
A noite da última quarta-feira (13), ficou marcada com mais uma vitória alvinegra no Campeonato Brasileiro. Mas, poderia não ter sido assim. Para alguns analistas, o clube mineiro teve 4 penalidades no jogo. Para outros, ao menos 3. O importante é ressaltar que em nenhuma delas, o árbitro do jogo, Paulo Roberto Alves Junior, assinalou o lance em campo. Em 2, ambas no segundo tempo, o juiz foi salvo pela cabine do VAR.
Tudo isso fez com que o Diretor de Futebol, Rodrigo Caetano e o auxiliar de Cuca, Eudes Pedro, reclamassem muito com os árbitros de vídeo e de campo durante a partida. Isso foi, pelo menos, o que disse na súmula Paulo Roberto Junior.
Reclamações, indignações ou até mesmo revoltas com a forma com que as equipes de arbitragem conduzem a partida, não são de exclusividade do Atlético. É extremamente comum, no futebol brasileiro, ver treinadores, dirigentes e até jogadores reivindicando ou contestando as escolhas dos árbitros. Isso sem falar nos torcedores, claro.
Para se ter uma ideia, mesmo com tantos lances no mínimo “confusos” na vitória atleticana de ontem, o atacante Marinho, do Santos, não saiu de campo muito feliz com o juiz:
Um pênalti que é meio duvidoso, porque o meia deles cabeceou sozinho. Não tem vantagem. O segundo, numa falta que eu não entendi muito bem. E depois o árbitro começou a minar o jogo também. É difícil não falar de arbitragem aqui.
No Brasileirão da temporada passada, ainda com o presidente Sergio Sette Câmara no comando, o Atlético enviou um ofício à CBF com uma reclamação por um pênalti não marcado em cima do atacante Eduardo Vargas, na vitória alvinegra, diante do Corinthians, em São Paulo, por 2 x 1. A resposta da Confederação Brasileira, logo veio. De acordo com o ex-mandatário atleticano, em entrevista a TV Galo, “a CBF, através de sua ouvidoria, reconheceu que foi um erro crasso e que poderia ter mudado o resultado (da partida)”.
O documento enviado pela CBF apontou que naquela situação, houve um “erro óbvio”.

Foto: Bruno Cantini / Atletico
No Campeonato Brasileiro do ano anterior, em 2018, houveram novas reclamações. Na partida contra o Botafogo no Rio de Janeiro, por exemplo, o então diretor de futebol, Rui Costa, não concordou com um pênalti marcado para a equipe carioca e a não marcação de uma possível penalidade para o Galo:
O VAR veio para ajudar o futebol brasileiro, e disso eu não tenho nenhuma dúvida. Toda vez que se deixa uma lacuna e deixa para interpretação, e essa interpretação é feita com critérios diferentes, dependendo da camisa, é muito preocupante. Eu não vi pênalti no lance do Igor Rabello.
E ele ainda completou…
Não é possível que ele não chama o VAR no nosso lance. Ele tomou a decisão sem olhar o VAR. Quase 90% dos lances que ele pede o VAR, muda de ideia. Por que não chamou a revisão no lance do Carli? Não é possível que o árbitro erre com o VAR.
Em 2015, quando o Galo conquistou o vice-campeonato Brasileiro, não foi diferente. Após uma derrota no estádio Independência, para o xará paranaense, os jogadores atleticanos se revoltaram com a atuação do árbitro Marcelo de Lima Henrique.

Foto: Lucas Uebel/Getty Images
Jogar com um a menos é complicado, o juiz hoje não deu conta do assunto. É uma vergonha – falou Dátolo.
Foi a gota d’água, em uma sequência confusa, perdida em campo. Isso mina a gente, é uma sequência de erros que acabam nos prejudicando – disse o então goleiro Victor.
Quem também comentou após esta partida, foi o ex-presidente atleticano Alexandre Kalil. Atual prefeito de Belo Horizonte, Kalil não poupou nas críticas ao árbitro e ao então presidente da comissão de arbitragem da CBF, Sergio Correia:

Kalil faz duras críticas ao árbitro Marcelo De Lima Henrique e a Sergio Correira – FOTO: REPRODUÇÃO / TWITTER
Em 2012, outro ano em que o Atlético alcançou o vice-campeonato brasileiro, muitas reclamações, críticas e até mosaicos da torcida atleticana contra a CBF foram vistos.

FOTO: REPRODUÇÃO / TWITTER
Entra ano, passa ano e as coisas não mudam. Tais reclamações não são de exclusividade atleticana. Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Botafogo… Todos os principais clubes do futebol brasileiro já estiveram nos últimos anos, cobrando ações da Comissão de Arbitragem da CBF.
O que mais chamou a atenção nos últimos campeonatos, é que mesmo com vitórias, a diretoria atleticana não tem deixado de protestar quando acredita ter sido prejudicada. A grande pergunta que fica é se apenas isso tem surtido algum efeito.
Qual a solução? Existe alguma? A princípio, o VAR tem diminuído muito os erros, mas, ainda assim, alguns bem escandalosos tem “aparecido”. Como corrigir ou aperfeiçoar uma ferramenta que veio para praticamente anular erros gritantes?