AS INTERROGAÇÕES NA ESCALAÇÃO DE LEVIR CULPI

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Tudo começou com as atuações questionáveis de Yimmi Chará. O colombiano não apresentava um futebol de encher os olhos do atleticano e o início do rodízio nas escalações pelo lado esquerdo mostrou que o desempenho de Chará também não agradava ao treinador. Parte da torcida defende que os números seriam melhores se o atacante jogasse pelo lado direito do campo e Levir chegou a observar a formação por poucos minutos, mas os o camisa 8 deixou a equipe titular e o burro com sorte começou uma saga para encontrar o nome ideal para a função.

Elias foi deslocado para o lado esquerdo, colou na linha lateral e não acrescentou nada na criatividade da equipe, matando o poderio ofensivo atleticano. Apesar de Elias não atuar na “volância”, o esquema ganhou as manchetes pela utilização de três volantes. Após as derrotas para Cerro Porteño e Nacional, nova mudança na escalação, dessa vez com David Terans ocupando o espaço pela esquerda. Luiz Matter, assistente técnico de Levir, assumiu em entrevista à Rede Globo que a pressão da arquibancada e imprensa pesaram na decisão de mudar.

Assim como Chará, o uruguaio não se destacou e a “desculpa” é que ele também estava fora da posição, já que prefere o meio. A resposta tem sido usada como muleta frequentemente no clube, não deu certo, está fora da função de origem. Elias deveria ser meia, Chará prefere o lado direito, Terans renderia mais no centro e Cazares se encaixaria do lado esquerdo. Maicon não precisaria fazer nada para ganhar a vaga, ela cairia automaticamente no colo de Bolt, não só pela incompetência da concorrência, mas pela palavra mágica para as orelhinhas de burro do técnico. NÚMEROS!

Além das três assistências e um gol em sete jogos (menos de 300 minutos em campo), Bolt deu objetividade ao ataque. Não fica estagnado, facilitando a marcação adversária e mostrou resultado positivo nos dois lados do campo. Já estaria entre os onze titulares há algum tempo e talvez nem tivéssemos conhecido o trágico esquema de três volantes, não fosse a lesão de Maicon.

Com a situação aparentemente definida na esquerda, os holofotes se viram para outra novela, que acontece no meio-campo alvinegro. O roteiro é parecido, ninguém quer a vaga de titular! Adilson e Zé, Elias e Jair, Adilson e Elias, Jair e Zé etc. tantas possibilidades de formação na escolha da dupla de volantes passa a falsa impressão de que é tarefa fácil escolher dois nomes, mas a instabilidade dos atletas tem dado dor de cabeça ao técnico. Ninguém pode reclamar de poucas oportunidades, já que Adilson, Elias e Jair participaram de dez partidas, enquanto Zé esteve em campo doze vezes na temporada.

De olho na concorrência com os companheiros de time, Elias sofre também com a marcação cerrada da torcida. O volante nunca caiu nas graças da torcida e, apesar de receber elogios dos treinadores, já havia perdido a vaga para Gustavo Blanco em 2018. Aliás, Blanco seria a exclamação nesse mundo de interrogações na escalação, o que aumenta ainda mais a saudade do atleticano.

Adilson ainda é o favorito do chefe, mas a relação Adilson/Departamento Médico pode levar à dupla Zé e Elias. Levir atendeu aos desejos da torcida, tirou Elias, testou outros nomes e a impressão é de que o caso de amor e ódio, com tendência maior ao ódio, entre Elias e a arquibancada, terá novos capítulos nas próximas semanas.

Se o retorno de Maicon Bolt garantiu uma melhora de 50% no sono de Levir Culpi, a dupla de volantes pode atrapalhar as noites do comandante por um logo tempo. A fase de testes acabou e a série de pedreiras no Mineiro e na Libertadores não permitem que as interrogações durem muito tempo. Precisamos de uma cara, uma escalação e Levir parece estar longe dessa certeza. David Terans, Chará, e Maicon Bolt querem sequência, Elias, Adilson, Zé e Jair querem regularidade. O Atleticano, esse só quer paz, mas “tá difícil”.

 

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