Cuca evita falar de futuro no Atlético e ressalta que problema do time está no emocional

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IMAGEM: REPRODUÇÃO / YOUTUBE / GALO TV

O técnico do Atlético, Cuca, convocou entrevista coletiva remota com a imprensa mineira na tarde desta segunda-feira (22) para falar sobre o atual momento do Atlético no Campeonato Brasileiro e repassar para a torcida seu sentimento e a projeção do que pretende fazer com o time a partir do próximo confronto.

De início, Cuca disse que preferiu ser o entrevistado desta manhã para poder dizer ao torcedor que entende os motivos da queda de rendimento do time e que, apesar de não se apegar aos números, eles são uma retrato do que está acontecendo com o Atlético em campo: um time que finaliza muito e domina o jogo, mas não consegue transformar isso em resultado.

“Eu vim hoje falar porque eu achei que é o melhor caminho, eu passar pro torcedor o sentimento nosso, do que ficar uma coisa assim no ar, como que ninguém respondendo a tanto questionamento. Eu não sou muito de me apegar em números, de acabar os jogos e falar “ah, eu finalizei mais, mais posse de bola”, mas isso é a realidade do futebol. Nas 6 partidas que eu to aqui, nós fomos pior que o Inter no 1º tempo, quando nós tomamos 3 gols. Mas foi um jogo que nós finalizamos 21 vezes contra 9. Com a posse de bola muito maior e assim sucessivamente. Em todos os jogos, nós tivemos 121 finalizações. Então nós temos, em 5 jogos, 121 finalizações, para fazer 5 gols no Brasileiro. Se você tá criando tantas oportunidades de gol, tantas conclusões e a bola não tá entrando, você tem que entender o motivo. E falta de treino? Vamos treinar mais. Mais concentrado? Vamos concentrar mais. Mais naturalidade pra exercer e tomar as decisões acertadas? Vamos ter isso. Tudo isso dentro de uma responsabilidade. Uma coisa é se você está jogando mal, aí você tem que mexer, mudar a equipe. Mas nós estamos tendo a resposta técnica do time, mas não estamos tendo os resultados. Às vezes uma ou outra alteração se faz necessária, mas não acho que tem que ser radical, abrupta. A gente tem é que fazer mais gols, tornar em 20% as chances de gol criadas. Essa semana, sim, é uma semana cheia. Buscar esse campeonato jogo a jogo. E ela começa pra nós, domingo, contra o América.”

Cuca ainda disse que não se trata de entrega ou comprometimento por parte dos jogadores, mas sim de uma questão de confiança. O técnico foi questionado sobre o quanto o psicológico do time pode ser o fator determinante para essa má fase do Atlético e reiterou que falta “naturalidade” para a bola voltar a entrar.

“Sim, sem dúvida que é o emocional, o psicológico. Quando eu tô num mal momento, eu erro uma, a segunda, a terceira e a quarta. Aqui no profissional não é diferente. Ela (bola) não tá com naturalidade entrando. A tirada que o Hulk deu, se é o ano passado, era gol. Já falei do Zaracho, da trave do Kardec. É a questão de ter convicção, seguir o planejamento, que ela vai entrar. A diferença para nós é o jogar em casa ou jogar fora. A diferença tá em casa, onde era o matadouro e você sabia que ali tinha quase 100% de vitória, hoje a gente tá com 3 derrotas seguidas e isso não acontecia. A gente tem que podar isso da melhor maneira. A torcida cantou o jogo inteiro, mesmo a gente perdendo, mais de 30 mil pessoas num jogo contra o Goiás depois de ser eliminado numa Libertadores. Quem está em dívida somos nós, comissão técnica e jogadores.”

O técnico ainda falou da situação específica de dois jogadores. O primeiro, Jemerson, que ainda não teve chances de ser testado na zaga do Atlético – que vem sendo bastante criticada por torcedores – e o segundo, Everson, que falhou no gol contra o Goiás, na última partida.

 “A torcida gosta do Jemerson, tem uma história… o Réver tem uma história ainda maior que o do Jemerson e não vem tendo as oportunidades também. O próprio Igor Rabello não está tendo as oportunidades. Não se trata de um jogador específico, me preocupo com todos. Cada jogo é uma história. Existem jogos que você precisa de uma zaga mais rápida, outra mais técnica, outra mais alta. Nós vamos utilizar todos eles à medida que eu imaginar que seja mais viável.”

“Eu converso com os preparadores de goleiro do Galo, não tomo essa decisão sozinho. O Everson não está fazendo defesas difíceis como ele fazia ano passado, também está dentro do contexto da fase que o pessoal passa. Eu já errei muito no gol, principalmente no Botafogo em 2007/2008, eu mexi tanto que eu deixei todo mundo sem confiança. É o caso agora, se eu tiro o goleiro hoje e coloco o Rafael, o Rafael é passível de tomar gol. Aí ele toma o gol, você perde o Rafael e perde o goleiro que tinha confiança. É uma posição diferente, ali você tem que ter uma razão muito grande para fazer a mexida. Eu penso que a gente não tem essa razão agora. O Everson tomou uma decisão errada, isso é corrigível aqui.”

Entre outros assuntos abordados na coletiva, o técnico do Atlético evitou falar sobre seu planejamento para 2023. Cuca preferiu dar ênfase no fato de que a equipe ainda tem o restante do Campeonato Brasileiro para disputar, acreditando que é possível ainda brigar pelo título.

“Não falamos nada sobre isso agora. Temos 15 rodadas esse ano para terminar o campeonato, fazer o melhor. O título tá distante, mas a gente não jogou a toalha. Depende de uma arrancada fantástica, mas tudo no futebol pode acontecer. Depois a gente fala nisso (se fica ou não para 2023) com bastante tranquilidade.”

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