
FOTO: PEDRO SOUZA / ATLÉTICO
De férias, em Curitiba, o técnico Cuca participou na manhã desta terça-feira (21) do programa De Placa, do YouTube. Entre outros assuntos, o treinador falou do desgaste mental que se tem com um calendário futebolístico tão apertado quanto o de 2021 no Brasil, de como se faz para manter todo elenco focado, mesmo com jogadores de enorme envergadura ficando no banco de reservas, além de desabafar sobre as coisas que precisou abrir mão para vivenciar o Atlético neste ano.
O treinador começou falando sobre o ano de 2021, que acabou sendo mais corrido do que o normal, tendo um desgaste mental acima do normal:
Chegamos no limite, porque se tem uma responsabilidade muito grande por conta do envolvimento que a gente teve com a campanha, em ser campeão brasileiro. O fracasso e sucesso andam lado a lado. Se tivéssemos um revés na Bahia, ou mesmo no jogo contra o Fluminense ou o Santos, todas as viradas que a gente precisou fazer, que são muito desgastantes, inclusive para o torcedor também, as coisas poderiam ser diferentes. Isso tudo sabendo que o Flamengo está chegando… mas tudo deu certo e a gente conseguiu sair campeão.
Cidadão honorário de Belo Horizonte, Cuca falou sobre a administração do elenco tão “recheado” de estrelas:
Eu não conhecia o Hulk, não conhecia o Zaracho, o Nacho, o Alonso. Uma série de jogadores eu não conhecia e requer um tempo pra você conhecer a característica de cada um. Eu gosto da versatilidade do jogador, que ele possa jogar em uma, duas ou três posições na mesma partida. E aconteceu que o tempo foi nos mostrando este caminho. O mais importante é eles saberem pelo o quê eles lutam e com quem eles lutam. É sempre falar abertamente com o grupo, das disputas que eles tinham e eles foram altamente profissionais. Deixar um Diego Costa na reserva é muito difícil, ele tem duas Copas do Mundo. Não é fácil deixar o Hulk na reserva, por onde ele passou foi artilheiro. Não é fácil com o Nacho, ídolo do River, ou Savarino e Vargas, titulares das suas seleções. Eles precisavam entender que a disputa era essa.

Foto: Bruno Sousa / Atlético
Quando questionado sobre a sensação de ser considerado por muitos, o maior treinador da história do Atlético, Cuca respondeu e fez um desabafo sobre toda a “loucura” que foi o ano de 2021:
É gostoso, mas eu ainda não consigo ver isso ainda, porquê se está dentro do processo. Eu estou treinando o Atlético, estou cansado, na boa. Passei 10 dias no hospital, 6 dias na Unidade Crítica Geral, perdi meu sogro dentro de casa. Então foi um ano muito atípico, muito difícil em todos os sentidos. Jogar sem torcida, aquela coisa estranha e de repente quando a torcida voltou, você fica com aquela obrigação. Então confesso pra você que eu estou muito cansado, eu abri mão de tudo para ficar no Atlético. Eu larguei as filhas, larguei a neta, larguei a mulher… larguei todos os problemas que a gente tem na vida particular para viver o Atlético, e eu preciso me reorganizar agora, tenho que viver um pouco com as meninas.