ATLÉTICO X CRUZEIRO – O QUE MUDOU DESDE A FINAL DO MINEIRO

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

O tempo é algo mágico no futebol, minutos são suficientes para que clubes e atletas atravessem a fronteira entre o paraíso e o inferno. Se essa mágica pode acontecer em minutos, o que os meses, desde a primeira partida da final do Mineiro, mudaram na vida de Galo e Cruzeiro?

Antes de analisarmos o cenário atual, vamos ao Mineirão, no dia catorze de abril, quando o Atlético entrou em campo com a vantagem de jogar por dois empates para garantir a taça, enquanto o Cruzeiro ostentava a invencibilidade na temporada. Pressão na diretoria atleticana pelos resultados ruins que praticamente selaram a eliminação na fase de grupos da Libertadores e mar de rosas para diretoria cruzeirense, em alta com a torcida após o anúncio de reforços disputados no mercado de transferências, como Rodriguinho e Pedro Rocha.

Do lado alvinegro, três dias após a demissão de Levir Culpi, o interino Rodrigo Santana confirmava a titularidade de Ricardo Oliveira no ataque, deixando Alerrandro, com oito gols, sem chances de brigar pela artilharia. Na lateral direita, Guga continuou no time principal após ganhar a vaga na reta final da primeira fase da competição. Com a bola rolando, destaque para os seguidos erros da arbitragem, mesmo com a ajuda do VAR. Rui Costa, anunciado como diretor de futebol no dia da demissão de Levir Culpi, foi aos microfones para reclamar do apito. No jogo de volta, Elias abriu o placar para o Galo e um gol do adversário aos trinta e quatro minutos do segundo tempo garantiu a taça do Mineiro 2019 do lado azul. Geuvânio, no quarto jogo pelo Atlético, foi o destaque da partida e ganhou pontos para figurar entre os titulares dos duelos que viriam em seguida.

Veio o Campeonato Brasileiro e os ventos começaram a soprar em outra direção em Minas Gerais. A confirmação de vaga na Sul-Americana e a classificação no torneio continental contra o Unión La Calera começaram a mudar os planos do clube para o segundo semestre. Arrancada no Brasileiro, com direito a vitórias fora de casa, e classificação na Copa do Brasil contra o bom time do Santos. Na pausa para a Copa América, efetivação de Rodrigo Santana com a confiança da diretoria de que a continuidade fará diferença nas decisões.

Novos personagens estarão em campo no confronto pela Copa do Brasil. No Cruzeiro, Rafinha, Lucas Silva, Murilo e Raniel deixaram o clube; já no Galo, sem despedidas, Otero, Ramon Martínez e Lucas Hernández reforçaram o elenco. Na bolsa de valores dos atletas, Patric ganhou moral com o técnico nas oportunidades que teve e volta à lateral-direita. Em alta, Alerrandro terá a chance de fazer história no clássico ao assumir a vaga de Ricardo Oliveira

Na Toca da Raposa, a última vitória do clube aconteceu quinze dias após a final do estadual. Desde então, cinco derrotas e quatro empates que levaram a equipe para o Z4 do Brasileiro. A classificação na Copa do Brasil foi garantida nos pênaltis após dois empates contra o Fluminense. Sinal de alerta nas duas competições sem tirar os olhos da Copa Libertadores, onde o adversário é o poderoso River Plate, atual campeão da Libertadores e da Recopa.

Se dentro das quatro linhas os resultados têm tirado o sono dos rivais, nos bastidores, denúncias de irregularidades na administração do clube colocaram a instituição nas páginas policiais. Desde o dia 26 de maio, após veiculação de matéria no Fantástico com graves denúncias, muitas antecipadas pelo portal Deus Me Dibre, o clube tem sido bombardeado por protestos de dirigentes, conselheiros, torcidas organizadas, além da confirmação de investigações por parte do Ministério Público.

A quantidade de mudanças na Cidade do Galo deixa impressão é que já se passaram anos desde a final do estadual. Efetivação de treinador, bons resultados em três competições, chegada de contratações, mudanças na equipe titular e clima de paz entre torcida e diretoria. Do lado azul, o paraíso virou roteiro de filme de terror com Z4, negociações de atletas importantes e extensa lista de irregularidades na administração da instituição. Os ventos conspiram a favor do Atlético, no momento, mas lições do passado podem deixar o clube de antenas ligadas, mesmo com a fase ruim do Cruzeiro. Ignorar a crise no adversário e manter o foco na importância da classificação na Copa do Brasil seriam os principais reforços do Galo. As voltas que o planeta deu desde a final do estadual mostram que tudo muda no

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