Opinião: com ou sem Alexandre Mattos, o atleticano vai reclamar

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FOTO: REPRODUÇÃO / TWITTER OFICIAL / ATLÉTICO

Talvez eu seja um dos comunicadores que mais tenha criticado cada passo do presidente alvinegro nos últimos anos. Torci e torço para que Sérgio seja o melhor presidente da história, o que, no momento, está longe de acontecer. Para não cometer injustiças, principalmente embriagado pela paixão após os resultados ruins, procurei estudar as entrevistas de Sette Câmara, entender decisões nos diferentes cenários do clube e comparar cada etapa desses vinte e sete meses para ser correto e justo em cada vírgula. O alcance dos microfones, câmeras e sites é um grande poder e grandes poderes trazem grandes responsabilidades.

A contratação de Alexandre Mattos seria um prato cheio para seguir o discurso mais fácil e criticar a chegada de um profissional de grande identificação com o clube rival e que surge na mídia sempre associado a gastos elevados nas janelas de transferências. Se o fizesse, estaria indo contra tudo o que pedi no clube até o momento. Mattos possui um ótimo currículo, seja com taças ou cursos desde o início da carreira. Amigo do presidente, formará um trio experiente e conhecedor de futebol ao lado de Andreata e Sampaoli. Não era a inexperiência de Marques e os treinadores interinos que nos incomodava? Experiência é o que não falta no momento.

Falar sobre Alexandre Mattos é falar sobre gastos, principalmente na era Palmeiras. Qual era a ideologia do clube? Um diretor de futebol tomaria sozinho a decisão de gastar em tantos atletas ou a decisão seria tomada em conjunto com demais dirigentes e a toda poderosa Crefisa? Mattos gastou, pois tinha para gastar. Se gastou certo ou não, teríamos que ter acesso às reuniões internas que discutiam o perfil buscado em cada janela. Cabe aos nossos “parceiros” atuarem juntos do presidente nesse momento para que o erro seja o menor possível, já que nosso cofre, além de vazio, é devedor.

Como torcedor, nunca fui com a cara do diretor, mesmo com alguns quilos a menos na Toca da Raposa. Assim como não ia com a cara do Mano Menezes, do Fábio e do Raposão. É que eles estavam do lado de lá, jogando contra e, para piorar, tiveram sucesso em uma ou outra ocasião. Pelo passado, é provável que grande parte da torcida esteja com pedra nas mãos para a maioria das decisões tomadas por Mattos na instituição. Que o presidente tenha a convicção que não teve com os técnicos para bancar a contratação.

Alexandre Gallo mostrou péssima atuação no mercado e não contribuiu para que Sérgio fizesse o que prometeu na posse após a eleição – ficar longe do futebol. Em poucos meses, era comum ver Sette Câmara na Cidade do Galo dividindo a atenção entre a administração do clube e mastigar problemas de vestiário, como fez Daniel Nepomuceno. Na demissão de Gallo, temi pela inexperiência de Marques e me decepcionei com o resultado de Rui Costa. Nos microfones, Sette se contradizia ao falar sobre o que esperava do diretor de futebol, principalmente ao buscar reforços no mercado.

Com as seguidas eliminações, rios de dinheiro em premiação, TV e bilheteria foram pelo ralo. Rotulamos como “economia porca” e repetimos que não haveria resultados melhores sem maior investimento. Contratamos Tardelli, Allan, Arana e Rafael, apostamos em Mailton e Borrero no equilíbrio necessário de cada janela visando vendas futuras. Dudamel foi o grande erro que nos custou duas eliminações.

Eu estarei lá para criticar o presidente quando entender que as decisões tomadas são prejudiciais para o nosso Galo. Não será com a contratação de Alexandre Mattos, pois é o que a gente pediu. No fundo, a gente só quer descontar a mágoa por vinte e sete meses de uma gestão péssima, até o momento. Seja bem-vindo, Alexandre.

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