CARLOS FABEL – DAS TRAÇAS ÀS TAÇAS

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FOTO: REPRODUÇÃO /PROGRAMA ARENA 98

Após dez anos dedicados ao dia a dia do Clube Atlético Mineiro, Carlos Fabel não é mais o diretor financeiro do clube. O pedido ainda não foi oficializado, mas a expectativa internamente é que seja uma transição tranquila, sem as turbulências de outros cargos, como a saída de Alexandre Gallo, em 2018. Fabel é da “panela” sempre citada por Alexandre Kalil, a panela que recebeu a batata quente no final da década passada e conseguiu tirar nosso Galo do coma. Daria um livro dos bons essas histórias e estórias vividas por essa turma – “As batatas-quentes da panela”.

Aliás, “batatas-quentes” é com plural e hífen? É que vivemos em uma geração que quer entender de tudo para não perder a popularidade nas redes sociais, nós temos vergonha de dizer que simplesmente não temos as respostas para determinado assunto. Nos tornamos TUDÓLOGOS, pessoas que entendem de tudo. Especialistas em determinadas áreas passam anos se preparando e nós, internautas, é quem temos a solução para corrigi-los. Com o futebol não é diferente quando damos nossos pitacos nas escalações e substituições; confesso que arrisco até cornetar o preparador de goleiros, mas em economia e finanças de empresas assumo minha ignorância.

Se Carlos Fabel foi um bom diretor financeiro? Tenho que me basear nas histórias e contexto dos dez anos em que ele esteve no cargo. O Atlético não conseguia sequer comprar meio quilo de carne moída na praça e as reuniões com credores eram simplesmente para informar que não havia dinheiro para pagamento. Foi preciso equilibrar um setor entre as contas atrasadas e um turco louco tomando decisões malucas, como contratar um dos maiores jogadores da história do futebol em reuniões secretas.

Torcedores e microfones nesse universo do futebol pedem conspirações e roteiros sombrios de bastidores da bola. Após anos conturbados na Cidade do Galo, com constantes trocas de treinadores, diretores e elencos inteiros se despedindo com direito a multa contratual milionária sendo disputada na justiça, tudo acaba em teoria da conspiração nas timelines da grande rede. “Me desligo para cuidar da saúde” é um motivo monótono demais para a nossa sede de conspirações. Se eu tenho a opção de encerrar minha coluna nesse blog amanhã ou me desligar da bancada do Alterosa Esporte sem teorias da conspiração, por que ele não poderia deixar o emprego pela porta da frente?

Fabel é um dos poucos funcionários da Sede de Lourdes que nunca conversei. Não sei se é bem-humorado (tem hífen?), se fala baixo e se gosta de comer batata quente sem hífen. Nas páginas do Atlético, fica o trabalho árduo de dez anos, DAS TRAÇAS ÀS TAÇAS. Mais um bom nome para o livro.

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