FOTO: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO
A história entre Atlético e Elias nunca foi um exemplo de relacionamento para outros clubes e atletas. É que um caso antigo do jogador, citado em diversas entrevistas, sempre gerou ciúmes e cobranças por grande parte da torcida. Desde a primeira temporada no Galo, Elias, anunciado por Daniel Nepomuceno em janeiro de 2017, reforçou o desejo de encerrar a carreira no Corinthians, declarações que colocaram o volante como principal alvo da arquibancada. É regra em Minas Gerais, não se veste o manto alvinegro com esse papo de Curintcha ou Framengo, irmão. Se existe sentimento, guarda pra você.
Com contrato até janeiro de 2020, Elias parece viver os últimos dias de clube nas rodadas que restam do Campeonato Brasileiro. Pendências financeiras dificultam o acerto, apesar do pai jogador seguir negociando, enquanto o filho entra em campo, mesmo podendo assinar pré-contrato com qualquer outro clube. Como ficaria o foco de uma pessoa com futuro indefinido na instituição? Vivemos a pior crise dos últimos anos e, por mais que se trate de alguém elogiado por todos nos bastidores pelo caráter e profissionalismo, chegou a hora de pensarmos nos primeiros passos da próxima temporada. Seria loucura deixar Elias até a 38ª rodada entre os titulares.
Jair e Ramón Martínez estão entregues ao departamento médico, mas quando estiverem à disposição do técnico, Rodrigo Santana pode começar a armar um time com as demais opções e mostrar, como fez com Cazares, que ninguém é intocável na escalação. Nathan foi testado como primeiro e segundo volante, pode se adaptar bem ao novo esquema de três zagueiros, mesmo com o retorno de Jair.
Para 2020, Gustavo Blanco deve voltar aos treinos e ficar apto a jogar, Guilherme Castilho vem se destacando no sub-20 e foi relacionado entre os profissionais recentemente. Chegou a hora da renovação do elenco e o experiente volante de 34 anos pode seguir seu caminho, independente do destino escolhido. Outro benefício é a queda na folha salarial, já que Elias sempre figurou entre os maiores salários do elenco.
Como todos os outros atletas que estiveram no Atlético nos últimos anos, Elias viveu dias ruins e péssimas atuações, mas considero que as cobranças tiveram ares de perseguição, com críticas pesadas, mesmo nos jogos com bom desempenho. Porém, apesar da técnica apurada e experiência na carreira, a renovação do contrato seria um erro que quase cometemos com Leandro Donizete, mas fomos impedidos pelo Santos, que preferiu pagar a conta. O rendimento de um veterano é uma incógnita que pode sair caro para quem tem orçamento tão apertar por estar fora do eixo Rio-São Paulo.
Não é pelas entrevistas sobre o final da carreira, nem me importa em que time você estará em 2020, Elias. É que precisamos mudar muita coisa no Atlético e essa transformação tem que acontecer ainda em 2019. Por aqui, você jogou mais do que disseram e menos do que podia. Obrigado pelos serviços prestados e vai com Deus.