Anunciado como novo diretor, Mattos rebate rótulo de gastos excessivos para montagem do elenco

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Anunciado como novo diretor de futebol do Atlético, Alexandre Mattos foi apresentado na Cidade do Galo em uma entrevista coletiva diferente. Seguindo as recomendações dos órgãos de saúde diante da pandemia do coronavírus, o clube vetou o acesso da imprensa ao centro de treinamento, mas permitiu que jornalistas enviassem perguntas para o dirigente. Guilherme D’assumpção e Kika Branco, repórteres da TV Galo, foram os responsáveis por repassar as perguntas ao diretor.

Em várias respostas, Mattos falou sobre ter sido rotulado durante a carreira como um profissional de gastos excessivos e citou as passagens por América e Cruzeiro para comparar a situação dos clubes quando chegou e o “legado” deixado por ele nas saídas.

O América vivia uma situação, talvez a pior da sua história, com dificuldade enorme financeira. Me lembro que quando cheguei os funcionários estavam com algo em torno de sete meses de salário atrasado, não tinha nem campeonato nacional e, na saída, saímos com o América na primeira divisão. No Cruzeiro também, uma dificuldade financeira enorme na minha chegada, dificuldade técnica também e conseguimos fazer um legado importante. Conseguimos conquistas, recursos, o Cruzeiro conseguiu, nesse período, as maiores receitas da sua história.

O Alexandre gasta muito. É só pegar os clubes por onde eu passei, como os clubes estavam quando eu cheguei, sem absolutamente recursos, sem absolutamente time, estrutura e como eu saí. Foi um trabalho enorme, não só meu, de muitas pessoas para a equipe prosperar, principalmente financeiramente, todas elas, sem exceção, América, Cruzeiro e Palmeiras.

Alexandre trabalhou no América de 2008 a 2011, período em que o clube deixou o Módulo II do Campeonato Mineiro e a terceira divisão do Brasileiro para alcançar a primeira divisão de ambos. No Cruzeiro, o dirigente chegou em 2012 e permaneceu até o fim da temporada 2014, conquistando dois Brasileiros e um estadual.

Sobre a criatividade financeira para ir ao mercado com caixa reduzido, Mattos viu com bons olhos a possibilidade de se ter um parceiro nas contratações, como aconteceu com o técnico Jorge Sampaoli.

Se você tem a condição de comprar um atleta e pagar por um valor x, você pode fazer. Aqui nós não estamos em uma empresa com fins lucrativos, aqui a gente precisa montar e fazer uma gestão de um departamento de futebol onde tem que andar com aquilo que você tem de recurso. Eu acho que um patrocinador, um investidor, ele, sem dúvida alguma, pode e sempre auxilia bastante e as coisas são bem definidas antes, então não tem problema nenhum, muito pelo contrário. Acho que se todas as equipes, e é uma situação forte no mundo, as grandes equipes tem grandes patrocinadores, grandes investidores. Acho que o Atlético só tem a ganhar, mas sempre com muito pé no chão porque a gente não pode fazer nada além do que é possível.

Ao ser questionado sobre as posições carentes do elenco e a urgência em anunciar novos reforços, Alexandre tratou como algo a ser tratado internamente, mas confessou que Sampaoli já fez pedidos antes da pausa no calendário do futebol. Segundo o diretor, sempre que o Atlético precisar, houver possibilidade financeira e tiver disponibilidade técnica no mercado, o clube fará contratação, mas reforçou que a ideia é tratar o assunto internamente, sem comentar especulações.

Para Alexandre Mattos, a situação no Atlético é melhor em relação a encontrada no América e Cruzeiro. O dirigente destacou a importância dos dois últimos de gestão focados em se preocupar com as contas do clube e prometeu manter os pés no chão sem gastar mais do que o permitido.

Agora, aqui no Atlético, a situação está bem melhor em questão de estrutura, em questão financeira, acho que o presidente Sérgio conseguiu nos dois últimos anos equilibrar bastante as contas.

Eu acho que a gente vai fazer tudo aqui com muita calma, muita tranquilidade e sempre de acordo com as possibilidades do Atlético. Nenhuma vírgula a mais, sempre com as possibilidades financeiras daquilo que o presidente e o Atlético permitir.

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