Atlético e Lanús se enfrentaram na tarde deste sábado (22), na grande final da Copa Sul-Americana. O confronto que colocava brasileiros e argentinos frente a frente, diante de um Defensores del Chaco tomado por atleticanos, representava para o Galo a chance de finalizar uma temporada turbulenta com um título e a vaga na Copa Libertadores de 2025.
Para o confronto final, o técnico Jorge Sampaoli fez algo fora do costume e não surpreendeu no 11 inicial, mantendo uma linha de três zagueiros e utilizando Rony aberto pela direita, como vinha dando indícios nos últimos jogos. Gustavo Scarpa ficou no banco de reservas e assim o Galo foi a campo:

O jogo
Primeiro tempo de poucas chances
Diante de um grande calor e do sol que castigava os jogadores em campo, os primeiros minutos da partida ficou marcada pela baixa intensidade e pela dificuldade de ambos os times em criar jogadas de perigo. O Galo até controlava mais a posse de bola e buscava em passes longos acionar Dudu e Rony, mas parando também na marcação dos argentinos.
O time de Sampaoli mostrava uma compactação melhor, conseguindo trocar passes com mais facilidades até o último terço do campo, mas faltava capricho na hora de executar o último passe e acionar Hulk como homem de frente. Já o Lanús, basicamente em jogadas individuais, tentava superar a última linha defensiva do Atlético, mas também não levava perigo.
As melhores oportunidades da metade inicial do jogo foram do Galo, principalmente com a bola parada: Bernard, com categoria, bateu falta na entrada lateral da área e a bola caprichosamente acertou a trave, na melhor até então. Depois disso, o Atlético se animou mais e conseguia manter maior pressão, forçando a defesa do Lanús – que eventualmente batia cabeça – a se virar para tirar as bolas na área.
O Lanús até tentou forçar jogadas em profundidade no final do primeiro tempo, mas todas as oportunidades foram bem tiradas pela postura sólida que tinha a defesa do Galo no jogo. Everson praticamente não trabalhou no primeiro tempo, que terminou 0 a 0.
Segundo tempo de domínio do Galo
Os times voltaram a campo sem substituições, com o Atlético buscando manter o controle do jogo com a posse de bola. O Lanús, quando conseguia chegar ao ataque, optava por finalizações à distância, que nem perigo ao gol de Everson levava. O Atlético acelerava a partida com passes trocados, evitando o lançamento longo e conseguia levar perigo, com triangulações que terminavam em jogadores bem posicionados dentro da área dos argentinos.
Com a sombra tomando boa parte do campo, o jogo ficava mais intenso e menos desgastante para os atletas, que mostravam mais ímpeto nas jogadas de ataque. Com o andamento da partida, passado os 15 minutos da etapa final, o Atlético era quem comandava o jogo no ataque, enquanto o Lanús tentava, de forma pouco proveitosa, sair em contra-ataques, mas era facilmente parado pela linha de meio de campo, com Igor Gomes fazendo bem o papel de recomposição.
Aos poucos, as melhores chances começavam a aparecer nas bolas paradas. Com pouco poder de criação e a marcação cada vez mais tendo dificuldades, o Lanús começou a deixar mais espaços e utilizar de faltas para frear o ímpeto atleticano. Hulk, numa batida de falta frontal, levou perigo ao gol de Losada.
A primeira substituição de Sampaoli aconteceu aos 32 minutos do segundo tempo: Gustavo Scarpa foi acionado para entrar no lugar de Bernard, atuando principalmente pelo meio de campo e tentando dar mais criatividade nas jogadas de ataque. Do outro lado, o técnico do Lanús respondeu com outra alteração ofensiva: Dylan Aquino entrou para a saída de Carrera.
O jogo tomou ares de drama, com o Atlético tendo dificuldades em construir as jogadas de ataque, coisa que vinha fazendo antes. Para mudar o ritmo da partida, Sampaoli acionou Alexsander e Caio Paulista nos lugares de Alan Franco e Arana, respectivamente. Este último saiu sentindo dores.
