CEO do Atlético, Bruno Muzzi detalha SAF e fala sobre a procura de outros investidores

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FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO

Na última quarta-feira (05), o CEO do Atlético, Bruno Muzzi, foi entrevistado no canal Web Rádio Galo, do YouTube, pelos influenciadores Beto Guerra e Eduardo Guerra.

O processo para tornar o Galo em Sociedade Anônima do Futebol está bastante adiantado. Os conselheiros do clube começaram a receber nesta tarde o edital de convocação para a reunião de votação, que acontecerá no dia 20/07 das 8h00, até às 18h00 do dia 21/07. Para aprovação serão necessários 274 votos.

Confira o que falou Muzzi sobre alguns dos principais temas referentes a SAF alvinegra:

Como foi feito o processo de “valuation” do Atlético:

Quando a gente faz o processo de “valuation” de qualquer ativo, de qualquer empresa, a gente usa alguns métodos. Podemos usar o método de fluxo de caixa descontado, o método de múltiplos de mercado e o mais simples de se entender, que é o método mais tradicional, do valor dos seus ativos em si. Ali começamos a referendar esses valores.

O Atlético partiu, com laudos de empresas especializadas, do valor do CT, da Arena e do elenco. Arena e CT foram avaliados em R$1,3 bi. O plantel do Atlético está na casa dos R$800 milhões. Daí chegamos em R$2,1 Bi!

O valor atual da dívida atleticana:

Em números arredondados, R$1,36 bi do clube e R$440 milhões da Arena MRV. A dívida do clube ela é composta, a grosso modo, em R$600 milhões em endividamento bancário, R$300 milhões em PROFUT, R$300 milhões dos R’s, que foi o dinheiro que eles aportaram no clube e R$160 milhões de dívidas trabalhistas, acordos na justiça, clubes, agentes e etc.

Dívida na totalidade com a SAF:

Toda dívida ela é assumida pela SAF, a SAF é a responsável pelos pagamentos das dívidas. Na hora que formos fazer o fechamento, a gente vê quais dívidas de fato podem ficar transferidas totalmente para a SAF, quais dívidas podem ficar na associação. Mas a responsabilidade integral de pagamento é da SAF.

O aporte de R$913 milhões será o único feito pela SAF?

Se houver a necessidade, em 2025 ou 2026, de uma nova captação, a SAF estará completamente organizada, com a dívida controlada, para que aí possamos fazer um novo processo de captação. Isso pode acontecer como qualquer empresa normal.

Os R$600 milhões que serão aportados pagarão todas as dívidas de maneira imediata?

Não! Eu consegui fazer recentemente algumas negociações com bancos alongando, para que pudéssemos ter um fluxo de caixa saudável até a transformação em SAF. A ideia é que façamos pré-pagamentos agora, para que consigamos diminuir a dívida e eventualmente conseguir uma redução de caixa. Qual o motivo disso? A gente têm outras dividas para serem organizadas, temos também a dívida da Arena que está enquadrada e temos ainda em 2023, o que precisamos reverter, que é um fluxo de caixa negativo.

Procura por outros investidores e o por quê de não utilizar o caminha da Recuperação Judicial:

Se tivéssemos conseguido levantar R$1,2 Bi, com toda certeza a gente teria muito mais recurso para poder investir no futebol. Conseguimos mais recurso do que isso? Não conseguimos, isso é o que temos na mesa. A proposta que temos na mesa é exatamente essa que estamos levando para o conselho.

Em todo o processo, nós abordamos mais de 150 investidores. E qual era a visão deles quando viam o tamanho do endividamento do Atlético? ‘Tenho uma excelente oportunidade aqui no Atlético para a gente investir. Eu posso pegar essa dívida, ir para uma recuperação judicial, pegar essa dívida bancária de R$600 mi, fazer com que ela vire R$100 mi e eu vou lá e pago’. Foi isso que aconteceu nos demais clubes, eles foram com Recuperação Judicial, você isola a dívida na associação e deixa o pau quebrar. No Atlético isso não é possível. Todas as dívidas são devidamente avalizadas e é impossível você seguir em um caminho desses.

A entrevista completa pode ser vista abaixo:

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