Cruzeiro vence o Atlético na Arena MRV e sai na frente em disputa das quartas da Copa do Brasil

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Atlético e Cruzeiro se enfrentaram na noite desta quarta-feira (27), pela partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil. O clássico que marca o quinto encontro em mata-mata das duas equipes em competições nacionais – as equipes se enfrentaram outra vezes nos Brasileirões de 1986 e 1999, além das Copas do Brasil de 2014 e de 2019 – e colocou à frente times que vivem momentos diferentes na temporada.

Ainda buscando um desempenho ideal, o Atlético segue vivo em todas as disputas da temporada. A equipe comandada por Cuca é a 12ª colocada no Campeonato Brasileiro, onde tem dificuldades de conseguir uma sequência de bons resultados, principalmente no período pós-Copa do Mundo de Clubes. As fichas estão sendo depositadas no mata-mata: com duas vitórias sobre o Godoy Cruz, o Galo está classificado às quartas da Copa Sul-Americana e também deposita muita esperança na Copa do Brasil, onde enfrenta seu maior rival.

O Cruzeiro vem em outra sintonia: o clube segue brigando nas cabeças do Campeonato Brasileiro, ocupando a 3ª posição e 41 pontos somados, 5 a menos que o líder Flamengo. A reestruturação do Cruzeiro aconteceu justamente após a eliminação da equipe, ainda na fase de grupos, da Copa Sul-Americana. Com ótimo desempenho coletivo e alguns destaques individuais, o técnico Leonardo Jardim não tem dúvidas sobre qual equipe escalar e tem como característica poucas trocas durante o jogo.

Escalações:

Cuca surpreendeu a todos com a escalação do Galo para o primeiro jogo da Copa do Brasil. Dudu, atacante que veio justamente do rival, começou de titular, ao lado de Hulk e Cuello, formando uma linha de três atacantes. Scarpa ocupava o meio de campo, ao lado de Alan Franco e Alexsander. Na defesa, sem Lyanco (machucado), nada diferente do esperado. Assim o Atlético foi a campo:

Jardim já havia adiantado que não mudaria o time, em relação ao confronto do último final de semana, quando o Cruzeiro venceu o Internacional no Mineirão. Sem alterações, o Cruzeiro foi a campo com o que se considera, hoje, o “11 ideal” do técnico português. Assim a Raposa foi a campo:

Primeiro tempo:

O primeiro tempo começou com intensidade e marcação forte, mas, contrariando as previsões, com um jogo aberto, com ambos os times buscando o ataque dentro das suas características. O Cruzeiro antecipava a marcação e forçava o ataque em conjunto, com a bola sempre buscando o artilheiro Kaio Jorge. O Atlético respondia com a bola longa, principalmente procurando Cuello como válvula de escape.

O Cruzeiro pressionava no campo de ataque e deixava o time por vezes desguarnecido no campo defensivo, deixando o Atlético chegar com muito espaço principalmente nas costas dos seus laterais. Dessa forma, Dudu e Hulk tiveram boas chances de criar movimentos de ataque, mas que não terminaram em boas finalizações. Trabalhando a bola em frente à área do adversário, o Cruzeiro via dificuldades em achar soluções no curto espaço deixado pelos marcadores alvinegros.

O jogo ganhou contornos diferentes depois da metade da primeira etapa. O Atlético conseguiu subir suas linhas e passou a criar mais com passes curtos e boas trocas de passes, sempre buscando Cuello para a jogada invidual ou Hulk, no comando de ataque. Kaio Jorge foi o primeiro amarelado do clássico, após fazer uma falta no campo de ataque em cima de Scarpa.

O Cruzeiro seguia com dificuldade de criar, mas foi num erro do Galo que o Cruzeiro quase criou sua melhor oportunidade, com Romero desarmando Franco e servindo Kaio Jorge, que tocou para Matheus Pereira, que ao invés de chutar, tentou o drible. A bola acabou sobrando para Wanderson, que tentou um chute forte, mas pra fora.

O segundo amarelo do primeiro tempo veio aos 34 minutos, com Junior Alonso impedindo Wanderson de puxar um contragolpe do Cruzeiro, que agora via um jogo mais disputado no meio de campo. Com mais duelos que jogadas trabalhadas, o jogo se desenhava ainda mais equilibrado na reta final do primeiro tempo. O Cruzeiro forçando muito o jogo pelos lados de campo, mas sem sucesso em acionar o ataque, enquanto o Atlético também explorava os espaços nas laterais, mas tentando mais acionar Hulk pelo chão.

