
FOTO: BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
Quando o assunto é Atlético e Corinthians, pela Copa do Brasil, o torcedor atleticano só tem uma recordação; as quartas de final da competição em 2014. Naquele ano, o Galo eliminou o rival paulista após perder o primeiro jogo, fora de casa, por 2 x 0 e aplicar uma goleada no Mineirão, por 4 x 1.
Com ídolos em campo, como Tardelli, Victor, Dátolo, Luan e Leandro Donizete, o grande herói do jogo, autor do gol da classificação, já aos 43 minutos do segundo tempo, foi o zagueiro Edcarlos.
Nove anos depois, mineiros e paulistas voltam a medir forças pela principal competição de mata-mata do país, só que desta vez, pelas oitavas de final da competição. Para falar sobre o jogo e relembrar o marcante confronto de 2014, o portal Deus Me Dibre conversou com Edcarlos.
Longe dos gramados desde o primeiro semestre de 2022, o ex-defensor do Atlético começou falando sobre como está sua vida atualmente:
No ano passado eu ainda atuei pelo Betim, em um projeto que tínhamos idealizado. Mas no segundo semestre do ano passado eu tirei para ficar um pouco mais com a família. Aproveitei para estudar e terminei agora o curso de gestão no futebol. Não tem para onde correr… Alguma coisa na área do futebol é o que vou fazer. Tenho alguns projetos para sair e acredito que nas próximas semanas já devo estar concluindo.
Edcarlos também respondeu sobre a sua chegada ao Atlético em 2014 e falou da “pressão” que existia por conta do título da Copa Libertadores, conquistado pelo clube no ano anterior:
Primeiro que já havia uma desconfiança pelo fato de ter jogado no Cruzeiro. O torcedor sempre fica com o pé atrás por esse aspecto. Durante o tempo vai mudando aos poucos, mas no início há essa desconfiança. O time veio da Libertadores de 2013, com a torcida muito empolgada. É aquela coisa, a partir do momento que você faz o torcedor sonhar, é difícil mudar a situação. Assim, certos campeonatos acabam virando obsessão. Em 2014 não conseguimos ter a mesma felicidade, principalmente na Libertadores. Mas este foi um ano de muito aprendizado para mim, para entender o clube e sua história também.
Na partida de ida, no confronto diante do Corinthians em 2014, Edcarlos acabou sendo reserva, entrando apenas na segunda etapa. Já no jogo de volta, em Belo Horizonte, o jogador foi titular da zaga, ao lado de Jemerson e capitão da equipe.
O zagueiro falou o que se passou após o resultado do primeiro jogo e depois de sair perdendo logo nos primeiros minutos no Mineirão:
Nem nos melhores sonhos da minha vida, e olha que sou o pessoa positiva, poderia imaginar que nós iríamos conseguir esta virada. Em São Paulo foi 2 x 0, e eles tinham um time que ficava muitos jogo sem sofrer gols, que defensivamente era muito sólido, com o Mano, que sempre teve esta característica, de montar equipes que sofria poucos gols. E nós tomamos dois gols. A ideia inicial era vir para BH, fazer o primeiro gol, conseguir o empate e de repente levar para os pênaltis. Sinceramente eu não imaginava fazer mais de 2 gols no Corinthians. Mesmo em casa, com o apoio do nosso torcedor.

E completou, ressaltando toda a diferença que o torcedor atleticano fez:
O grande diferencial daquela partida, sem querer fazer marketing, foi o torcedor. A partir do momento que você toma 2 x 0 fora de casa e já inicia o segundo jogo tomando um gol, a tendência é o torcedor te xingar, pegar alguns jogadores “pra Cristo” e começar a vaiar. É uma coisa que posso dizer com toda certeza, desestabiliza. E o que aconteceu foi o contrário. Era o “Eu Acredito” o tempo inteiro e isso foi dando mais confiança pra gente.
Questionado sobre o marcante gol, feito aos 43 minutos do segundo tempo, Edcarlos relembrou toda a jogada e respondeu onde a bola bateu antes de entrar no gol:
A verdade é que todo mundo pergunta e que nos ângulos da câmera não tem como precisar. O Dátolo cobrou o escanteio e eu entrei no primeiro pau. Assim que entrei, eu fiz o gesto de cabecear. Só que cheguei um pouco atrasado e não alcancei a bola. O Guerreiro, que me marcava, acabou abaixando e assustando (com o movimento). No que (a bola) passou por mim, eu já girei para olhar a trajetória dela. Ela bateu na cabeça dele (Guerreiro), voltou e bateu no meu peito. Como eu já tinha girado, ela bateu no meu peito e foi direto pro gol.