escritório de advocacia Ferreira e Chagas junto à empresa Alvarez & Marsal, que categoriza os credores, define uma ordem de pagamento prioritário a quem optar por descontos maiores nas dívidas e detalha os valores devidos pelo clube.
Dentro do plano de credores, o clube apresenta a evolução total de sua dívida de 2015 até 2020, chegando na casa de R$1 bilhão.

A princípio, o clube reconhece o valor total de R$468 milhões em dívidas cível, trabalhista e financeira dentro da RCE. Desta forma, o clube separou seus credores em classes, obedecendo os critérios da legislação atual e apresentando melhores propostas para aqueles que aceitarem dar descontos maiores para o pagamento da dívida.
Grupo 1: Deságios de 30%
Grupo 2: Deságios de 45%
Grupo 3: Deságios de 60%
Grupo 4: Fornecedores Parceiros
Grupo 5: Trabalhista Judicializado
Grupo 6: Cível Judicializado
Grupo 7: Trabalhista não judicializado
Grupo 8: Cível não judicializado

O procedimento é estabelecido pela Lei da SAF. O clube apresenta o plano de credores tanto na justiça do trabalho, quanto na justiça cível, diante disso, cabe ao tribunal processar o documento e repassar aos credores conforme para que o pagamento seja feito conforme o estabelecido pelo clube.
Dessa forma, as receitas da SAF (20% determinados pela legislação) são repassados aos juízos centralizadores de execução. O Cruzeiro mantendo o plano de credores conforme estabelecido e homologado, terá até 10 anos para pagar todo o montante avaliado, antes que o acionista majoritário (no caso, Ronaldo) se torne solidário.
Obrigação reconhecida
Além dos débitos conhecidos e já judicializados, o Cruzeiro também reconhece passivos de atletas que, até então, não acionar o clube judicialmente. Nominalmente, o clube reconhece o caso do goleiro Fábio, que tem débitos na casa dos R$20 milhões e do atacante Marcelo Moreno, que realizou aportes financeiros na figura de empréstimos ao clube (o valor não foi descrito no plano de credores).