Com três minutos de acréscimo, o Lanús até se arriscou a subir suas linhas e pressionar o Atlético, mas a baixa qualidade técnica ofensiva fez com que nenhuma das jogadas sequer fosse direcionada ao gol atleticano. E foi nesse ritmo de pouca intensidade que acabou o tempo normal em 0 a 0 e o jogo foi pra prorrogação.
Números do jogo nos 90 minutos:
O Atlético terminou a partida em tempo normal com a vantagem da posse de bola (56% contra 44%) e mais passes trocados (439 contra 337) o que mostra como teve maior parte do controle da partida. Nas finalizações, os times se equivalem (8 pra cada lado), mas é nítido que as chances do Galo levaram mais perigo ao gol de Losada, principalmente na bola na trave batida por Bernard.
Prorrogação em branco
Já no início da prorrogação, ambos os técnicos fizeram mudanças na equipe. O técnico Mauricio Pellegrino fez duas mudanças na sua equipe, colocando Walter Bou no lugar de Castillo, enquanto Sampaoli colocou Biel para assumir a posição de Dudu.
Com maior desgaste, as chances foram aparecendo pra ambos os times, mas o Galo levava mais perigo por conta da qualidade de seus atacantes. Hulk era a cabeça pensante do ataque e ajudava o time no momento em que estava com controle da bola. Caio chegou a ter boa chance entrando na área e finalizando pra fora, após boa troca de passes com Biel e Scarpa. Já o Lanús não conseguia fazer a bola chegar aos seus homens de ataque, mesmo com jogadores que acabaram de entrar em campo.
A melhor oportunidade veio dos pés de Scarpa, que recebeu livre na área e cruzou pra Biel, sozinho, cabecear nas mãos do goleiro Losada. Com a pressão do Atlético se desenhando, o Lanús fez suas duas últimas alterações: saíram Marcelino Moreno e Perez para a entrada de Méndez e Ramírez.
O primeiro tempo da prorrogação se encerrou com o 0 a 0 no placar.
Para o segundo tempo final, Sampaoli também mexeu e fez a última alteração que tinha, colocando Saravia no lugar de Rony. O jogo se desenhou pra ficar ainda mais aberto, com ambos os times tendo espaço no campo para carregar a bola, o que fazia o Atlético ter mais vantagem no momento ofensivo, enquanto o Lanús, mesmo saindo em velocidade, pouco produzia.
A melhor chance do jogo caiu nos pés de Biel, após grande retomada de Igor Gomes, a jogada foi trabalhada de pé em pé até chegar ao atacante cara a cara com o goleiro Losada, mas Biel acabou finalizando de forma errada e o Lanús conseguiu rebater a cobrança. Depois disso, o jogo ficou mais travado e parecia interessante para ambos levar as disputas pros pênaltis, que foi o que rolou. O Lanús ainda teve tempo de fazer uma nova substituição, colocando o ídolo Lautaro Acosta em campo para a disputa.
Pênaltis:
A primeira cobrança foi de Walter Bou, que bateu mal para boa defesa do Everson.
A segunda cobrança foi de Hulk, que também bateu mal para a defesa de Losada.
A terceira cobrança foi de Izquierdoz, que bateu no canto contrário e marcou.
A quarta cobrança foi de Gustavo Scarpa, que bateu no canto contrário e empatou.
A quinta cobrança foi de Marcich, que bateu no meio e quase viu Everson defender, mas fez.
A sexta cobrança foi de Igor Gomes, que bateu rasteiro e marcou.
A sétima cobrança foi de Dylan Aquino, que bateu no canto de Everson, mas colocou à frente o Lanús.
A oitava cobrança foi de Biel, que bateu para a defesa de Losada.
A nona cobrança foi de Lautaro Acosta, que bateu no meio para fora.
A décima cobrança foi de Everson, que bateu no canto e empatou a disputa.
Alternadas:
A primeira cobrança alternada foi de Cardozo, que bateu no meio e marcou.
A segunda cobrança alternada foi de Alexsander, que bateu no canto contrário e marcou.
A terceira cobrança alternada foi de Watson, que bateu no canto de Everson e marcou.
A quarta cobrança alternada foi de Vitor Hugo, que bateu no meio e perdeu.
Lanús campeão da Sul-Americana 2025.