TWO AND A HALF MEN E O SUCESSO DE RICARDO OLIVEIRA

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IMAGEM: REPRODUÇÃO/INTERNET

Desde que foi anunciado como jogador Atlético, em 21 de dezembro de 2017, Ricardo Oliveira viveu meses intensos na Cidade do Galo. Faturou os prêmios de melhor atacante do Mineiro, no Troféu Globo Minas, melhor atacante do ano dos troféus Guará e Telê Santana, além de artilheiro no Troféu Telê Santana. Foram vinte e dois gols em 2018, além de oito assistências, o que o garantiu como vice-artilheiro do Brasileiro e artilheiro do Mineiro.

Do outro lado da moeda, trabalha com o terceiro treinador em treze meses, foi eliminado precocemente da Copa do Brasil e da Sul-Americana, viu o Atlético perder o título estadual, mesmo com a equipe marcando três gols no primeiro tempo da decisão e, após um péssimo segundo semestre do clube, restou comemorar um meio de tabela no Brasileiro, o que garantiu o Atlético na segunda fase da Copa Libertadores. Dos últimos dezoito jogos de 2018, Ricardo balançou as redes apenas em três partidas, gerando desgaste entre o atleta e a torcida.

O início de 2019 mostra que a fase ruim ficou para trás. Dois fatores explicam essa mudança no rendimento do camisa nove, desde então. Ricardo viu Oswaldo de Oliveira balançar no cargo já na pré-temporada, quando os fantasmas de outros nomes assombravam o cargo do treinador. Com a demissão de Oswaldo, a procura por um técnico se intensificou, enquanto o interino Thiago Larghi seguia no comando. A interinidade acabou em junho, quando o presidente Sérgio Sette Câmara o efetivou, graças à vice-liderança do Brasileiro. Apesar dos bons resultados, bastava um tropeço para que a torcida associasse Larghi ao posto de analista de desempenho improvisado. Thiago caiu e Sette Câmara procurou Levir Culpi, velho conhecido da torcida, dias antes da demissão do diretor Alexandre Gallo.

Continuidade do trabalho, o primeiro ponto que contribuiu para a retomada do futebol em alto nível de Ricardo Oliveira. Foram seis treinadores desde a saída do burro com sorte, em novembro de 2015, alguns balançaram no cargo já nas primeiras semanas. Dirigentes e torcida perceberam (ou não) que não adianta investimento e reforços se a fórmula de três treinadores por temporada continuar. Levir assumiu uma bomba em 2018, não conhecia parte do fraco elenco e enfrentou um caixa vazio na janela de contratações. Não tem enfrentado resistência da arquibancada ao escalar reservas, mesmo nos jogos em Belo Horizonte. Rara paz na função!

Participar dos jogos em que o time foi poupado aumentaria essa média? Se Levir tivesse optado pela escalação de Ricardo contra Tombense, Guarani e Caldense, talvez Ricardo já contasse com mais gols na temporada, porém, Levir matou dois coelhos com uma cajadada só. Escalar Alerrandro nos fez ver que o atacante precisa evoluir e que não está pronto para substituir Ricardo, já o segundo coelho morreu nos dois piques de Oliveira contra o Danubio. Não fosse o descanso para o veterano atacante, perto de completar 39 anos, talvez o vovô da 9 não deixaria toda a defesa uruguaia, incluindo o goleiro, para trás.  Ponto para Levir Culpi.

O segundo fator está no dono da camisa 10. Inspirado desde o final de 2018, Cazares tem servido Ricardo Oliveira com frequência, matando a frase “a bola não chega”, tão repetida ano passado. Se Ricardo pode se gabar do número de gols em 2019, Cazares se destaca pelas quatro assistências e um gol. Curiosamente, Cazares elogiou Levir por ter entendido a maneira como ele gosta de jogar. Olha aí os dois fatores pró-Ricardo se entendendo fora do campo…

No clube, Cazares tem sido elogiado fora das quatro linhas e, inevitavelmente, muitos associam a postura diferente do jogador ao nascimento de Anthuan. Se Levir conseguir corrigir pequenos erros apresentados pelo time em campo e Anthuan continuar inspirando Cazares em campo, Ricardo Oliveira tem tudo para chegar aos quarenta com mais taças e artilharias na coleção. Agradeça aos dois homens e meio.

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