No Brasileiro, Cruzeiro só venceu uma vez após ser vazado em seus jogos

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FOTO: STAFF IMAGES / CRUZEIRO E.C.

Atravessando seu pior momento na temporada, a derrota por 1 a 0 para o Fortaleza, no Mineirão, na última quarta-feira, sacramentou a enorme dificuldade do Cruzeiro em fazer valer seu mando de campo e chegar ao sétimo jogo sem triunfo, o maior jejum da temporada.

Os fatores são variados, e além da inoperância ofensiva, a “itinerância” ao atuar como mandante no Brasileiro, (até aqui, o Cruzeiro já jogou na Arena Independência, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, no Parque do Sabiá, em Uberlândia, e no Mineirão) somado a dificuldade do gramado do Mineirão, só aumentam os desafios da equipe.

Pelo torneio nacional já são cinco jogos de jejum, com três derrotas e dois empates. A última vitória aconteceu há quase 40 dias, quando a Raposa bateu o América-MG por 4 a 0, no Independência, pela sexta rodada do Brasileiro. De lá pra cá, juntando também os confrontos contra o Grêmio pela Copa do Brasil, o Cruzeiro só foi as redes mais de uma vez no empate em 2 a 2 contra o Bahia, na 10ª rodada, em Salvador.

O problema crônico do ataque expõe também um problema defensivo: Quando foi vazado, o Cruzeiro só conseguiu sair de campo com a vitória em uma oportunidade neste Brasileiro. Foi na partida diante do Santos, no Independência, pela 4ª rodada. Após fazer 1 a 0, com Wesley, a Raposa viu o Peixe empatar, mas reagiu rápido e fez o segundo também com Wesley, conseguindo sustentar a vitória por 2 a 1.

Fora isso, as outras três vitórias no Brasileiro vieram quando o time não foi vazado: 1 a 0 sobre o Grêmio, na 2ª rodada, 3 a 0 sobre o Red Bull Bragantino, em Bragança, pela 3ª rodada e a goleada por 4 a 0 sobre o América-MG, na 6ª rodada, a última vitória do time até o momento. Como marcou mais de um gol apenas em três jogos nessas 11 rodadas, o time acaba vulnerável quando é vazado, dificultando sair com a vitória. Nas cinco derrotas sofridas, não conseguiu marcar gols em quatro.

Na estreia do Brasileiro, perdeu para o Corinthians por 2 a 1. Os paulistas abriram dois de vantagem, mas a Raposa diminuiu com Oliveira. No restante dos jogos, perdeu para o Fluminense por 2 a 0 e Cuiabá, por 1 a 0, em seus domínios, na quinta e sétima rodada, respectivamente. Em ambos os jogos o time criou para, pelo menos, empatar, mas não foi capaz de ser eficaz.

Contra o Flamengo, no Maracanã, na oitava rodada, saiu na frente, mas acabou permitindo o empate. Na segunda etapa, criou mais chances que o rubro-negro, mas novamente viu seu ataque falhar no momento final. No clássico diante do Atlético, na nona rodada, saiu atrás em falha de Rafael Cabral e não conseguiu reagir.

Na décima rodada, empate contra o Bahia por 2 a 2. Após sair perdendo, a equipe mostrou personalidade para virar ainda no primeiro tempo. Porém, acabou permitindo o empate em falha da defesa após cobrança de escanteio e, outra vez, viu seus atacantes desperdiçarem grandes oportunidades para sair com a vitória.

Contra o Fortaleza, não jogou bem, mas ainda assim perdeu chances claras com Bruno Rodrigues e Henrique Dourado (duas vezes), e viu em um contra-ataque a derrota ser sacramentada. Após o jogo, o técnico Pepa afirmou que já identificou os erros que a equipe vem cometendo, dentre eles a dificuldade nas transições defensivas e o enfrentamento de adversários que se defendem com linhas baixas. O técnico também lembrou a falta que Richard e Ramiro vem fazendo a equipe:

“Não é só a falta de capacidade de fazer os gols. Já falei aqui, a falta de capacidade quando encontramos uma equipe de linha baixa e estamos a permitir duas transições. Não é desculpa, mas vou ter que falar algo factual: o Richard e o Ramiro ajudavam muito nesse tipo de perda de bola. Mas já não estão conosco há muito tempo. Sentimos muito a falta desses jogadores, mas não pode servir de desculpa para resolvermos esses problemas que começaram a aparecer a partir daí. Somos nós internamente que precisamos resolver.”

O último jogo de Richard pelo Cruzeiro foi na vitória sobre o Santos. O volante acabou afastado e não atuará mais pelo clube após ter o nome citado pelo Ministério Público de Goiás em processo que investiga esquemas de apostas esportivas no futebol. Já Ramiro, acabou se lesionando durante treinamento com uma entorse no joelho direito e não deve mais atuar na temporada.

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