DUDAMEL CAIU! QUEM SERÁ O PRÓXIMO DEMITIDO?

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FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO

Após a eliminação histórico para o Afogados na segunda fase da Copa do Brasil, Dudamel concedeu entrevista coletiva e falou com a imprensa que acreditava na permanência do cargo, pois Rui Costa e Marques agiram normalmente nos vestiários. Na sequência, Rui Costa destacou que o treinador é um apaixonado pelo trabalho e que qualquer definição naquele momento seria prematura. A dupla só não imaginava que, minutos depois, o clube anunciaria a demissão de ambos, além de Marques, gerente de futebol.

Dudamel foi anunciado no início de janeiro e treinou o elenco durante a intertemporada. Não demorou para que o grupo percebesse a linha dura do comandante na Cidade do Galo. Empresários, familiares e até convidados de dirigentes respeitavam novos horários e limitações dos locais onde pisar no centro de treinamento. As regras e broncas surpreenderam não só os atletas, mas também funcionários que participam ativamente dos treinos diários.

Em campo, testes, diferentes formações, nenhuma escalação repetida, futebol ruim no Mineiro, eliminações na Sul-Americana e Copa do Brasil. O venezuelano escalou três zagueiros, três volantes, afirmou que não abriria do homem de área, testou Jair mais adiantado, recuou para a função que deu certo em 2019 e saiu do clube sem nenhuma convicção, seja na defesa, laterais ou meio-campistas. Foram vinte e oito atletas utilizados em dez partidas no clube.

Atletas questionados pelo torcedor, como Zé Welison e Di Santo, permaneceram entre os titulares na maioria das escalações. Nos microfones, reclamações com vaias para Zé após falha contra a Caldense, lamento pelo excesso de retranca enfrentado contra times do interior no estadual e bronca na imprensa pela falta de parceria ao ver a escalação sendo divulgada com antecedência antes do duelo contra o Unión. Jogo após jogo, não se via qualquer sinal de evolução no futebol apresentado pelo Galo, o degrau atingido contra o Afogados é o mesmo da estreia, contra o Uberlândia.

A demissão cumpre o roteiro do Atlético nos últimos anos. Aguirre permaneceu cinco meses no cargo, Marcelo Oliveira fechou os seis meses que restavam em 2016; Roger Machado alcançou a proeza de sobreviver sete meses, com Micale foram apenas dois meses e Oswaldo de Oliveira, contando a intertemporada, quatro meses. Larghi sobreviveu por oito meses e foi substituído por Levir que sequer alcançou seis meses. Rodrigo Santana repetiu a data de validade de seis meses, Vagner Mancini fechou a temporada nos dois meses que restavam e Dudamel cai após quarenta dias, desde a estreia no Mineiro.

Difícil apontar o caminho a ser seguido ou indicar o perfil ideal para o próximo técnico. Não temos essa resposta sequer para o cargo de diretor e não sabemos o tamanho do impacto nesse reset em grande parte do departamento de futebol. O que o presidente tem em mente para o futuro do clube? Sérgio Sette Câmara mudou a postura quanto à função de diretor de futebol por várias vezes, desde a coletiva de posse da nova diretoria.

Talvez repita o gesto de procurar Diego Tardelli após a polêmica do vídeo em que associava o retorno do ídolo a um asilo em Vespasiano. Caso queira empolgar parte da torcida, Sette anuncie Cuca, mesmo que seja para encerrar de vez o fantasma que assola a todos os treinadores desde 2014. Com a baixa premiação da Sul-Americana e Copa do Brasil, apertando o orçamento para o restante da temporada, dificilmente teremos grandes nomes, como o de Sampaoli, cogitado no início de 2020.

Nossa eterna roda-gigante sempre volta para o mesmo lugar. Improvisos e interinos na esperança que eles emplaquem e sejam efetivados no meio do ano. O desempenho de Dudamel foi pífio, no mesmo nível do trabalho apresentado por Rui Costa e Sette Câmara. Fevereiro ainda não acabou e o Atlético já é o principal candidato a rebaixamento no Brasileiro. Não se trata de tabela, jogadores ou adversários. O maior inimigo é o trabalho de quem cuida do nosso futebol. Tenho pena do próximo técnico. Em breve estará demitido.

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