Entrevista exclusiva: Erasmo Damiani fala sobre a base alvinegra

Compartilhe

FOTO: DIVULGAÇÃO / ATLÉTICO

Quase um mês à frente da direção das categorias de base do Atlético, Erasmo Damiani, concedeu uma entrevista exclusiva ao portal Deus Me Dibre, falando das dificuldades do cargo, de como encontrou a base alvinegra, do que espera para este departamento nos próximos anos e dos desafios na gestão de garotos que por muitas vezes, ainda com 14, 15 anos, já possuem a responsabilidade de ajudar no sustento das suas famílias.

O primeiro ponto levantado pelo diretor, foi do trabalho feito, em praticamente 1 mês, na gestão do clube:

 “Este primeiro momento, é um momento para você conhecer a estrutura, conversar com os funcionários, eu gosto de fazer uma análise conversando com os responsáveis pelos setores, para poder entender mais rápido o clube. Um clube quando tem 90, 100 funcionários, do tamanho do Atlético, se você não fizer uma análise com quem trabalha lá, você acaba ficando de 3 a 4 meses, só para entender como funciona o clube. Então esse diagnóstico com os funcionários é a forma que eu gosto de trabalhar, conseguindo assim, entender o clube mais rápido!”

O diretor ainda falou o que encontrou no time alvinegro:

 “Bem, eu peguei um clube estruturado, o Atlético é um time de ponta no cenário nacional, vem de uma conquista de Campeonato Brasileiro Sub20, um título de relevância. Nós temos agora que dar o trabalho de continuidade das coisas boas que foram feitas dentro do Atlético Mineiro. Mas é claro, que algumas coisas que nós entendermos que elas precisam ser melhoradas, nós vamos melhorar! Eu falo o seguinte, minha função é ser um facilitador, para funcionário e atletas, para que o clube tenha sempre uma excelência no cenário nacional nas categorias de base.”

Damiani possui vasta experiência à frente das categorias de base de grandes clubes. Com passagens por equipes como Figueirense, Palmeiras, Internacional e Seleção Brasileira, o diretor falou sobre a dificuldade na formação de atacantes habilidosos e até mesmo camisas 9, já que o confronto “formação x títulos” está cada vez mais escancarado:

 “Essa é uma grande preocupação que eu tenho. A base hoje está pelo resultado. Algumas vezes isso é política do clube, o ganhar está na frente do formar. Ser campeão está na frente do formar. Nessa situação, daqui a pouco ter um atleta, que tenha o 1 contra 1 forte, com habilidade, mas com maturação baixa e o clube não olhar com carinho, ele acaba morrendo no processo, pela maturação mesmo, não conseguindo disputar com atletas da categoria dele naquele momento. E se eu pensar no resultado, o que me interessa? Jogador alto, forte, que na força vai ganhar o jogo. E não é assim! Temos que voltar naquela atleta do drible, que é técnico, você tem que dá um carinho, mais atenção (mesmo que ele ainda não tenha dado resultados). Agora, o que é preciso, principalmente, é que no último quarto (do campo), ele seja ele, tenha liberdade para criar, de ir no 1 contra 1, tente o drible.”

Outros pontos foram levantados na entrevista, como a diferença de filosofia entre seu trabalho e do seu antecessor Junior Chávare, o aproveitamento do time de transição, a questão social dos clubes, na formação dos atletas entre outros.

A entrevista completa, com Erasmo Damiani, será disponibilizada na próxima segunda-feira (15), no portal Deus Me Dibre e no canal do YouTube, Deus Me Dibre.

Compartilhe