
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / FLICKR / CRUZEIRO
Diretor de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins falou à imprensa na tarde desta terça-feira (31), em coletiva virtual realizada na Toca da Raposa II. Antes mesmo de abrir para perguntas, o dirigente se pronunciou sobre a montagem do elenco, os processos as dificuldades encontradas nesta transição de ano e disse que a diretoria está disposta a brigar, dentro e fora de campo, para o melhor da instituição.
Pedro ainda fez questão de salientar a mudança brusca de elenco – foram 21 saídas e 14 chegadas – buscando montar uma equipe que aumentasse de nível em relação ao ano passado e pudesse ser competitiva em termos de Série A do Campeonato Brasileiro. Além do futebol profissional masculino, outros pontos foram abordados, como a situação do zagueiro Bruno Valdez, o futebol feminino, as obras na Toca da Raposa I e II e as categorias de base.
Confira abaixo as principais falas do diretor de futebol do Cruzeiro:
“Compreendemos a ansiedade com relação ao futuro do clube, o que que o clube vai fazer, que times vamos ter e como vamos nos posicionar diante desse novo cenário. Aqui do lado da diretoria, estamos também ansiosos, também sabemos que temos um grande desafio à frente. Nesse ano, resolvemos adotar posições mais firmes, comprar algumas brigas, porque acreditamos que o protagonismo não vem de graça, se ganha, se conquista. Com esse tipo de briga, nós vamos colocar o Cruzeiro no topo da tabela.”
“Durante o processo de montagem do elenco, encontramos diversos desafios. O principal deles, é financeiro. Procuramos reconstruir uma equipe inteira, 21 saídas de atletas e 14 chegadas. Mesmo com toda dificuldade, procuramos proteger a todo momento a instituição. Não só pensando no curto prazo, mas também olhando pra constituição de um elenco jovem, ambicioso, com fome. Procuramos buscar jogadores com experiência de Série A, que já viveram essa competição, mas não podemos abrir mão da alma cruzeirense. Manter a nossa forma de jogar, nossa ambição e buscar a vitória a todo momento.”
“Trabalhamos numa liga que não tem regulação. Nós lutamos hoje contra o dopping financeiro, contra clubes que prometem e não pagam. Mesmo perante essa dificuldade, nós estamos aqui dispostos a brigar. Além das brigas fora do campo, que são necessárias, também vamos brigar dentro de campo. Vamos construir um Cruzeiro competitivo, ambicioso.”
Balanço das 14 contratações
“O clube procurou nessas 14 contratações, primeiro olhar jogadores que já tinham experiência em Série A, mas também em jovens com potencial. Jogadores que podem render frutos futuros no clube. Nesse momento, vamos avaliar a resposta de cada um deles no Campeonato Mineiro. Com o tempo e as respostas a gente vai conseguir identificar se há necessidade de ajuste e melhora, pensando no Campeonato Brasileiro.”
Negociação com Bruno Valdez
“É um padrão do clube não falar de possibilidade de negociação ou negociações em andamento, justamente porque, pra que a gente consiga fechar, existem diversas etapas. Com o Bruno Valdez, especificamente, o clube deixa claro que não entra em leilão. Todas as negociações que a gente fez, a gente sempre estabeleceu respeito entre as partes e que tem um limite financeiro e vai respeitar esse limite. O clube não vai mudar o seu posicionamento. Não estamos aqui pra ganhar eleição, estamos aqui pra pagar a conta em dia. Isso o clube não vai mudar.”
Incremento de receitas
“É óbvio que houve um incremento de receitas, mas ainda está distante do que a gente considera ideal, porque tem muita dívida pra pagar. O Cruzeiro ainda vai conviver com esse cenário nos próximos anos, um clube com uma dívida bilionária e não consegue acabar com essa dívida do dia pra noites.”
Campeonato Mineiro e montagem de elenco
“Na transição do ano já fizemos uma quantidade grande de saídas, a maioria não-renovação de contrato. Hoje o elenco está bem enxuto, a quantidade de jogadores que hoje trabalham na Toca já está bem próximo do ideal, do que nós planejamos no início. Hoje, nosso foco é trabalhar no desenvolvimento da equipe na competição. Olhar mais de maneira cirúrgica pra entradas e saídas.”
Futebol feminino
“O nosso desavio é fazer com que ocorra um desenvolvimento constante. A gente sabe que é uma indústria que está crescendo muito. Quando a gente olha pra fora, o futebol feminino já se tornou uma realidade. No futebol brasileiro a gente vê muitos clubes aumentando sua capacidade de investimento, mas não vemos uma melhoria estrutural. Aqui a gente optou por eliminar muitas travas culturais. Nós estamos fazendo muito esforço pra melhorar a equipe, olhando não só na melhoria da nossa posição, mas pensando num projeto de longo prazo.”
Obras na Toca da Raposa I e II e base
“O investimento em infraestrutura é um dos pilares da gestão atual. A gente sabe o quanto isso é importante pra que a gente consiga um bom ambiente de trabalho, mas para o desenvolvimento da nossa equipe. Com relação às categorias de base, é um pilar fundamental, estamos trabalhando pra integrar os jovens com talento de uma maneira muito mais rápida na equipe principal. Optamos por jogar a Copa São Paulo com uma equipe basicamente sub-17 porque estamos olhando o desenvolvimento deles e assim vamos acelerar a formação deles. O nosso futuro tá diretamente ligando ao desenvolvimento, formação e, porque não, a venda de jovens talentos no futuro.”