
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / CRUZEIRO E.C.
Anunciado como novo treinador do Cruzeiro na segunda-feira passada, após Paulo Pezzolano entregar o cargo depois da eliminação no Campeonato Mineiro, Pedro Miguel Marques da Costa, o Pepa, foi apresentado oficialmente nesta sexta-feira (24), na Toca da Raposa, como novo treinador do Cruzeiro. Seu contrato vai até o fim do ano.
Apesar da demora na realização da troca, já que foi decidido entre diretoria e Pezzolano que seria esperado o fim da participação do Cruzeiro no Estadual para saída do uruguaio, o comandante ressaltou que entendeu o processo como parte da tentativa de não se errar na escolha do substituto.
“Foi um processo demorado, mas que concordo e defendo. Se estivesse do outro lado de uma diretoria, também não queria errar no treinador e iria esmiuçar ao máximo. Isso que foi feito comigo e comissão técnica nos deixou cada vez mais apaixonados pelo Cruzeiro. Quando mais víamos, mais queríamos aprofundar. O Cruzeiro em termos mundiais dispensa apresentações. Quando começamos a estudar de forma mais profunda do que é o Cruzeiro, ficamos ainda mais entusiasmados. O conhecimento é profundo do plantel antes de ter chegado. O conhecimento é profundo do Cruzeiro antes de ter chegado da Série A, da Copa. Uma convicção e ideia fincada daquilo que pretendemos para essa época.”
O treinador também prometeu que parte do seu trabalho é fazer com que o torcedor volte a sentir orgulho de ver o Cruzeiro, seja indo ao campo ou acompanhando da televisão. Segundo Pepa, todos tem que saber as cores do clube assim que identificá-lo:
“A torcida tem sentir orgulho do que está vendo dentro de campo. Aqui não é palavras, é ponto final. Vai acontecer. Todos nós vamos vestir a camisa, quem olhar pra dentro do campo, ou estiver na televisão, tem que saber as cores do Cruzeiro. Esse é nosso objetivo, que tenham orgulho do time que está em campo.”
Pepa também falou sobre a grande estrutura que encontrou dentro do Cruzeiro e evitou fazer comparações entre treinadores portugueses e brasileiros. Além do plantel disponível, o treinador valoriza a experiência que terá ao comandar o clube, destacando que sairá um treinador melhor do que quando chegou:
“Nunca vou entrar na questão do treinador brasileiro ou do treinador português. Há competência em todo lado. Já houve uma altura que houve muitos treinadores brasileiros em Portugal, agora tem muitos portugueses aqui. Uma coisa tenha certeza, vou sair do Cruzeiro melhor treinador do que sou hoje. A grandeza é grande aqui. Viemos com esse espírito de aportar conhecimento, convicções, mas também temos a certeza do que nos rodeia, da estrutura que temos, e isso que temos que nos fechar e focar. Não basta só falar do elenco e jogadores, há aqui uma estrutura muito grande, profissional e competente que está num caminho muito focado no que pretende. Está tudo imbuído no mesmo espírito e linha de pensamento. Competência aqui, não falta. Não tenho dúvidas que nosso caminho será risonho.”
Ao abordado sobre reforços, Pepa destacou a necessidade de se fazer observações para conhecer as características do jogadores disponíveis e serem rápidos na detecção daquilo que acharem necessário:
“Uma coisa é analisar o plante de forma profunda onde tenho que dar, que não é aqui onde devem compreender. Independente da opinião que dei e que nós da equipe técnica todos analisamos, tínhamos que estar aqui. Temos que ver com nossos olhos, os jogadores se calhar podem ter um rendimento diferente em determinadas posições, se sentindo mais ou menos confortáveis. É nisso que temos que ser cirúrgicos em perceber nisso nesse espaço de 15 dias, até porque a janela extendeu-se até dia 20 ou 21. Portanto, é ter calma, mas a andar. Observar e perceber acima de tudo as características dos jogadores consoante a ideia que temos pra eles.”
Apesar do momento de reconstrução do clube, as dificuldades financeiras e um início de temporada aquém do imaginado, Pepa chegou com um discurso ambicioso e descartou falar em “luta contra o rebaixamento”. O português entende que o objetivo do clube é lutar por uma vaga em competições internacionais, como a Copa Sul-Americana e a Libertadores da América:
“Nosso objetivo é claro: são as competições internacionais. Nunca vamos andar com conversa de lutar ou brigar pra não descer, é impossível isso. Temos que pensar alto, pra frente, sem utopias, sendo realistas. Não há campeão sem trabalho, sem passar por momentos difíceis. Nosso objetivo é qualificar para competições Sul-Americanas. Na Copa, ir o mais longe possível. Não tenho problema nenhum em dizer que temos o sonho e a ambição de ganhar. Ponto final. Vamos fazer tudo por isso.”
Pepa tem 42 anos e estava livre no mercado desde janeiro, quando deixou o comando técnico do Al Tai, da Arábia Saudita. Sua passagem pelo clube árabe não foi boa, mas em Portugal o treinador se destacou principalmente por conseguir fazer equipes de orçamento muito modesto atingirem boas campanhas na Liga NOS, casos de Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães, além de ter mantido o Tondela, equipe com o menor orçamento da Liga, na divisão principal por três temporadas.