Cuca desabafa após derrota e gritos de ‘mercenário’: “Está doendo no meu coração”

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FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO

A derrota para o Botafogo, no Mineirão, na noite da última segunda-feira (07), parece que ainda vai repercutir bastante entre os atleticanos. Além de mais decepcionante resultado jogando em Belo Horizonte, fazendo com que o Galo se mantivesse na oitava colocação do Campeonato Brasileiro, o técnico Cuca, ídolo dos torcedores alvinegros, escutou pela primeira vez gritos de protestos e xingamentos direcionados a ele.

Em sua coletiva, após o jogo, o treinador foi questionado sobre o assunto. Emocionado, Cuca falou sobre a dor de escutar gritos de “mercenário” do torcedor atleticano:

Está doendo no meu coração. Eu tenho 243 jogos pelo Galo e essa é a primeira vez que eu sou hostilizado. Podem me chamar de burro, de tudo, o nome que for, mas de ‘mercenário’ não. Isso dói no coração. Eu não voltei para o Atlético por conta de dinheiro e posso ser burro de ter voltado. Deixei de ir para outros times, grandes e importantes. Não traí o Atlético! Eu só voltei para o Atlético porquê senti que ele estava precisando de mim. Eu não pensei em contrato, não pensei em nada. Quando te chamam de mercenário, dói o coração. Mas sinto que não é a opinião do torcedor do Atlético, é a opinião do momento que o time vive e da derrota que a gente teve. Podiam me chamar de qualquer coisa, de ‘burro’, ‘incompetente’. Mas ‘mercenário’ doeu demais.

Outro tema bastante falado na coletiva foi a arbitragem. De acordo com o treinador, o dono do apito no jogo, Leandro Pedro Vuaden, deixou a partida se tornar bastante física, com entradas duras. Cuca fez ainda, questão de frisar que este é o estilo do árbitro.

Sobre o assunto, o técnico respondeu, enaltecendo que precisou acalmar os ânimos dos seus jogadores no vestiário no intervalo:

Eu tentei acalmar os jogadores, estavam muito nervosos, pilhados. Tava muito pegado o jogo, muita porrada. O Nacho saiu pois estava mancando com as duas pernas. Não sabia mais em qual se apoiar. Tanta falta que ele levou e não foi dada. Como você vai dizer para o jogador ir até o fim? Ele não consegue! O Zaracho saiu da mesma forma, ele pediu para sair. Não é o treinador que tirou. O jogo foi no estilo do Vuaden, mas passa do limite eu acho. O jogo pra dar uma freada um pouco mais. Mas não podemos questionar, é o estilo dele (Vuaden) e pronto! Não é uma crítica, esse é o estilo dele. Ele é assim, nós avisamos que seria assim. Ficou muito pegado e truncado!

A coletiva do técnico atleticana foi feita com a imagem parada do impedimento de Dodô, que anulou o gol de Vargas no primeiro tempo. Cuca falou sobre os “pitacos” do VAR no futebol brasileiro:

A derrota é inesperada. Entendemos a reclamação e a fúria do torcedor, porque num momento decisivo, a gente perdeu. Não quero transferir responsabilidade, porque o VAR tem errado em muitos jogos. Ele veio para ser uma ferramenta para corrigir os erros e, no fim, estão procurando pelo em ovo.

Para finalizar, o treinador voltou a falar sobre as chances de gol que o Atlético não tem conseguido converter, e explicou ainda as entradas de Pavón e Ademir no segundo tempo:

Nós perdemos gols incríveis e que, normalmente, não se deve perder. O time estava jogando bem e, em um momento que fizemos as trocas, veio o gol do adversário. Lógico que não vai funcionar (as mudanças). As entradas do Ademir e do Pavón, eram pra dar velocidade, jogando o Zaracho pra dentro. Aí erramos um passe e tomamos um contra-ataque, resultando em gol.

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