CONTRATAR TREINADOR OU EFETIVAR RODRIGO SANTANA?

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Os textos no mundo da internet se tornam cada vez mais curtos com o passar dos anos, precisamos enxugar os caracteres para que vocês voltem aos outros aplicativos o mais rápido possível. Sendo assim, para falar sobre o trabalho de Rodrigo Santana à frente do Atlético, não abordarei outros nomes disponíveis no mercado, o foco é o que Santana já mostrou nas semanas de trabalho no comando da equipe.

O primeiro tópico é a vibração do grupo, mesmo que talvez seja cedo demais para cravar o comportamento diferente. Fomos leões contra clubes do interior de Minas e abaixamos a cabeça nos grandes duelos da temporada. Vimos jogadores sem clima de Libertadores e nos decepcionamos na final do estadual, quando não despertamos nem mesmo com as provocações adversárias. Contra o Flamengo, a cada bola dividida, uma maneira de incendiar a arquibancada, de chamar o torcedor para perto novamente. A Massa e o time em união para derrubar os rubro-negros e a arbitragem!

Se nos assustava a quantidade de peças que vinham rendendo abaixo do esperado, as primeiras rodadas do Brasileiro podem representar novos tempos para alguns atletas do elenco. Chará deixou o banco de reservas, marcou dois gols em cinco rodadas e tem errado menos, além de mostrar a velocidade que esperávamos nos contra-ataques. Longe do ideal, mas com o gráfico evoluindo para cima dessa vez. Victor voltou a ser decisivo, a defesa soube suportar a pressão em dois difíceis duelos na semana e o criticado Patric foi candidato a melhor em campo, mesmo atuando na esquerda.

Assim como Larghi em 2018, o atual interino começou com tropeços, mas superou as dificuldades de um furacão de protestos e mudanças administrativas, vencendo três partidas seguidas como visitante. Nos últimos sete jogos, cinco vitórias e um empate, além de garantir a classificação para a Copa Sul-Americana. Time mais organizado em campo, perceptível não só para nós, cornetas de arquibancada, mas citado por diversos jogadores em entrevistas durante as semanas.

Você pode se esforçar para desvalorizar as vitórias diante contra Ceará ou Vasco e até colocar o Zamora na sacola das críticas. Só não deixe de colocar na balança o fato de superamos o Flamengo candidato ao título pela qualidade do elenco e termos confrontado o Santos semifinalista do forte paulistão, eliminado nos pênaltis.

Nas coletivas, vemos um técnico que sabe explicar o que funcionou e o que pode evoluir na maneira de jogar. Não é desleal com jornalistas e não se esquiva dos questionamentos quando eles acontecem. Sendo assim, o que esperar de Rodrigo Santana? Essa é uma pergunta a ser respondida com urgência por Rui Costa, diretor de futebol do Atlético.

Em 2018, Larghi manteve o clube nas primeiras posições durante todo o Brasileiro, mas os dirigentes queriam mais. Só não entregaram material humano para que resultados melhores viessem. Neste início de Brasileiro, entramos no período de seguidos desfalques, seja por suspensão, prevenção ou lesão de atletas, ficaremos com o elenco ainda mais enxuto e a tendência é que a esponja chamada “interino” absorva a culpa quando resultados ruins surgirem. Ou qualificamos o grupo para a sequência de importantes partidas ou tenhamos calma para as turbulências.

Rodrigo já faz um bom trabalho nas cinco semanas no comando da equipe. Fosse alguém de grife no mercado, ganharia manchetes pelo país. Santana mostra que o Galo ainda não é um time pronto para ser campeão, mas não deveria estar eliminado na fase de grupos da Libertadores. Ainda carente de reforços, superamos a inércia dos quatro meses de Levir Culpi para começarmos a engatinhar.

Trocar de técnico agora é resetar novamente a CPU. O tempo até um possível substituto conhecer as peças que tem em mãos ou até mesmo conhecer os adversários, caso optemos por um gringo, pode ser fatal. Negociar com quem sempre recebeu em euros, trazer alguém apenas para encerrar as perguntas sobre o papel do diretor? Com ou sem Rodrigo, esse é o momento de definição para que não vejamos novamente a novela da interinidade se repetir por mais um ano. Que não seja descartada a permanência do atual técnico e, caso outro nome assuma, que a procura seja por um profissional para o Sub-20, enquanto Rodrigo Santana contribui com a futura comissão técnica. Senão, só Jesus (não o Jorge) na causa.

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