Em um Monumental de Núñez em festa, o Atlético segurou o River Plate por 90 minutos, assegurou o 0 x 0 e garantiu a classificação para a finalíssima da Copa Libertadores da América. Em uma partida em que o time argentino pressionou bastante, o Galo contou com uma grande noite do seu sistema defensivo para sair de Buenos Aires com a classificação.
Após o apito final, o técnico alvinegro, Gabriel Milito, analisou a partida em entrevista coletiva e destacou a importância do comprometimento de sua equipe: “Sabíamos que precisávamos defender bem, pois o River tomaria a iniciativa do jogo e seria agressivo no ataque, tentando diminuir a vantagem que tínhamos. Era essencial defender tanto individual quanto coletivamente, e acho que fizemos isso muito bem”, afirmou o treinador, elogiando o desempenho defensivo de seus jogadores.
O time de Marcelo Gallardo, conhecido pela pressão que exerce sobre os seus adversários quando joga em casa, finalizou 35 vezes e teve 68% de posse de bola. Ainda assim, não conseguiu superar a defesa atleticana. “Talvez tenha nos faltado um pouco mais de posse de bola para contra-atacar, mas é uma semifinal, o River pressiona muito bem e não nos deixou fazer isso”. Apesar da pressão, o Galo teve três oportunidades de gol. A primeira foi com Deyverson no primeiro tempo. Na etapa complementar, Scarpa acertou o travessão e Deyverson, no rebote do mesmo lance, parou no goleiro Armani.
Milito também destacou a personalidade dos seus jogadores: “A personalidade, o caráter e a força mental de todo o time se mostraram no compromisso com a defesa para manter o 0 x 0”. A estratégia defensiva durante a partida foi outro ponto enfatizado pelo comandante alvinegro.
Quando vejo que o time está bem, pronto para atacar, precisamos propor o ataque. Em outros jogos, temos que defender, e, bem, defenderemos, porque temos uma vantagem. Precisamos fazer o que mais convém de acordo com o momento da equipe. Eu acredito fortemente nas minhas ideias, mas também sei que há momentos em que precisamos ter uma força defensiva.
O treinador levou o Galo à terceira final em 2024 (a campanha de classificação do Campeonato Mineiro foi feita por Luiz Felipe Scolari. Milito chegou ao time nas finais), em 51 jogos no comando. Entre altos e baixos, Milito chegou a ser criticado na metade do ano. Além da conquista do estadual, o treinador fez a segunda melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, ficando atrás apenas do River Plate. No caminho para a final, o Galo superou o San Lorenzo, o atual campeão do torneio e, por último, o River. Já na Copa do Brasil, a equipe alvinegra passou por CRB, Sport, São Paulo (atual campeão do torneio) e Vasco. Gabriel Milito reconheceu que o resultado é fruto do trabalho árduo ao longo da temporada.
Agora estamos, logicamente, com as emoções à flor da pele por termos conseguido, mas tudo isso é fruto de muito trabalho. Não foi fácil lidar com todas as competições, mas nos propusemos, como grupo, a jogar todas as partidas do Brasileirão, da Copa do Brasil e da Libertadores. Sabíamos que seria um caminho difícil e que tínhamos que tentar, porque temos jogadores e um time que poderiam conquistar isso. Foi para isso que trabalhamos, e, felizmente, hoje conseguimos realizar nosso sonho. Agora seguimos em frente, pois ainda queremos lutar pela glória verdadeira.
Por fim, o comandante compartilhou suas expectativas para a final: “Estamos na final, mas ainda não ganhamos nada. O que sonhamos foi chegar até aqui, e agora temos a chance de lutar por algo grande. Acredito no esforço da equipe e valorizo o que todos fizeram nesta temporada”.
O Atlético se prepara agora para enfrentar o Flamengo, no domingo (03), no Maracanã, pelo primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil. Na busca pela “Glória Eterna”, o Galo tem apenas mais uma etapa, a finalíssima, marcada para o dia 30 de novembro, no Monumental de Núñez, na Argentina, diante de Botafogo ou Peñarol (URU).