A VITÓRIA NO MINEIRO QUE TIRA O SONO PARA A LIBERTADORES

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Dizem por aí que adquirimos o hábito de nunca curtir as vitórias do Atlético totalmente, que sempre teremos uma reclamação na ponta da língua. Talvez exista exagero da nossa parte, no meu caso, arquibancada e imprensa, mas basta um tour pelas torcidas do país que venceram suas partidas para perceber é cultural no mundo do futebol vermos comentários sobre setores dos clubes capazes de apresentarem desempenho melhor. Seja pelo espaço criado para o torcedor graças à abençoada tecnologia, seja pelo papel do comunicador em perceber pontos que podem interferir no desempenho futuro do time, basta uma dose de bom senso para que injustiças não sejam cometidas e que o clube, foco do assunto, não se sinta perseguido e entenda o grande alcance que ele possui no universo da bola, o que atrai críticas positivas e negativas, independente do resultado em campo.

O Atlético garantiu a liderança do Mineiro com uma rodada de antecedência, lotou o gigante da Pampulha mais uma vez com uma fantástica promoção para atrair crianças ao jogo, não perdeu os clássicos competição, até o momento, e aproveitou a primeira fase para descansar a equipe principal, enquanto testava as demais peças do elenco, seja do time “B” ou “C”. Grande parte da torcida comemorou o primeiro gol antes da bola rolar, quando o telão do Mineirão anunciou a escalação sem Patric e Elias, os dois principais pedidos da Massa na semana. Porém, pensando a longo prazo e na árdua missão de alcançar o milagre da classificação na Libertadores, o atleticano deixa a arquibancada com a pulga atrás da orelha.

Galo e Danubio, no Uruguai, segundos finais do segundo tempo. Ricardo Oliveira acaba de deixar o Galo em vantagem, mas uma bola cruzada do lado direito da defesa acaba nas redes de Victor. Também do lado direito, dessa vez contra o Cerro, no Mineirão, bola cruzada e gol do adversário. Antes de fechar a tampa do caixão, a bola faz ameaças, manda recados e a caixa postal do técnico alvinegro está lotada. Como as mensagens foram ignoradas, bola na direita da defesa, contra o Nacional, no Uruguai, e CAIXA. Todos os exemplos são de gols sofridos na Copa Libertadores, mas não foi diferente no Mineiro, contra o América. Apesar do chute forte no primeiro gol do coelho, a jogada nasce na cobrança de escanteio e no segundo, em bola cruzada após cobrança de falta do lado esquerdo.

Trouxemos dois dos zagueiros mais desejados do país, variamos a escalação no meio de todas as maneiras possíveis e ainda assim temos a impressão de assistir um NÃO VALE A PENA VER DE NOVO, com os mesmos erros do passado. Temos dias para corrigir o problema que persiste há meses, aliás, anos, e não encontrar a fórmula mágica nos custará uma eliminação tão vexatória quanto àquela contra o Jorge Wilstermann, que eu não vou procurar no Google se escreve com dois L’s ou dois N’s.

Abençoado seja o pé do Matheusinho que nos trouxe aquele cartão vermelho, o que atenuou as idas do América ao ataque. Liderança garantida, temos a oportunidade de escalar o time D contra o Tupynambás, enquanto trancamos as portas da Cidade do Galo para rever todo o método que tem sido aplicado até aqui, o que fazer com Fábio Santos, troca, insiste nas subidas ao ataque ou proíbe que passe do meio-campo. Para garantir, encontrem aquelas camisas que o Cuca distribuiu com ‘Yes, We CAM’, a da santa e qualquer outro amuleto. Sem evoluir na correção dos erros de sempre, cabe a nós ficarmos apegados apenas à beleza do ‘eu acredito’ e, caso a eliminação venha (tá amarrado em nome de Jesus), a culpa será do torcedor que não conseguiu curtir nem os dias de vitória sobre o América. Erros? Bola aérea? Cruzamento? Detalhes do futebol que temos sido apenas vítimas do azar.

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