FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO
Os bastidores do Atlético seguem agitados num momento de importante definição para o futuro do clube. Com a reunião marcada para os dias 20 e 21 de julho, onde os conselheiros irão discutir e votar a venda de parte da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), alguns conselheiros já se movimentam para impedir a convocação e fazer oposição à diretoria. O pedido é para que aconteça a suspensão da votação do Conselho que irá definir a transformação do clube em SAF.
A proposta atual, encabeçada pelo grupo denominado de “4’Rs” – Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador – é da venda de 75% das ações da associação para a chamada “Galo Holding”, por R$913 milhões.
Na tarde da última segunda-feira (17) o conselheiro atleticano, Cláudio Utsch, homologou um pedido de suspensão da reunião marcada para essa semana. De acordo com o argumentado por ele, a venda de um percentual da SAF para os empresários do colegiado atleticano “4Rs” é “nula de pleno direito”.
O processo de criação e venda do controle acionário da SAF está inteiramente viciado, eis que os responsáveis pela definição do preço, condução do processo e compradores são os mesmos de todo o procedimento, incluindo o Presidente e Vice do Conselho Deliberativo, integrantes do denominado 4 “R’s”, grupo colegiado responsável por decidir questões da esfera do Executivo, que pratica atos de adminisração ao arrepio do Estatuto do Clube.
No pedido, o conselheiro demonstra total descontentamento com a forma como a SAF atleticana tem sido criada e gerida, questiona a ausência de uma discussão e votação sobre como será feito o “acordo de acionistas” e ressalta que a atual diretoria do Atlético é a responsável “diretamente” por todo o processo.
Por oportuno, vê-se no Edital uma autorização (delegação) do Conselho Deliberativo à Diretoria Executiva para a discussão dos termos ACORDO DE ACIONISTAS, ou seja, na venda do controle da SAF não há sequer ACORDO DE ACIONISTAS PARA DELIBERAÇÃO DO CONSELHO DELIBERATIVO, o que por si só constitui uma aberração jurídica.
Depreende que nenhum clube brasileiro transformado em SAF e vendido seu controle, não teve ACORDO DE ACIONISTAS APROVADO PELO SEU CONSELHO DELIBERATIVO.
Por fim, Cláudio Utsch ainda deixou uma mensagem de efeito, dizendo: “O Galo não tem dono, é da massa, filosofia máxima do povo!”.
Política agitada nos bastidores
Esta não é a primeira vez que Claudio Utsch adentra com uma ação dentro do Conselho Deliberativo atleticano. Em novembro de 2022, o conselheiro fez uma denuncia de fraude na eleição dos 150 novos conselheiros alvinegros, colocando em “xeque” a nomeação da nova presidência do Conselho Deliberativo do clube.
De acordo com a denúncia de Utsch, alguns dos 150 nomes que foram eleitos, não apresentavam o requisito necessário, de ser associado do clube por no mínimo 2 anos, para se tornarem conselheiros.