
A geração 2000 já mostra o seu futebol pelos gramados da principal competição do futebol Brasileiro desde 2017. Em maio do ano passado, Vinicius Junior, com apenas 16 anos, estreava no profissional do Flamengo em uma partida contra o Atlético, pelo Campeonato Brasileiro. O jogador ganhou oportunidade na equipe principal já com o peso de ter sido vendido ao Real Madrid por 45 milhões de euros. Ele foi bastante questionado depois das primeiras atuações, muitos chamavam o jogador de “Neguebinha”, e só conseguiu balançar as redes no 15º jogo no profissional. Um ano depois de fazer a sua primeira partida, Vinicius Junior está muito mais seguro em campo e se destaca nessa temporada no time carioca.
Paulinho, do Vasco, também estreou no ano passado com 16 anos. Ele brilhou contra o Atlético, no Independência, pelo Brasileirão 2017. Autor dos dois gols da partida, Paulinho se tornou o primeiro jogador nascido depois de 2000 a marcar um gol na primeira divisão do futebol brasileiro. Um novo recorde este ano: o jogador mais jovem a fazer gol pelo Vasco em uma competição internacional, com 17 anos. Em abril, a promessa foi vendida ao Bayer Leverkusen por 20 milhões de euros.
E por que estou lembrando da trajetória dos dois? A torcida atleticana viu de perto esses garotos escreverem capítulos importantes das suas carreiras. Agora é a hora do torcedor alvinegro ver a sua joia construir a sua história.

Alerrandro em jogo contra o Flamengo, na Arena Independência. (Foto: Flickr Atlético).
Também nascido no ano 2000, o atacante Alerrandro foi promovido ao profissional em 2018 e tem ganhado oportunidade de jogar. São sete partidas no ano. Com o técnico Thiago Larghi, o jogador tem sido o substituto de Ricardo Oliveira. No confronto do último final de semana com o Flamengo, Alerrandro foi titular e teve boas chances de balançar as redes. Seria o seu primeiro gol no time principal e um tento importante para o Atlético na partida.
O gol não saiu e o garoto parece ter sentido o peso de substituir Ricardo Oliveira. Ao ser substituído no segundo tempo, Alerrandro chorou no banco de reservas. Em entrevista no fim da partida, ele justificou o motivo das lágrimas.
– Saí chateado, não pela substituição, mas pela minha atuação. Fui abaixo daquilo que esperam de mim. Saí chorando sim pelas oportunidades que eu perdi, já não vinha bem e ainda perde oportunidade, a cabeça fica meio abalada. Tentei controlar, mas estava difícil demais.
Por isso, eu digo uma coisa a torcida atleticana: paciência. Nas categorias de base, o Alerrandro sempre foi conhecido pelo seu faro de gol. Em 2015, ele atuava pelo Sub-15 e marcou 68 gols no ano. É um rosto conhecido nas seleções de base, tem convocações no Sub-15 e Sub-17 e integrou o elenco campeão do Sul-Americano Sub-17. O garoto está se cobrando porque sabe que tem potencial de fazer mais com a camisa do Atlético. E vai fazer, no seu tempo.
Contra o Flamengo, foi o primeiro jogo dele como titular. Ele não pode carregar o peso de ter que decidir. Com 18 anos, era para Alerrandro estar no seu primeiro ano de Júnior, ou seja, o jogador ainda não está pronto e passa por um processo de transição. Ele vai evoluir e, para isso, precisa jogar.
Calma, Alerrandro. A sua hora vai chegar.
Foto: Reprodução/Premiere