CLÁSSICO FRIO EM CAMPO E DE CONFUSÕES NA ARQUIBANCADA

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Com ares de final de campeonato, Atlético e Cruzeiro se enfrentaram, no Mineirão, pela 32ª rodada do Brasileiro, ambos de calculadora na mão na luta contra o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Com muitos desfalques para definir os onze titulares, Vagner Mancini optou pelo retorno de Ramón Martínez, que não atuava desde a derrota para o Avaí, em setembro. Marquinhos, xodó da torcida na semana, autor do primeiro gol contra o Goiás na rodada anterior, era cotado para começar jogando, mas ficou como opção no banco de reservas. Outro nome cogitado para o meio era o de Jair, que voltou a treinar com o elenco, mas o volante sequer foi relacionado.

Poucas chances foram criadas pelas duas equipes nos primeiros minutos de jogo. O Galo apresentava o crônico problema de transição da defesa para o ataque, enquanto o Cruzeiro transpirava tensão, talvez pelo desafio maior para não voltar ao Z4. A primeira chance alvinegra veio apenas aos vinte e dois minutos de jogo em um bom chute de Cazares de fora da área. Com o trio Luan, Otero e Cazares criando pouco e com dificuldade em segurar a bola no ataque alvinegro, os volantes Zé Welison e Ramón Martínez passaram a subir mais, fazendo o Cruzeiro investir em contra-ataques, mas ainda de maneira desorganizada. O roteiro se manteve até o fim do sonolento primeiro tempo.

No intervalo, Abel Braga optou por colocar David no lugar de Marquinhos Gabriel, enquanto Vagner Mancini não fez substituição no Atlético. Na segunda etapa, o Cruzeiro voltou a ser dono das melhore chances nos minutos iniciais. Sem sinais de reação, Bruninho foi o primeiro a deixar o banco de reservas no lugar do apagado Cazares, enquanto Robinho deixou o gramado para dar lugar a Pedro Rocha, no rival. A segunda substituição de Mancini foi ousada, com Marquinhos no lugar de Ramón Martínez e Ezequiel substituiu Thiago Neves.

O resultado das substituições, com Marquinhos e Bruninho em campo, foi nítido com o time alvinegro apresentando mais velocidade e ofensividade, do outro lado, um Cruzeiro criando menos, acuado e pressionado pela preocupação com resultados dos rivais na briga pelo rebaixamento. Principal característica dos clássicos, o barulho das arquibancadas era menor, reflexo do momento tenso dos clubes.

Assistindo de camarote, Cleiton e Fábio seguiram tranquilos até o apito final de Jean Pierre. Com os dois times tímidos em campo, o árbitro pouco apareceu durante os noventa minutos de bola rolando, apesar da reclamação dos atleticanos e de Mancini por um pênalti não marcado a favor do Galo Com o empate, o Atlético chegou a 40 pontos na tabela de classificação, enquanto o Cruzeiro vai a 35, ainda de olho nos confrontos do Botafogo, Ceará e CSA na rodada.

Se o clássico foi sonolento em campo, os bastidores foram de muita confusão. Após a partida, atleticanos invadiram um setor destinado à torcida do Cruzeiro e houve confronto entre as torcidas, exigindo intervenção da Polícia Militar. O spray de pimenta usado pelos militares chegou até a área da imprensa e forçou jornalistas a abandonarem transmissões ao vivo pelo efeito do gás. Torcedores dos dois clubes precisaram de atendimento médico e deixaram o Mineirão de ambulância. Também houve confusão e brigas no estacionamento destinado aos camarotes.

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