DEIXA O GUGA TRABALHAR

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Do goleiro ao atacante, ninguém emplaca uma boa sequência no Galo há algum tempo. O roteiro “ele poderia render mais” se repete em toda apresentação, a cada despedida, na disputa de diferentes campeonatos. A mistura de raiva e paixão nos traz o poder de análises rápidas e rasas para justificarmos o baixo rendimento dos atletas – noitadas, idade, corpo mole para derrubar treinador, foguete molhado etc. Os adjetivos variam de acordo com fatores que envolvem a carreira do atleta ou a relação com o Atlético. Se o jogador tem apenas vinte anos e veio do Avaí, os olhares de desconfiança surgirão em poucos minutos.

Guga foi das nossas maiores brigas por mais chances no time principal. Se a utilização do time reserva no Mineiro era o vestibular do treinador, o jovem reforço alcançou nota suficiente para ser testado entre os titulares. Levir testou e Guga ficou, mas no cenário de má fase do goleiro, zagueiros, meias e atacantes, o lateral-direito também nos passou a sensação de que poderia render mais.

Após a perda do título estadual e a eliminação precoce da Libertadores, a metralhadora giratória de raiva e paixão atirou sem piedade, dando início ao burburinho de que talvez não fosse tão ruim assim o retorno do antigo lateral-direito. Assim como eu, talvez você e Rodrigo Santana não estivessem satisfeitos com as atuações de Cláudio Rodrigues Gomes, o Guga, nos últimos duelos do Galo. Demonstrando muita tensão e contribuindo pouco para o grupo, principalmente na Libertadores, o início de Brasileiro nos mostra que vale à pena insistir no jovem lateral.

O gol de Jair foi a sexta assistência de Guga na temporada, a terceira no Brasileiro, corrigindo os péssimos escanteios cobrados pelo Atlético no final de 2018 e início de 2019. Em 2018, Patric anotou duas assistências, enquanto, em 2019, colaborou para que balançássemos as redes adversárias apenas uma vez. Se Guga encontrou um clube e elenco extremamente desorganizados, Patric pôde atuar em bons times, em diversas posições e não deixou saudade no coração alvinegro.

Caso o time corrija os erros apresentados até o momento e o treinador perceba que a lateral-direita ainda não o atende dentro do que é solicitado, a troca por outra por outra peça do elenco passa a ser válida, mas ter essa certeza de forma precoce, como vimos tantos pedidos na última semana, é retrocesso.

É improvável que Rodrigo Santana, como interino, tome a decisão de mexer no lado direito da equipe. Pisando em ovos, enquanto tenta cativar o torcedor para ganhar tempo e mostrar um bom trabalho nas primeiras rodadas do Brasileiro, Santana sabe como seria a pressão se optasse por Patric.

Se o treinador tem essa certeza (temporária), nós, na arquibancada, é que não vamos discutir. Corrigindo erros e aperfeiçoando as qualidades, que possamos ver Guga por mais tempo entre os titulares do Atlético. São seis pontos garantidos com as assistências do garoto. Voa, moleque!

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