
FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO
O Atlético acabou sendo superado pelo Libertad, na noite desta quinta-feira (06). Com um desempenho ruim, a equipe alvinegra foi presa fácil para os paraguaios e foi derrotado por 1 x 0. Em todo segundo tempo, o Galo teve apenas uma finalização na direção do gol, em chute de longa distância do zagueiro Mauricio Lemos.
Com a fraca atuação, ainda no primeiro tempo foi possível escutar diversas vaias para alguns jogadores, como Patrick, Edenilson e Vargas.
Tudo isso parece ter incomodado bastante o treinador da equipe Eduardo Coudet. Na sua coletiva após o jogo, o argentino abriu a “caixa de ferramentas” e expôs diversas situações do cotidiano atual atleticano, como elenco curto, falsas promessas e muito mais.
Mas Coudet começou fazendo sua análise da partida:
Acredito que nosso primeiro tempo foi muito ruim. Em linhas gerais, não encontramos volume de jogo, não geramos situações (para marcar). Creio que no segundo tempo corrigimos, diante de um rival que marca bem, que tem um bom jogo aéreo. Tivemos nossas chances na segunda etapa e não aproveitamos. A Copa Libertadores é assim, muito difícil. Os rivais são duros e se tiver uma noite ruim, acaba pagando.
Após a fala sobre o jogo, o comandante atleticano deu início a um verdadeiro desabafo.
Coudet lembrou que o atual plantel atleticano é pequeno e mostrou muita indignação com ações de alguns torcedores:
É uma realidade, eu gosto de um plantel grande, gosto que minha equipe jogue com pressão, o que exige um grande plantel. Os jogadores estão treinando da melhor forma. Agradeço aos torcedores que nos apoiaram e empurram até a morte. Mas hoje vivi também algo que nunca havia vivido. Torcedores atrás do banco de reservas me cobrando, sendo que em 15 partidas, ganhamos 10. A verdade é que acho que isso nunca iria acontecer. Meu próprio torcedor, atirando copos de cerveja.

E continuou:
Seguramente podemos jogar melhor, o time quer jogar melhor. Mas como pode alguém fazer isso, sendo que ganhamos 10 jogos de 15 disputados. Tivemos uma noite ruim, muito ruim, seguramente. Mas vaiando uma hora o Nathan Silva, outra hora o Hyoran, em outro momento o Patrick, o Edenilson, o Vargas, como nos vamos jogar? É normal jogarem cerveja no treinador que vai jogar uma final no domingo? É verdade que está acontecendo isso? Não entendo, realmente não entendo.
Coudet citou ainda da saída de alguns atletas para falar de situações vividas na partida:
Eu vim para cá pelo desafio desportivo. Não foi pelo dinheiro nem por nada mais. Foi porquê eu gostei do clube, que haveria um desafio importante desportivo. Vocês acham que seria mais fácil hoje entrar o Sasha ou um jogador da base, que fez sua estreia pelo clube na Copa Libertadores? Te cobram porquê entrou o Réver, que nos últimos minutos poderia ganhar uma bola aérea. Ou deveria colocar outro garoto?
As indagações começaram também a surgir para membros do grupo de investidores da equipe, conhecido como 4R’s:
Tínhamos poucos jogadores para hoje. Qual é o objetivo real? Disseram que eu estava de acordo com a situação, é mentira! Isso não foi o que me prometeram. Não é a situação real. (…) Trabalhei todos os dias. Estou aí todos os dias para trazer 4 jogadores de graça. Pedindo por favor para que os investidores tragam 1 volante, porquê temos 1 apenas. Tivemos que pedir por favor.
Coudet ainda explicou o porquê de alguns jogadores, considerados titulares, terem começado o jogo no banco de reservas:
Vocês pensam que não vamos ter dificuldade com 20 jogadores no plantel, tendo 3 competições? Ou pensam que não tivemos que guardar alguns jogadores para jogar uma final no domingo? O que é mais importante, esta partida ou um título? Jogar por um título. Me encanta a loucura, me encanta quando a nossa gente começa a cantar como loucos e empurra a equipe. Mas me parece que tem um limite. Eu tenho um limite! Estou acostumado, posso suportar um montão de coisas. Mas nessa situação, me parece algo muito raro.
E finalizou:
Vou a morte com meu diretor de futebol, vou a morte com meus jogadores e vou a morte com o torcedor que queira!