O terceiro amarelo veio para o lateral Guilherme Arana, aos 40 minutos, por falta dura no meio de campo. Na sequência da falta, Wanderson tomou também cartão amarelo, impedindo um possível contra-ataque de Scarpa. Ainda com muitos duelos e uma partida mais faltosa depois do bom início, o árbitro assinalou mais 3 minutos de acréscimo. O Atlético ainda tentou mais uma jogada na área do Cruzeiro, que contou com Cássio para defender, mas o lance já estava impedido. E assim o placar terminou em branco no primeiro tempo: 0 a 0.

Segundo tempo:

Os times voltaram a campo sem alterações, mas o jogo de duelos fortes começou logo no primeiro minuto, com Wanderson e Alan Franco disputando a bola e terminando em falta. Se o jogo parecia truncado, Fabrício Bruno fez as vezes de um camisa 10: carregou sozinho no meio campo e soltou um chutaço, no ângulo do Everson, que não conseguiu chegar. O Cruzeiro abria o placar na Arena MRV: Atlético 0 a 1 Cruzeiro.

O Atlético tentava a resposta, principalmente com bolas longas e invertidas no campo de ataque, procurando Dudu por um lado e Cuello por outro. Com a necessidade de subir, o Cruzeiro achava espaços para controlar a bola no campo de ataque, mas via o Atlético sair em contra-ataques perigosos, sempre no mano a mano com os zagueiros celestes.

Precisando mudar o resultado, Cuca fez suas primeiras alterações na equipe do Galo: Dudu saiu para e entrada de Rony e Scarpa para a entrada de Reinier. O objetivo era ganhar mais velocidade com Rony mais aberto e também dar mais qualidade ao meio de campo, com Reinier mais próximo de Hulk, que comandava a frente.

Mas foi o Cruzeiro, na bola parada, que achou o segundo gol. Wanderson cobrou escanteio, a bola rebatida na área caiu no pé do artilheiro: Kaio Jorge, cara a cara com Everson, só empurrou para o fundo das redes fazendo o segundo gol celeste. Atlético 0 a 2 Cruzeiro.

Logo após o gol, Wanderson foi substituído para a entrada de Matheus Henrique. Uma reposta de Leonardo Jardim ao que fez o Cuca, buscando mais fôlego e um combate melhor no meio de campo. Sem conseguir corresponder diante das mexidas, Cuca optou por fazer novas mudanças, dessa vez entrando Igor Gomes no lugar de Alan Franco, tentando ter mais controle do meio de campo e fazendo uma linha de dois meias para ajudar Hulk na frente, e Biel no lugar de Cuello, dando mais fôlego ao ataque celeste.

Jardim respondeu novamente com outra substituição: Kaio Jorge saiu para a entrada de Gabigol, que foi orientado a jogar mais à frente, na posição do camisa 19. William acabou sendo amarelado aos 33 do segundo tempo, quando impediu progressão de Biel com um carrinho. A falta frontal foi cobrada por Hulk, que tentou o chute rasteiro. Na volta, Alexsander chutou nas mãos de Cássio. Reinier também foi amarelado após falta no meio de campo em cima de Lucas Romero.

O jogo seguia um desenho muito parecido com o do final da primeira etapa, com muitas faltas e muito truncado. O Atlético tentava acionar seus homens fortes na bola longa, pelos lados de campo, forçando o Cruzeiro ao erro. O time celeste dava sinais de cansaço, principalmente de seus homens de meio de campo. Lucas Silva era alvo dos meias do Galo para a progressão, dando claro sinais de exaustão.

Jardim fez sua última substituição aos 42 minutos em campo. Matheus Pereira saiu para a entrada de Eduardo, enquanto o Atlético tinha uma cobrança de falta frontal para fazer. Hulk bateu, mas mandou pra fora, sem perigo para o goleiro Cássio. O árbitro Ramon Abatti Abel apontou 6 minutos de acréscimos.

O Cruzeiro fechou seu time para tentar sair no contra-ataque, enquanto o Atlético subiu suas linhas para pressionar de todas as formas. Mas com pouca criatividade e poder de fogo, o time de Cuca tinha muitas dificuldades para criar chances claras, mesmo com maior número de posse de bola. E foi nesse ritmo que terminou: Atlético 0 a 2 Cruzeiro no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.

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