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Pepa destaca entrega do Cruzeiro em classificação e elogia produtividade da equipe

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FOTO: CRIS MATTOS / STAFF IMAGES

O Cruzeiro fez o placar que precisava para avançar às oitavas de final da Copa do Brasil. Com o suporte de mais de 21 mil torcedores que lotaram o Independência, a Raposa apresentou um volume ofensivo relevante e criou situações para vencer o Náutico por uma vantagem confortável, mas acabou esbarrando nas próprias limitações para evitar o drama que a partida acabou ganhando. Por fim, William e Richard marcaram os dois tentos da equipe na segunda etapa, garantindo a justa classificação celeste.

Foram 28 finalizações e 16 escanteios. Diante de tanto domínio e volume ofensivo, o técnico Pepa destacou a produtividade do time, mas frisou que a partida acabou ganhando certo ar de perigo a medida que sua equipe ia criando, mas não conseguia converter tanto volume em bolas na rede:

“Foi um jogo perigoso, porque tivemos muito volume ofensivo, perto de 25 finalizações e 16 escanteios, mas a qualquer momento se não fizemos um gol cedo o Náutico a qualquer momento numa transição ou bola parada pode criar ruído e criou pelo menos duas vezes. Mas houve discernimento, houve muita intensidade, o gol ser marcado no último minuto nos obrigou a estar sempre atrás do resultado, claro que nem sempre com as melhores decisões, mas sempre com muita energia e cabe a nós trazer a torcida pro nosso lado, que mais uma vez nos empurrou de forma absurda.”

O treinador também falou sobre a dificuldade de se definir uma equipe titular com um jogo tão próximo do outro. Foi a segunda partida do Cruzeiro em três dias, já que no sábado também havia enfrentado o Grêmio no Independência, vencendo por 1 a 0 e entregando uma intensidade muito alta para defender o resultado. Segundo Pepa, a escalação só ficou definida hoje:

Os onze só ficaram definidos hoje, isso é prova de que temos que nos agarrar a vários fatores, aos departamentos que temos de excelência, se agarrando na competência dos nossos departamentos na recuperação, alimentação, descanso, em todos os testes que fazem. Praticamente não tivemos tempo para treinar, tivemos que treinar de outra forma. Corrigindo, analisando, nossa pressão nesse jogo foi diferente. Nos últimos dez minutos do primeiro tempo sentimos a energia cair um pouco, é normal. Há sempre um momento ou outro a energia cair, mas aqui não há voltas a dar, é continuar juntos e ir atrás do resultado. Foi desgastante, mas conseguimos chegar às oitavas.”

O treinador também explicou a estratégia utilizada para o duelo, destacando que foi diferente em relação ao que foi utilizado para encarar o Grêmio, e destacou a participação dos seus laterais. William ganhou um destaque especial pela grande atuação com um gol e uma assistência:

Sabíamos que precisávamos de muita profundidade dos nossos laterais, e William conseguiu isso desde o primeiro minuto até o último e acabou fazendo gol e assistência. O Marlon também tem essa capacidade, mas sentimos que pelas decisões no segundo tempo que caiu fisicamente, daí a entrada do Kaiki. Era importante os pontas variando por dentro e por fora e encontramos os espaços, sinônimo disso foi o volume ofensivo criado. Também sou um insatisfeito por natureza, dezesseis escanteios temos que fazer gols. Fizemos contra Corinthians, Grêmio e há sempre muito espaço para melhorar.”

Outros trechos da coletiva:

Momento sem gols de Gilberto:

“Ele trabalhou no limite. Precisávamos do Gilberto, nem que ele não corresse muito, mas ficasse ali e ele disse que ficaria pela equipe. Sei que o centroavante vive de gols, mas a confiança que ele precisa ter é da torcida, da comissão e as coisas vão surgir com naturalidade. Richard foi no sacrifício, mas esse é o nosso espírito, seja quem for é ter o clube acima de tudo. Temos que estar preparados para dar a vida pelo clube.”

Metodologia de trabalho:

A questão psicológica está inerente em tudo. Acreditamos que o conforto tático nos dará o conforto psicológico. Quando o time joga sabendo o que fazer dentro de campo, fica mais confortável e podemos tirar mais do elenco. O foco é um pouco em tudo. A questão de fazer acreditar que tudo é possível, que não interessa a folha salarial, temos que olhar mais pra nós e naquilo que temos que fazer dentro de campo. É a única forma, olhar o que podemos fazer com e sem bola. É o principal do dia a dia, o conforto dos jogadores naquilo que precisam fazer dentro de campo.”

Planejamento para jogadores da base:

Estamos sempre muito próximos do Sub-20. Conhecemos todos os jogadores, mas aqui tem um processo que não podemos queimar os jogadores. É prepará-los em termos táticos, físicos e técnicos e também emocional. Temos que nos manter focados e preparados. Cabe a mim cobrar deles e protegê-los, e quando as coisas não correm bem, cabe a mim puxar por eles. A base é paciência, não lançar os meninos na fogueira e trabalhá-los, porque há bons jogadores na base, temos bons jogadores jovens no elenco profissional. É uma questão de tempo, quem bater a porta para jogar tem que provar no dia a dia, sempre treinando no limite. É um grupo de muito trabalho ali dentro.”

O Cruzeiro é o primeiro a garantir vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil. Com isso, leva pra casa a premiação de R$ 3,3 milhões, que se juntam aos R$ 2,1 milhões garantidos após a participação na terceira fase. Agora, os comandados de Pepa viram a chave pra Série A, já que enfrentam o Red Bull Bragantino no próximo sábado (29), às 18h30h, em Bragança.

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