CABEÇA ERGUIDA PARA NEGOCIAR MARCOS ROCHA

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Já disse essa frase algumas vezes por aqui e vou repeti-la quantas vezes forem necessárias. Ouvi de um dirigente quando falei sobre números que envolviam a renovação de um jogador. “Você viu o papel? Não! Então o resto é boato.”. Assim como o cão arrependido daquele episódio do Chaves, voltei com o rabo entre as pernas. Sendo assim, tudo que abordaremos aqui é boato sincero de atleticano para atleticano.

Em novembro, falei no Alterosa Esporte sobre a conversa entre Felipão e Marcos Rocha. O treinador conversou com o lateral e disse que contava com ele para a temporada 2019. Com a intenção de ficar em São Paulo, aquilo soou como música para os ouvidos do cara de carranca. Encerrado o Brasileiro, Marcos Rocha abriu o jogo e, em entrevista ao Lance!, disse que o empréstimo para o Palmeiras foi o ponto final na (linda) história no Galo.

Foi um período triste quando Taffarel deixou o Galo, Euller, Marques, ver o Guilherme do outro lado e o Tardelli indo para um time russo de nome confuso. Houve um tempo que eu sofria até com a saída do Dudu Galo Doido da bancada. Porém, depois que Ronaldinho deixou a Cidade do Galo pela última vez e eu consegui superar ao ver Dátolo sendo o “cara” da 10 na conquista da Copa do Brasil, nada mais me abala. Por falar em Dudu na bancada, lembra do que ele falava nessas situações? Obrigado pelos serviços prestados. Tchau.

Encerrado o capítulo Marcos Rocha? Ainda não. O Palmeiras quer repetir a furada de olho dada em Alexandre Gallo. Não fosse a sorte de uma janela de transferências chinesa fechando em poucas horas, teríamos encerado 2018 sem euros, sem reforços e sem um dos melhores laterais do país na década.

Usando a frase citada no início do texto, não vi o contrato, mas entendi que a troca de Rocha envolveu Róger Guedes, Arouca e Erik, ao contrário das notícias que citavam apenas Guedes. Com Arouca e Erik fora dos planos, o que fizemos quando chegou a proposta pela calopsita que estava voando no Brasileiro? “Alexandre Mattos, Criciúma, eu tenho x horas para responder, foi o que acordamos no contrato.” Do outro lado da linha, clubes desesperados pela batida do martelo. Se o Galo batesse o pé e fizesse questão do direito de ter tantas horas para pensar se cobriria a proposta, os chineses voltariam para a Ásia. Quem presenciou a negociação diz que o roteiro é hollywoodiano e com final feliz para o Atlético.

Não tinha chororô, estava lá no contrato. Agora vivemos a mesma situação com Marcos Rocha e o desejo palmeirense em ficar com o lateral. O que está no papel? Dois milhões de euros. Tá aqui oh, você assinou, não tem o que discutir. Quer negociar? Quero fulano e cicrano. Não aceita? Devolve! Ele não quer vir? Fodas… Tá aqui oh, todo mundo assinou.

Apesar de sermos cachorrada com orgulho, que deixemos de lado qualquer síndrome de vira-latas. Não existe orgulho em ver “nosso menino” brilhando pelos campos do Brasil, levantando taça, não é um caso de peça a ser valorizada para o exterior. Joia sendo lapidada na lateral nós já temos. É atleta pra lá, euro pra cá! Não importa se estamos negociando com o Villa Nova, Palmeiras ou o Club de Cuervos, contrato é contrato.

Não depositaram? Não aceitaram os pedidos de moeda de troca? Favor se apresentar com o grupo na Cidade do Galo, em janeiro. Outros diretores baterão na porta para sentarem na mesa de negociação. Aceitar sobras do Palmeiras é aliviar a folha salarial do alviverde e inchar a nossa. Pedimos Raphael Veiga e foi negado com a resposta de que ele está nos planos dos paulistas para 2019. Talvez não esteja, o que Alexandre Mattos quer é empurrar atletas que não serão utilizados para aliviar a folha, algo do nível de Emerson Santos e Fabiano. Mil vezes não, Marques. Cá entre nós, a tia Leila, da Crefisa, tem 2 milhões de euros no cofrinho da sala.

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