FOTO: BRUNO CANTINI / FLICKR / ATLÉTICO
No evento intitulado Galo Bussines Day, realizado na manhã desta sexta-feira (23) de maneira virtual, o Atlético apresentou aos seus conselheiros e a imprensa, dados referentes a sua situação financeira.
A dívida do clube aumentou. Em relação ao balanço do ano passado (referente a 2019) em que a dívida do Atlético estava em R$747 milhões, houve um aumento de R$462 milhões. Esses valores foram descritos sendo 55% em investimentos com jogadores e 45% em financiamento de déficits do caixa do clube. Assim sendo, o clube totaliza hoje, uma dívida de R$1,2 bilhão.
Essa dívida do Atlético esta divida em três partes:
Dívida não onerosa: Totaliza, hoje, um valor de R$435 milhões que representa 36% do total da dívida do clube. São os empréstimos feitos pelos apoiadores do clube a um custo zero. Desse valor, R$105 milhões são devidos à Ricardo Guimarães e R$330 milhões à família Menin.
Impostos: São os valores do PROFUT e do parcelamento de impostos que representam 22% do valor da dívida total do clube.
Outras dívidas: As dívidas com a FIFA, além das dívidas de administrações passadas e dívidas bancárias. Representam 42% do valor total da dívida do Galo.
Só esse ano o clube já pagou R$17 milhões à FIFA relativas a negociações de jogadores.
Em relação ao seu patrimônio, o Atlético teve um aumento considerável: antes em R$481 milhões, indo pra R$780 milhões em 2019 e chegando a R$1,3 bilhão em 2020. Boa parte desse aumento vem da valorização do elenco alvinegro. O clube investiu R$253 milhões em jogadores ano passado e o seu elenco teve uma valorização de R$180 milhões. Hoje o elenco está avaliado em R$630 milhões.
Para equacionar o aumento da dívida o Galo traçou algumas metas: Teto com gastos de folha salarial de R$200 milhões ao ano; investimento em atletas da base em R$50 milhões ao ano; ter uma média anual de R$120 milhões em venda de atletas; ter 33% do elenco profissional formado na base e fazer alienação de ativos em 2021/2022.
Para começar a reduzir sua dívida, o planejamento do clube é focar nas dívidas onerosas, reduzindo seu custo e aumentando seu prazo para se encaixarem dentro da nova realidade financeira do clube. Nos últimos 10 anos o clube teve uma despesa de R$40 milhões apenas referente aos juros das dívidas. Além disso, será necessário vender patrimônio, porém, segundo o Diretor de Administração e Finanças, Paulo Braz, a participação do Atlético no shopping não será vendido.
O shopping não está a venda. O que nós fizemos, a apresentação, é no sentido de que, vamos analisar eventualmente a questão da venda de patrimônio. Nós temos muito patrimônio, isso inclui até os próprios jogadores. O que nós estudamos, sim, é uma redução importante da dívida envolvendo o patrimônio, mas, neste momento, o shopping não está a venda. Então, eu não tenho aqui a fórmula já fechada, todavia, nós entendemos que é possível, o clube tem patrimônio, pode se dispor desse patrimônio e acelerar o processo de redução da dívida. Uma vez que isso não ocorra, a dívida vai reduzir de toda maneira, mas não no ritmo que a gente gostaria que ela acontecesse. Então é importante sim, a venda de patrimônio, mas ainda não identificado o que de fato vender.
Paulo Braz fez questão de salientar que a pandemia gerou consequências ao caixa do clube. O Galo deixou de faturar R$ 179 milhões relativos a transferências de jogadores, ausência de público nos estádios, direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro que foram jogados para 2021, reestruturação administrativa e a premiação do Campeonato Brasileiro que também foi transferido o pagamento para 2021.
Para manter seu equilíbrio financeiro, o Galo traçou algumas metas que foram apresentadas: teto com gastos de folha salarial de R$200 milhões ao ano; investimento em atletas da base na casa dos R$50 milhões ao ano; ter uma média anual de R$120 milhões em venda de atletas; ter 33% do elenco profissional formado na base e estudar a alienação de ativos em 2021/2022.
Outro ponto importante que pode ajudar a redução da dívida é a entrada em operação da Arena MRV, com previsão de ficar pronta no 4º trimestre de 2022. A tendência é que o estádio gere uma receita bruta de R$66 milhões anuais da sua estreia até 2026.
Depois de focar nas dívidas onerosas, o clube irá focar nas dívidas com seus apoiadores. O objetivo, de acordo com o apresentado no evento, é chegar em 2026 com uma dívida de R$341 milhões, sendo a sua maioria relativa ao PROFUT – Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro – e demais impostos.