
FOTO: GUSTAVO ALEIXO / CRUZEIRO E.C.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou nesta terça-feira (04), audiência sobre o contrato envolvendo a administradora do Mineirão e o Estado. Estiveram presentes representando o Cruzeiro o presidente da Associação e o CEO da SAF, Gabriel Lima, marcaram presença. O executivo do Cruzeiro SAF explicou que houveram propostas apresentadas para receberem mais jogos no estádio, e as empesas do Consórcio Minas Arena recusaram todas.
“O Cruzeiro tentou por inúmeras vezes chegar a um acordo e ter condições de jogar no estádio. Volto a falar, pertence ao governo e está temporariamente cedido a iniciativa privada. Fizemos uma série de propostas para Egesa, HAP e Construcap, as construtoras que formam o consórcio. Todas elas seguindo padrões mínimos praticados em estádios cedidos ao redor do mundo. Nenhuma delas foi aceita, não sei explicar o porquê. Me parece que não há qualquer interesse em ter futebol no estádio. As propostas da Minas Arena apresentam condições piores das que tivemos no ano passado quando já eram totalmente inaceitáveis e não respeitavam o valor do Cruzeiro e sua torcida: Nenhuma participação em receita comercial, venda de comida e bebida e camarotes. Não é justo e não tem quem me convença do contrário.”
Gabriel Lima também explicou sobre outra proposta recusada pelas Minas Arena, apresentada pelo Cruzeiro no ano passado. Segundo o dirigente, o projeto sugeria a contratação de uma empresa para melhorar os serviços prestados pelo estádio e reduzir gastos do Estado com o Mineirão. Gabriel ainda foi taxativo ao afirmar que aparentemente, a intenção das empresas do Consórcio é apenas realizar uma manobra contábil para aumentar sua arrecadação junto ao Governo:
“Ao longo do ano passado, apresentamos uma outra proposta em que trazia um operador máster renomado para melhorar a qualidade dos serviços prestados. Reduzia o aporte do governo, reconhecia o Cruzeiro e a importância na geração de receitas e garantia para a Minas Arena, pelo menos, o mesmo valor faturado em 2022. Não foi aceito. Pelo contrário, todas as informações que tivemos foi que a Egesa, a HAP e a Construcap buscam, na verdade, um operador para, em uma manobra contabil, reduzir seus custos, atingindo um índice financeiro e obrigando o governo a pagar ainda mais. Quero reforçar que nossa discussão e pleito seja para que o Mineirão seja utilizado pra sua finalidade. Não somos contra a relização de shows, queremos a convivência harmônica entre os eventos de música e o futebol”, finalizou.
Diretor comercial da Minas Arena, Samuel Lloyd esteve presente na audiência e ouviu as críticas feitas por deputados e dirigentes presentes na audiência. Quando falou, o diretor que as portas “estão abertas” para que os jogos sejam realizados no estádio:
“Desde sempre, as portas estão abertas. É do nosso interesse trazer todos os jogos possíveis para o estádio. As datas devem ser compartilhadas com os clubes. As regras entre concessionárias e clubes estão determinadas claramente no contrato de PPP. Menos que isso, não. Qualquer receita que a Minas Arena abra mão, ela é responsabilizada pelo estado de Minas Gerais “
Pedro Barros, Secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, revelou durante a audiência que o Mineirão tem, por contrato, a obrigação de garantir, pelo menos, 66 jogos por ano no estádio:
“O contrato do Mineirão tem mecanismos contratuais para que o Estado possa resguardar o interesse público. Para isso, existe uma previsão contratual que o Mineirão tem que ter 66 jogos de futebol por ano. Esse é o número de jogos que o Mineirão recebeu em 2009, ano anterior da assinatura do contrato.”
O secretário ainda lembrou da iniciativa da Secretaria de criar um comitê de clubes que tem data marcada para 20 de abril, onde será discutido a criação de soluções sobre a utilização do Mineirão para jogos de futebol. O Cruzeiro é o principal interessado em rever as condições apresentadas pela Minas Arena para que a distribuição de receitas dentro do estádio seja mais justa para o clube, que defende justamente maior participação na arrecadações com camarotes, bares, entre outros.