
FOTO: BRUNO SOUSA / ATLÉTICO
O Atlético tem conseguido excelentes resultados dentro das quatro linhas. Campeão Brasileiro e estadual, finalista da Copa do Brasil, além da invicta eliminação na semifinal da Libertadores. Um ano para nenhum torcedor botar defeito.
Mas não é apenas na equipe profissional que o Galo tem se destacado. Com grande investimento também nas categorias de base, o clube tem dado passos expressivos para ter, nos próximos anos, atletas formados “em casa”, sendo protagonistas na equipe de cima.
Para entender como tem sido este processo e falar de alguns expressivos resultados conquistados em 2021, o portal Deus Me Dibre conversou o técnico do time sub17, Lucas Batista.
Confira a entrevista na íntegra:
Treinando uma grande equipe como o Atlético sempre vai haver uma pressão por bons resultados e conquista de títulos. Esta é a cultura no Brasil. Mas, na base, o que mais fica marcado, é a formação de novos talentos. Como fazer para achar este equilíbrio?
Este é um ponto recorrente, entre ganhar e revelar. O meu pensamento funciona da seguinte maneira: eu penso muito em revelar e até por isso me considero um treinador formador, que pensa primeiramente na formação. Mas é claro, que se tratando da categoria sub17, que já está próxima do profissional, a gente precisa trabalhar nos atletas este lado mental, para eles buscarem sempre a vitória, querer ser vencedor. Isso também faz parte da formação deles.
Em momento algum em escalo minha equipe pensando em atletas fortes, mais maturados, pensando apenas no resultado. Não penso no meu modelo de jogo em privilegiar a força em detrimento da técnica. Posso dizer que sempre carreguei isso comigo, em todos os meus trabalhos, não apenas aqui no Atlético.
E como tem sido o trabalho de integração entre as categorias de base e o profissional?

Foto: Bruno Sousa / Atlético
Tem sido bastante interessante! Nas últimas semanas, por exemplo, da categoria sub17 esteve treinando com o profissional o Sávio, o Rômulo e o Yan. Hoje a gente tem o Léo Silva fazendo este trabalho de coordenação de transição, fazendo o elo entre base e profissional, levando atletas da base para treinar no time de cima. Toda semana nos temos alguns garotos vivenciando o treinamento do profissional, o que é muito importante para a formação deles.
Falando agora da temporada da sua categoria: como você avalia este ano do Sub17? Eliminado nas quartas de final do Brasileiro, perdendo para o time que acabou sendo o campeão, ficou entre os 4 melhores da Copa do Brasil além de ser campeão estadual.
Avalio de maneira muito positiva. Infelizmente, tivemos alguns desfalques nos momentos principais dos torneios nacionais que fizeram a diferença nas decisões. Nas quartas do Brasileiro, diante do Flamengo, fizemos 2 grandes jogos, uma grande campanha na Copa do Brasil com o Yan despontando como um dos artilheiros. Além do título mineiro, passando pelo América na semifinal e pelo Cruzeiro na final. Foram jogos grandes, jogos difíceis. Mas, acredito que o principal tenha sido realmente terminar o ano com 3 atletas da categoria entre os profissionais.
É importante dizer que está é uma geração que vem junto, no Atlético, há muito tempo. Precisamos destacar isto também, o processo de formação desta geração foi muito bem feito aqui no clube. São atletas captados no sub14, no sub13, que estão juntos desde então. A captação também funcionou muito bem, trazendo jogadores que compuseram muito bem o elenco, sendo importantes durante o processo, entrando durante as partidas e sustentando o jogo dos meninos que já estavam há mais tempo. Então a avaliação é muito positiva para esta geração dentro do clube!
Você citou anteriormente, 3 jogadores que pra quem acompanha a base atleticana, sabe do grande potencial. O Sávio, Yan e Rômulo. Como trabalhar a cabeça destes garotos para que eles cheguem prontos para render o que é esperado deles?

Foto: Pedro Souza / Atlético
Para começar, estes garotos tem bastante tempo de Galo né, tem uma identidade com o clube que é bastante importante. Neste processo de formação deles, essa identidade é excelente para chegarem no profissional com estes valores do Galo. Esse é o primeiro passo!
Em relação ao trabalho psicológico, é necessário conscientizar que há um processo longo e demorado, que as vezes o primeiro contrato não significa muita coisa. Além disso, é fundamental mostrar a importância do dia a dia e dos treinamentos.
Outro jogador que tem se destacado muito na categoria é o Caio Ribas. O que você pode falar sobre o jogador?
O Caio é um volante construtor, com bom passe, tem bom lançamento e grande leitura de jogo. É um dos líderes desse grupo, capitão do elenco, tem o respeito muito grande dos meninos aqui. Ele tem um posicionamento muito bom, o que acaba fazendo com que ele roube muitas bolas. É um jogador com boa projeção dentro do clube.
Para finalizar, gostaria que você comentasse sobre esta grande campanha no Campeonato Mineiro, que acabou sagrando o Galo campeão.

Foto: Bruno Sousa / Atlético
Foi uma conquista muito boa. Ainda na primeira fase do Mineiro a gente estava disputando a Copa do Brasil, o que fez com que a gente utilizasse todo o elenco, fazendo deste campeonato ainda mais legal. Os atletas que vinham jogando menos, puderam ter muita minutagem. O grande exemplo disso é o Lucas Pessoa, atacante, que foi o artilheiro da equipe até as finais, quando o Yan o passou. Foi um título de todos, na essência, todo mundo participou.
A gente pode ganhar dos dois rivais, do América na semifinal em dois grandes jogos e do Cruzeiro na final, com o jogo na Cidade do Galo muito bem jogado, onde o campo ajudou bastante a ser uma partida mais vistosa. O segundo jogo, mais disputado, mais brigado, mais competitivo. Duas partidas onde conseguimos ter bastante situações, técnicas, táticas, competitivas e mentais.